Aula prática de populismo, com Jair Bolsonaro

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Em pronunciamento em Roraima, presidente convoca população para manifestações de 15 de março – que ele diz ser “pró-Brasil” quando, na verdade, é organizado por movimentos que defendem seu governo e contra o Congresso e o STF

Jornal GGN – O presidente Jair Bolsonaro praticamente ministrou uma aula prática de como funciona o populismo ao passar brevemente por Roraima, onde fez um pouso técnico enquanto se encaminha aos Estados Unidos.

De acordo com o jornal Folha BV, Bolsonaro deve se reunir com autoridades do Estado, incluindo o governador Antonio Denarium (sem partido).

Neste sábado, ele fez um breve pronunciamento à população local, mas que também pode ser interpretado como uma aula prática de como funciona o populismo. O pronunciamento foi registrado e divulgado nas redes sociais.

Em seu discurso, Bolsonaro diz que já levou “facada no pescoço por pessoas que não pensam no Brasil, e pensam apenas neles”.

O presidente também se colocou a favor das manifestações programadas para o dia 15 de março, onde chegou a convocar os presentes a irem para as ruas. ““Dia 15 agora tem um movimento de rua espontâneo, tem um movimento espontâneo, e um político que tem medo do movimento de rua não serve para ser político”.

Segundo Bolsonaro, tal movimento “quer mostrar a todos nós que quem dá um norte para o Brasil é a população. Não somos nós, os políticos, que dizemos para onde o Brasil deve ir, nós apenas conduzimos. Vocês, povo, que dizem para onde ele deve ir”.

Pode-se dizer que o pronunciamento de Bolsonaro é um exemplo prático do que a procuradora Deborah Duprat externou em artigo recentemente publicado no jornal Folha de São Paulo. “O “povo” então nasce quando o populismo sabe capturar uma insatisfação múltipla e plural e a dirige contra o Estado”, pontua a procuradora. “As instituições passam a ser vistas como locais de privilégio, de corrupção, de balbúrdia. Elas são, preferentemente, o inimigo, o outro”.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

4 Comentários

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  1. O que é estranho é porque essa visita a Roraima, justamente o estado que faz fronteira com a Venezuela no momento em que praticamente houve um corte de relações diplomáticas e a viagem fora da agenda para um encontro com Trump em Miami. E convoca para as manifestações contra o congresso quando o Senado é o único poder da república capaz de vetar uma declaração de guerra. Tem caroço nesse angu.

  2. Só um detalhe: a corrupção e os privilégios são reais, as instituições precisam ser questionadas, a política reformulada. Estas eram as bandeiras que o PT perdeu no caminho ao adotar o liberalismo da geleia geral. A extrema direita, esperta, canalizou com seus algoritmos a revolta popular contra o sistema. Na minha opinião, a esquerda ainda não entendeu este mundo. E sem entender fica sem rumo. Tragédia.

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