Arthur do Val é cassado e declarado inelegível pela ALESP; feministas comemoram vitória contra o machismo

Johnny Negreiros
Estudante de Jornalismo na ESPM. Estagiário desde abril de 2022.
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Ex-membro do MBL, Do Val, mais conhecido como Mamãe Falei, não poderá se eleger a qualquer cargo público pelos próximos 8 anos

Arthur do Val segurando microfone
Foto: Reprodução/Facebook/Arthur do Val

Nesta terça-feira (17), Arthur do Val, mais conhecido como Mamãe Falei, ex-membro do MBL, teve seu mandato como deputado estadual cassado pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) e ficou inelegível por 8 anos. Todos os 73 parlamentares presentes no plenário da casa aprovaram a punição.

Arthur do Val em viagem de suposta ajuda humanitária
Arthur do Val em viagem pela qual foi acusado de turismo sexual. Foto: Reprodução/Instagram/@arhturdoval

A cassação ocorre após vazamento de áudios com falas misóginas e machistas de Do Val contra mulheres ucranianas refugiadas do conflito com a Rússia. Em março, ele esteve na fronteira da Ucrânia com a Eslováquia.

“[As mulheres ucranianas] São fáceis, porque elas são pobres. E aqui minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, mas eu colei em duas ‘minas’, em dois grupos de ‘mina’. É inacreditável a facilidade. Essas ‘minas’ em São Paulo, você dá bom dia e ela ia cuspir na sua cara, e aqui são super simpáticas”, disse Mamãe Falei em trechos do conteúdo vazado.

Lideranças feministas no combate ao machismo

Logo após a aprovação da cassação, a também deputada estadual Isa Penna (PCdoB), enalteceu a importância de se combater o machismo. Vítima de assédio pelo deputado Fernando Cury, Isa Penna disse que, desta vez, a ALESP deu um “recado à altura”.

Penna já foi vítima de dois episódios machistas na ALESP. Ela foi apalpada na região dos seios pelo deputado Fernando Cury, que recebeu suspensão como punição. Por causa da repercussão, o colega na Assembleia paulista, Delegado Olim (PP), declarou que “ela teve sorte”, porque “vai se reeleger” por conta do incidente. Após entrar com representação contra Olim, Penna viu o pedido ser negado por seis votos de parlamentares homens.

A ex-deputada federal Manuela D´Ávila, que concorreu à presidência em 2018 na chapa de Fernando Haddad, também se manifestou nas redes sociais. “A política não pode ser espaço para machistas e misóginos”, declarou.

No PSOL, a deputada federal Sâmia Bonfim também comemorou a decisão.

O outro lado

Por meio de nota da assessoria do ex-líder do MBL, Mamãe Falei disse que “a decisão do plenário da Alesp deixa claro que foi promovida uma perseguição contra Arthur do Val e que o motivo principal não era o seu mandato, ao qual já renunciou, mas sim retirá-lo da disputa eleitoral deste ano”.

“A desproporção da sua punição fica evidente já que a mesma Casa foi branda em relação a casos muito mais graves, como o do parlamentar Fernando Cury, que apalpou os seios de uma deputada e foi suspenso por apenas seis meses”, continuou o documento.

Com a cassação do mandato de deputado estadual, Arthur do Val não poderá se eleger para nenhum cargo público nos próximos oito anos.

Johnny Negreiros

Estudante de Jornalismo na ESPM. Estagiário desde abril de 2022.

1 Comentário

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  1. A Cleptocraca destes 92 anos é fantástica. Comemora 2 Crimes, na ânsia de seu Projeto Totalitário e Ditador. A CENSURA e a CRIMINALIZAÇÃO da LIBERDADE. Para que Constituição?? Só quando interessa, nos viés e ângulo que interessa?? Enquanto isto tem Deputado que passa a mão numa Mulher e fica impune. Fica impune enquanto o Líder da Câmara o apóia e ainda afirma que a Vítima foi beneficiada pelo Ato, na mais absurda cumplicidade. Ou seja a NecroPolitica, a Cleptocracia não condena o CRIME enquanto AÇÃO, mas condena o Verbo pelo Verbo. Deputadas e Parlamentares comemoram o que? Serem usadas mais de uma vez??? Pobre país rico. Entendemos porque Berta Lutz não fez escola no Brasil. Mas de muito fácil explicação.

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