7,5 milhões doados para testes de Covid foram desviados para programa de Michelle Bolsonaro

Somente depois que o dinheiro foi depositado, a empresa soube que ele seria destinado a um projeto que alimenta instituições evangélicas ligadas a Damares

Foto: Carolina Antunes/Presidência

Jornal GGN – Em março de 2020, quando a pandemia de coronavírus no Brasil estava em ascensão descontrolada, a Marfrig, um dos maiores frigoríficos do país, decidiu doar R$ 7,5 milhões para a compra de 100 mil testes para diagnóstico de Covid-19. O destino da verba estava pré-determina, mas depois que o dinheiro foi depositado, ele mudou de destino.

A Casa Civil da Presidência da República então entrou em contato com a empresa para informar que os recursos que deveriam ser usados com “o fim específico de aquisição e aplicação de testes de Covid-19”, agora seria destinado ao programa Pátria Voluntária, coordenado pela primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Na quarta (30), a Folha de S. Paulo revelou que o Pátria Voluntária repassou dinheiro para instituições evangélicas ligadas a Damares Alves. Pelos relatos da reportagem, igrejas ligadas a essas instituições missionárias receberam cestas de alimentos e pastores escolheram pessoalmente quem seriam os beneficiários.

Procurada, a Casa Civil não quis comentar. A Marfrig apenas informou que foi comunicada do desvio da finalidade e consentiu, por entender que a entrega de cestas básicas era uma forma de mitigar os efeitos da pandemia em cima das populações mais vulneráveis.

Redação

10 Comentários

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  1. Finalmente 89 mil é coisa rastaqüera, coisa de miliciano churrasco na laje, agora o nível é outro, nível restaurante Gero, passamos da rachadinha à rachadona……….

    1. O milagre da multiplicação de valores.
      Certamente tem mais pois apoio evangélico é caro.
      Esperam-se investigações sérias que auditem os meios de repasse e a real destinação final desta grana.

  2. Uma família de larápios governa o BRAZIL de Trump.

    SOCORRO! Onde estão as forças armadas brasileiras?
    Estão também com as mãos na massa?

    Que zona! Que putaria da porra!

  3. Coisas de quem se julga dono de todo dinheiro que entra no caixa do governo…
    esta de alterar o destino só depois que o dinheiro entra, mesmo com a concordância de quem dou, faz a doação perder todo o sentido

    Deixa a impressão que no Brasil temos mais voluntários da prática do que da Pátria

  4. O fato de a empresa ter consentido posteriormente não mitiga a questão., uma vez que o dinheiro foi doado para uma finalidade e foi direcionado deliberadamente para outra. É como se o governo fosse um tipo de “laranja”.
    Merece ser analisado o caso com mais detalhamento.

  5. Se fazem isso, imagina o que são impedidos(?) de fazer pelas igrejas deles…
    segundo foi, gravado, interpretado e noticiado, Crivella, por exemplo, garantia atendimento prioritário para evangélicos no SUS

    1. Como se depois de ter feito a doação, o pessoal dessa firma, Marfrig, ainda tivesse algum direito, algum poder ou responsabilidade sobre a grana doada.

      Como disse antes, foi aberta a porteira para doações à campanha dos tais pastores: a pessoa faz a doação, faz pose de humanista, cava imagem de bacana e depois é só dizer que o recebedor da doação pode destinar para o que for. Por exemplo: Queiroz depositou R$ 89 mil na conta da Bolsonaro para uma coisa. Mas a moça, se quiser fazer outra coisa com a grana, tudo bem, é só perguntar ao Queiroz se pode. E é claro que o Queiroz vai dizer que sim…

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