A Ucrânia e o renascimento da história 7

A esmagadora maioria dos habitantes da Criméia decidiu hoje que a região passará a integrar a Federação Russa. O regime nazista de Keiv contesta a validade desta decisão e diz que fará o que for necessário para conservar a integridade do território da Ucrânia.

A Rússia, país que geralmente é acusado de ser anti-democrático e que tem sido governado, segundo alguns analistas, por um regime mafioso acatará a decisão da Criméia. De fato o Kremlin já havia enviado tropas a região para, segundo a versão oficial, garantir a segurança da população de origem russa.

Os EUA, eterno paladino da democracia que já criou e apoiou várias ditaduras brutais (a brasileira entre as tais) se diz ultrajado com a ação militar russa e  assegurou que não respeitará a ilegítima decisão dos habitantes da Criméia. A Casa Branca enviou aviões e barcos de guerra para a região para garantir a paz. Em adição, o governo Obama garantiu que unilateralmente adorará sanções econômicas severas contra a Rússia.

Seguro do seu poder de dissuasão nuclear, o governo Putin estaria determinado a revidar na mesma moeda. Circula a informação de que em caso de retaliação dos EUA, o Kremlin estaria disposto a congelar ou nacionalizar os bens de empresas e cidadãos norte-americanos em território russo e a proibir o comércio internacional de produtos russos em dólar. Isto forçaria os países europeus que compram gás e petróleo da Rússia a liquidar parte do seu estoque de moeda norte-americana com consequências imprevisíveis.

Colhida no meio do conflito, a Alemanha (grande comprador de gás e petróleo russo) oscila entre apoiar o regime de Kiev e tentar evitar a escalada do conflito. Em algum momento, porém, Merkel terá que optar pelo menor dano à economia do seu país. A Inglaterra, país que não tem nada a perder na região conflituosa, está jogando gasolina na fogueira (talvez para desviar a atenção de sua população da grave crise por que afeta sua economia). A França parece fazer o mesmo para recuperar um prestígio que perdeu a décadas.

Os nazistas ucranianos parecem estar dispostos agravar o conflito. Talvez eles acreditem que terão apoio financeiro e militar do Ocidente em caso de confronto militar com a Rússia na região da Criméia. É impossível saber ao certo quantos poloneses, alemães, franceses, ingleses, belgas e norte-americanos estão realmente dispostos a morrer por causa de um punhado de canalhas ucranianos.

A guerra, porém, se alimenta da própria guerra. Isto tem sido uma regra desde tempos imemoriais. Assim, depois que o primeiro tiro for disparado na fronteira da Ucrânia com a nova Federação Russa certamente aparecerá um punhado de loucos querendo entrar na briga. Está briga não é nossa e o governo brasileiro deve procurar manter sua habitual serenidade.

Fábio de Oliveira Ribeiro

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