stf

Até imagino a meia duzia que vaiou, foi a turminha viúva do muro de Berlim que não perde uma visita íntima na Papuda.

visita de Barbosa no Adarai
Essa vaia e de quem não acredita em mudanças, são anarquistas de plantão que não tem o que fazer. Respeitem a Democracia.
O Joaquim fora do seu trabalho tem que viver, andar.
E um joaquim como outro qualquer!!!

Síndrome do Tio Barnabé.

Prezados e prezadas,

Feliz ano-novo, será? Espero que sim.

Como declaradamente branco (e gaulês) tenho muito cuidado em analisar questões raciais. Nada se compara a legitimidade de quem as sente na pele, todos os dias.

Posso falar de preconceito de classe social, mas nunca poderei expressar com verdade o que sentem as vítimas de preconceito de gênero ou de cor.

Mas não posso deixar de lamentar que uma parte da negritude tenha se esquecido que além do corte de cor, ainda incide sobre suas costas o corte de classe, elegendo o presidente do STF como símbolo ou significado de libertação da opressão que ainda resiste em cada esquina das periferias deste país.

Como manifestar admiração pelo negro que, de chicote nas mãos, despreza qualquer noção de direitos humanos, e que se insurge contra o modelo político que incluiu milhões de negros?

Faz todo sentido ter escolhas políticas, e dentro deste espectro de possibilidades, faz todo sentido dizer que concorda com o modelo diverso do atual, defender ideias e ideais liberais, ou a tal da meritocracia(seja lá o que isto signifique em um ambiente de disputa onde uns correm de carroça e outros de Ferrari), eu até concordaria, afinal, isto é o que se espera de um regime democrático.

Mas juntar esta noção com a simbologia discursiva da luta dos negros pelo fim das desigualdades, descontextualizando o papel exercido pelo presidente do STF, reduzindo tudo a uma questão cromática é uma aberração.

Que a Taís de Araújo faça este tipo de confusão eu entendo, afinal, suas referências, com todo respeito, não são o que poderíamos chamar de coletivas, inclusive pela profissão que exerce(que também tem o meu respeito).

Festejar Joaquim Barbosa é como se tivessem mordido a isca, assim como cada capataz ou capitão-do-mato fez quando imaginou que o pequeno degrau de ascensão proporcionado pela instrumentalização da violência que lhe foi permitida pelo senhor da casa grande o redimisse de algo. Bem, na verdade o redimia, dentro de sua perspectiva individualista.

Ou, na tradição da sublimação do conflito, da “democracia racial” ou da “miscigenação”, do Pai Tomás, ou no Brasil, seguindo nossa memória cultural, Tio Barnabé.

Vejam que não é à toa que tais figuras usam substantivos que indicam laços familiares, justamente para trazer qualquer traço de conflito para o campo da “cordialidade familiar”. Como um Pai ou um Tio pode ter sido maltratado, ou sofrer por ser quem é? Ou pior: são os laços familiares que os impedem da revolta às injustiças, justamente porque, pais, tios, mães, tias estão aí para nos entender e nos “amar” sempre.

Daí para a frase: “fulana é nossa empregada há 28 anos(nunca tirou férias, dorme em uma “cela” de  2x2m², com temperatura média de 34 graus com ventilador ligado, come na cozinha, e trabalha 7 dias por semana), mas é como se fosse da família”, é um pulo.

Assim vamos construindo nossa mitologia negra.

Mas onde rebaixamos nossas exigências de Zumbi, João Cândido, e tantos outros que frequentam o citado clube, exemplos de resistência permanente, para Joaquim Barbosa, retrato da domesticação? 

Então é este o sonho da negritude: selfmade men and women bastam?

É mais ou menos como a classe média negra estadunidense que se nega a enxergar o flagelo que persiste nos elevados e continuados números da política criminal dos EEUU, que leva 70% dos dois milhões de presos a serem negros, que por sua vez, nunca mais votarão ou conseguirão romper o ciclo da miséria, pois nunca mais conseguirão empregos chamados de “primeira classe”, condenados para sempre a empacotar compras em supermercados ou a entregar lanches em redes fastfood, cristalizando o permanente exército de reserva para a manutenção do sonho capitalista americano.

Para aquela classe média, tratam-se dos “loosers”, na estranha ética dos “winners”, que esquecem o quanto é nefasto atribuir a culpa pelo fracasso às pessoas e não ao sistema de desigualdades que as segrega.

Ironicamente, são estes “negros bem sucedidos” o maior esteio ideológico para a manutenção deste sistema de desigualdades, com raríssimas exceções.

Era disso que Martin Luther King falava? Era em Joaquim Barbosa que ele (MLK) mirava o seu “I have a dream”?

Como já disse, sou branco, e não posso responder estas questões sem correr o risco de cometer várias injustiças, por outro lado, renunciar ao risco é trilhar um caminho muito pior: o da indiferença.

Eu não nego aos negros, partindo da lógica que cultuo de abominar a sublimação de conflitos, a possibilidade de vingarem-se por séculos de exclusão, cusparadas, xingamentos, chicotadas, tiros à queima-roupa, tapas na cara, estupros, etc.

No entanto eu sigo perguntando: será que os negros não enxergarão a armadilha semiótica que está armada com a disseminação de um orgulho negro baseado em gestos e cacoetes fascistas, e que na verdade, o que se tem por trás disso tudo é apenas aumentar as desigualdades entre os próprios negros, e frear quaisquer chances de um modelo de inclusão mais isonômica?

Eu acho que sim.

Boa parte do que aconteceu ontem (inclusive a postura ridícula, mais compreensível, de Taís Araújo) é um jogo cuidadosamente encenado por uma minoria que alimenta a esperança de ter encontrado mais um capataz, mais um capitão-do-mato, como se cada paulada dada por este algoz interditasse o ódio de classe apenas pela cor de quem executa a ordem dada.

Festejar a posição de Joaquim Barbosa é como se aceitassem o encargo de exercerem os negros, eles mesmos, os preceitos racistas que os sufocam, iludidos com a tola esperança de que vale à pena porque a violência é praticada por um “igual”. Uma espécie de terceirização do ódio.

Os negros têm o direito de acreditar que se pintassem Hitler de pixe, como um Al Johnson trágico, os fornos ou as senzalas pareçam mais confortáveis.

Espero que não façam esta escolha, porém, como já disse, como branco e ocupante de estratos médios (ainda que da parte mais baixa) da sociedade, minha posição é cômoda.

Um feliz todos os dias a todos.

Holofotes!

Tão antigo o Renascença!  E só agora a visita ao club? Porque não há anos, já que mora no Rio? Sair do Leblon, para visitar um club onde negros são reverenciados seria degradante para quem se acha um rei? Realmente o homem gosta de holofotes! A mídia criou um monstro! Os negros não foram homenageados com essa visita, infelizmente! O intúito era aparecer para a platéia! Lamentável!

Bom relação à postagem

Bom relação à postagem original, está óbvio pq a visita do JB ao Renascença é notícia, mas as outras homenagens do Clube não são. Basta ver a reação aqui no Blog do Nassif! Se fosse a Zezé Motta a homenageada da vez, não haveria nem 5 comentários.

Mineiro samba e muito!

Mais uma prova que esse Joaquim nao é do ramo e nao sabe nada,sobretudo, de Minas nem do mineiro.

O mineiro  samba mesmo! E pro Quincas que nao deve saber nada dessa matéria, Ataulfo Alves,Ary Barroso,Geraldo Pereira, Noca da Porrtela ,Joao Bosco,Clara  Nunes….e mais uma infinidade de conterraneo de alta linhagem, levam o samba no pé e com desenvoltura,,destreza,responsa e outras cositas mas.

Portanto pra que mentir, é só tratar as coisas com sabedoria e naturalidade.

José Emílio Guedes Lages-Belo Horizonte

JB no Renascença

Quem pagou a passagem dele e de sua “entourage” para passar esses dias de lazer no Rio? Fomos nós?