A RENHIDA DISPUTA PELA PRESIDÊNCIA.

Do amigo e engenheiro

Oscar Sales da Cruz

 

O quadro sucessório nas eleições, deste ano de 2014, se nos apresenta de uma maneira inusitada e instigante. Os dois candidatos com chances reais de suplantar a candidata à reeleição se apresentaram ao eleitor como o marco de uma Nova Política; cada um alardeando suas qualidades de bons gestores e aprovações que tiveram ao deixarem seus governos nos respectivos estados, MG e PE.

Unidos por um só ideal –derrotar Dilma, pleiteante a novo mandato- iniciaram suas campanhas ensaiando um pacto de “boa convivência” entre os dois, que bem poderia se chamar de “mútua conivência”. Assumir a presidência, qual dos dois, não seria problema no momento. Depois a coisa se ajeita… Estranho é, mas não fica por aí. Tudo parecia correr bem até que Eduardo convidou Marina para sua vice. O que para ele parecia um GOLPE DE MESTRE, para o outro pareceu um GOLPE BAIXO. Depois das palmas e vivas pela escolha, ante a repercussão diferente da esperada, surgiram dúvidas se a Marina teria sido convidada para vice mesmo ou já se vislumbrava uma inversão de papéis, presidência e vice. A candidatura do Eduardo não decolava e a intenção de pegar os votos que a candidata à vice teve nas eleições passadas resultou frustrada. Daí em diante, a cada aparição dos dois em público, enquanto o Eduardo falava, dava para perceber (vamos lembrar bem isso) Marina com um semblante grave e olhar penetrante nas suas costas como que a empurrá-lo e ao mesmo tempo dizer: -“Sai daí que o lugar é meu”. Os dias passavam e nenhum dos candidatos esboçava força suficiente para afastar a presidenta do cargo. Até aí, nada de novo no “front”. O Aécio, rejeitado nas hostes do seu próprio partido, órfão do seu padrinho político/presidente, alvo da ira do Serra que se outorgou o título nobiliárquico de mandachuva do seu (dos dois) partido, adversário numa briga intestina por preferências em outras jornadas, não conseguia convencer ninguém com sua proposta do “novo”. E não podia ser diferente, pois o que de mais forte sua plataforma de governo apresentava era continuar os Programas Sociais do Governo que vêm sendo conduzidos com repercussão positiva, mais no exterior do que aqui, mesmo a contragosto dos oligarcas da Grande Mídia que têm um medo que se pela de perder a hegemonia do Mercado das Comunicações. O seu “Modelo de Governo”, o mesmo do Fernando Henrique que gastou rios de dinheiro para tornar atrativo o nosso patrimônio colocando-o à venda a preço de banana: Companhia Siderúrgica Nacional, Vale do Rio Doce, Light são exemplos. Foi a época em que mais se alardeou o frustrado Neoliberalismo que veio desaguar no Occupy Wall Street, falência do banco Lehman Brothers fundado em 1850, Bolha da Internet e outras consequências nefastas provocando a maior crise econômica mundial. É mister salientar que o Brasil soube enfrentar essa crise com galhardia, mesmo que os seus detratores achem que não.  Escorregando pelas tabelas Aécio tenta se segurar acusando, irresponsavelmente, seus adversários, o que não lhe tem favorecido por conta do rabo preso que vem se espichando desde os anos 1990: imagine-se quão pesado já está esse rabo.

E veio a tragédia. O Eduardo que, abdicando do suporte que propiciou um salto de desenvolvimento para o seu Estado, extemporaneamente, havia se lançado candidato a presidente, saiu da disputa de forma inesperada por conta de um acidente aéreo que consternou a Nação. A tragicidade da sua morte fez mudar o panorama das eleições. Em meio à comoção suscitada pelo infausto acontecimento, já se delineava o que viria dali pra frente, mesmo antes do velório. Assim, já especulava-se na imprensa, mesmo antes da chegada do caixão, quem iria preencher a vaga de vice na ascensão de Marina ao cargo maior. O nome de um irmão do Eduardo seria o nome provável. Começa o velório, e logo surge a figura da Marina ao lado de um retrato do morto sobreposto ao caixão para as condolências de praxe. Agora, substituiu o olhar fixo das aparições públicas da campanha por um olhar contristador para o seu retrato. De tão pesaroso o olhar e colada firmemente ao caixão houve quem dissesse que ela parecia estar tomando o lugar da viúva, ou seja, “mais realista que a rainha”. A quantos viram, de “olhos abertos”, nas TVs a cobertura do velório puderam ver, entre outras muitas faces que vem revelando, aquela que achou adequada para a ocasião… E a Marina continuou a campanha, agora, como candidata a Presidente.  Autoritária, começou insurgindo-se contra os acordos feitos por Eduardo em São Paulo, na aliança com o PSDB, em apoio ao Governador Alckmin. Disse que não subiria no palanque dele, e determinou que o vice na chapa fizesse o papel que seria dela. Certamente, o que Eduardo não faria. Com a pose de Imperatriz traçou algumas linhas do seu pretenso governo o que não agradou a um “pastor evangélico” e este de pronto admoestou-a; logo, logo, passando de imperatriz a vassala, ela aquiesceu. Mas não ficou aí o recuo da candidata. A cada item do programa uma reprimenda, e com uma face e outra tentava convencer os eleitores: -“Não era isso, não foi assim, não foi isso que eu disse”. E nessa pisada, assuntos como: Independência do Banco Central, Pré-sal, Bolsa-Família, Sustentabilidade, Transgênicos, Desenvolvimentismo, etc., continuam indefinidos no seu “programa” de governo. Debalde o esforço, passou a teatralizar procurando atingir o emocional do eleitorado. Apelando para a autocomiseração evoca uma infância sofrida pela fome que passou numa região pobre, ao norte do país, vitima histórica do capitalismo selvagem (literalmente), em tempos idos, o “milagre econômico” da Amazônia durante o Ciclo da Borracha; capitalismo esse que em nada se diferencia deste que hoje lhe dá sustentação à campanha: a força do capital, lucro e outras artimanhas do sistema. Usa o fato de ter passado fome como que para “acusar” Dilma de não saber o que seja fome. Para suprir a falta de argumento, dando asas à sua imaginação, num átimo de mesquinhez, faltou com respeito à sua adversária chamando-a de gorda, numa comparação esdrúxula de um mangangá (a Dilma) com a sua figura esquelética. Procedendo dessa maneira quer ser Presidente. Bem, o Lula o foi tendo, também, passado fome na infância (!). Tudo isso para provar que não vai acabar, se eleita, um Programa de Governo que o Lula implantou com sucesso, até hoje serve de exemplo mundo afora, e a Dilma vem conduzindo a contento apesar das críticas plantadas na Grande Mídia pelos partidos de oposição entre outros ela própria que, desde o ano 2006, se arvorou o papel de MAIOR PARTIDO DE OPOSIÇÃO, principal interessada em tirar do poder Lula, Dilma e quem quer que se interponha ao seu projeto de traçar os rumos do País ao seu bel-prazer.

É bom lembrar que essa posição de partido político assumida pela Grande Mídia, constitui-se uma grande aberração jornalística. Não há como contestar a burla da imprensa ao eleitor usando de forma desonesta recursos da tecnologia, um aparato bélico de última geração contra as fundas da imprensa alternativa, além dos serviços de profissionais competentes regiamente remunerados, alguns, outros nem tanto, mas exercitando sua vocação para Sombra; ambos os casos passam longe de uma crença de Cláudio Abramo: “O jornalismo é, antes de tudo e sobretudo, a prática diária da inteligência e o exercício cotidiano do caráter”.

E por assim dizer, há que considerar o fato da Dilma ter um Programa de Governo que já vem sendo firmemente conduzido; mesmo enfrentando os percalços do caminho. Enquanto dos outros candidatos, uma pressão daqui outra dali e nada de Programa. O que de vero existe é que a Marina explora o emocional do eleitor e sugere que colada ao ectoplasma do Eduardo poderá fazer um bom governo. O “novo” que ela apresenta, de braços dados com o Capitalismo, não é o mesmo do Eduardo, como socialista que era. Quanto ao “novo” do Aécio fica entre o capitalismo selvagem e o capitalismo perverso, ou seja, menos que nada.

Aí estão três atos e o resumo da ópera: um panorama da corrida presidencial.

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Redação

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  1.  
    O único instituto que

     

    O único instituto que acertou sempre as últimas 03 eleições, sem manipulações e oscilações estranhas, e sem ligações suspeitas com Globo ( Ibope) e Folha de São Paulo (Data Folha), adversários descarados e desavergonhados do governo federal.

    E sempre seguindo uma tendência suave e lógica, e com acerto preciso no final, foi a Vox Populi.

    A tendência de evolução de votos no segundo turno é sempre suave e gradual, sem solavancos, voto útil e surpresas como acontecem no primeiroturno. O voto é consolidado e firme.

    A sua pesquisa de sábado, dia 25/10, é muito similar ao “traking” do PT, e que também nunca errou, feito no sábado agora até ás 16:00 hs, e que foi de 49 % a 40% para Dilma.

    Confiram no quadro em anexo

    A tendência linear e constante é o mais importante, sem as oscilações estranhas e suapeitas de Ibope e Data Folha, de como sempre é costume destes dois institutos com crediblidade abalada há anos, justamente por isto.

    Esperamos que a Vox e a nossa avaliação esteja correta, e aguardemos agora a confirmação desta tendência positiva para o Brasil, mas sempre lutando até o último voto e momento de fechamento das urnas.

     

    O único instituto que acertou sempre as últimas 03 eleições, sem manipulações e oscilações estranhas, e sem ligações suspeitas com Globo ( Ibope) e Folha de São Paulo (Data Folha), adversários descarados e desavergonhados do governo federal.

E sempre seguindo uma tendência suave e lógica, e com acerto preciso no final, foi a Vox Populi.

A tendência de evolução de votos no segundo turno é sempre suave e gradual, sem solavancos, voto útil e surpresas como acontecem no primeiro turno. O voto é consolidado e firme. 

A sua pesquisa de sábado, dia 25/10, é muito similar ao "traking" do PT, e que também nunca errou, feito no sábado agora até ás 16:00 hs, e que foi de 49 % a 40% para Dilma.

Confiram no quadro em anexo

A tendência linear e constante é o mais importante, sem as oscilações estranhas e suapeitas de Ibope e Data Folha, de como sempre é costume destes dois institutos com crediblidade abalada há anos, justamente por isto.

Esperamos que a Vox e a nossa avaliação esteja correta, e aguardemos agora a confirmação desta tendência positiva para o Brasil, mas sempre lutando até o último voto e momento de fechamento das urnas.

     

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