As tensões entre russos e norte-americanos continuam a subir. O Kremlin tem mantido sua firme decisão de apoiar, com todos os meios à sua disposição, o resultado da votação que ocorrerá na Criméia e que provavelmente decretará a união daquela região à Rússia. Segundo informações divulgadas pela imprensa, os russos teriam reforçado sua presença militar na região e já derrubaram um avião de observação ucraniano na fronteira.
A Casa Branca fincou o pé na sua irracional decisão de continuar apoiando a integridade territorial ucraniana sob o controle do novo governo. Apesar de supostamente defender a democracia, o governo norte-americano legitimou um golpe de estado e se recusa a reconhecer a validade da votação que ocorrerá na Criméia.
Sob proteção russa, a Criméia está determinada a realizar a votação e a respeitar seu resultado. E até convidou observadores internacionais para acompanharem a seriedade da cotação e lisura na sua apuração http://rt.com/news/ukraine-crimea-invites-osce-926/ .
O espaço para negociações acabou. Foi o que disse Putin ao criticar a ambição de hegemonia planetária dos EUA. Em resposta ao seu colega russo, Obama autorizou a USAF a patrulhar a fronteira entre o território controlado pelo infame regime nazista de Kiev e a região ocupada pelos russos.
Inferiorizados militarmente, os ucranianos não reagiram militarmente à derrubada de seu avião de observação. Mas se um caça norte-americano for atingido por um disparo russo, a escaramuça pode evoluir para uma guerra declarada. Dick Cheney e outros conservadores belicosos influentes no cenário político dos EUA apóiam o uso da força militar contra a Rússia na Ucrânia.
A humanidade está a um tiro de sua aniquilação? É difícil responder esta pergunta. O simples fato de sermos obrigados a fazê-la neste momento é preocupante.
Os norte-americanos, sempre seguros de sua capacidade ofensiva, são especialistas na arte de provocar incidentes militares para justificar guerras muito desejadas. A História registra várias false flag operations realizadas pelos EUA http://en.wikipedia.org/wiki/False_flag. Os russos também já utilizaram operações deste tipo no passado. No atual contexto, as provocações de parte a parte feitas através da imprensa e na arena diplomática podem resultar em provocações militares na Ucrânia? A pergunta é pertinente, mas não pode ser respondida neste momento. Geralmente a verdadeira natureza de uma operação deste tipo só é revelada muito depois do incidente ter provocado a tragédia.
É preciso observar com calma o que ocorre na região. Neste momento o Brasil tem que ter serenidade para não ser envolvido em conflitos armados que interessam apenas a uns poucos de um lado e de outro da terra de ninguém que está se abrindo entre norte-americanos e russos.
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