As relações perigosas entre o TJSP e Geraldo Alckmin

 

O governo do Estado de São Paulo já estava sob suspeita em razão das roubalheiras no Metrô, CPTM e Sabesp. Recentemente, foi colhido em cheio pelas denúncias de desvio do dinheiro da Merenda Escolar. 

As matérias divulgadas pelos jornais e blogs sugerem que a quadrilha da Merenda capitaneada por um deputado tucano tinha ramificações dentro do Palácio dos Bandeirantes. Isto sem dúvida alguma levanta suspeitas sobre o próprio governador. Em razão do cargo que ocupa, Geraldo Alckmin tem foro criminal privilegiado no STJ. Mas compete ao TJSP julgar os atos governamentais do governador e os Secretários de Estado dele. Em razão disto, o TJSP deveria guardar distância das autoridades estaduais. Não é o que está ocorrendo.

Ao abrir o website oficial do TJSP no dia 23/02/2016 deparei-me com uma foto do sorridente Geraldo Alckmin http://www.tjsp.jus.br/Institucional/CanaisComunicacao/Noticias/Noticia.aspx?Id=30478. O comportamento dele na foto é semelhante ao de um dono de boca de fumo que pagou a proteção policial gritando para os comparsas “Aqui tá tudo dominado, mano. A boca é nossa!”.

A promiscuidade entre o Judiciário paulista e o governador do Estado de São Paulo é boa para o governador e péssima para o TJSP. Ao aproximar-se de um governante suspeito, o TJSP coloca em suspeição sua própria isenção para julgar atos governamentais e crimes cometidos pelas autoridades paulistas que tem foro privilegiado. 

O espetáculo grotesco dado pelo website do TJSP deve servir como um sinal de alerta. Creio que chegou o momento da OAB, do MPF e do CNJ tomarem alguma providência para evitar esta associação, que no fundo funciona como propaganda para Geraldo Alckmin. Mesmo sob suspeita, ele sempre ganha mais “legitimidade” ao aparecer no website do TJSP como se aquele Tribunal não fosse a casa da Justiça e sim um poleiro dos tucanos paulistas. 

 

 

 

PS: – Artigo revisado em razão do equívoco apontado por um comentarista na versão anterior. 

Fábio de Oliveira Ribeiro

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