Jornal GGN – São pelo menos seis os motivos de preocupação para a família presidencial no Rio de Janeiro, a ponto de levar Jair Bolsonaro a forçar a troca da superintendência da Polícia Federal no estado. A entrada de Tácio Muzzi – que não era nome da preferência pessoal do presidente – foi confirmada esta semana.
A maior parte dos motivos diz respeito a investigações que envolvem o filho Flávio Bolsonaro ou pessoas próximas, como o ex-assessor Fabrício Queiroz, e o deputado Helio Lopes. Um outro caso envolve a Receita Federal no Porto de Itaguaí, uma região de interesse das milícias.
(1) O primeiro caso, que acendeu o sinal amarelo no Planalto, é uma apuração da PF do Rio, anterior ao inquérito das rachadinhas, que também mira Queiroz. A investigação tramita na Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros da PF desde 2018 e, entre janeiro e março de 2019, “uma pessoa, cuja identidade é mantida em sigilo, foi convocada para depor” contra Queiroz. A defesa do ex-assessor pediu acesso aos autos, mas a Justiça negou, afirmando que Queiroz não é oficialmente investigado.
(2) O segundo caso é o inquérito embasado pelo relatório do Coaf, que apontou uma série de movimentações financeiras suspeitas de Queiroz, inclusive os 1,2 milhão de reais entre 2016 e 2017.
(3) O terceiro ponto seria a crise na delegacia da Receita Federal no Porto de Itaguaí. Nas redes, o delegado José Alex Nóbrega de Oliveira escreveu que o local é “fortemente dominado por milícias, sendo o porto um local de entrada de mercadorias ilegais.”
(4) Também irritou Bolsonaro uma menção a Hélio Lopes numa investigação sobre supostos crimes previdenciários de outro réu.
(5) O depoimento do porteiro de Bolsonaro no caso Marielle foi a gota d’água.
(6) Há ainda um inquérito eleitoral que apura se Flávio cometeu lavagem de dinheiro e falsidade ideológica ao declarar bens nas eleições de 2014, 2016 e 2018. O inquérito tramitou até março, quando foi enviado ao Judiciário com pedido de arquivamento por não ter encontrado indícios dos crimes apontados.
O levantamento foi feito pelo jornal O Globo.
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