Bolsonaro, Adriano, Lessa, Queiroz, as suspeitas engavetadas em um país que perdeu o respeito

Como é que convive com a democracia, e com o pudor público, tendo um presidente da República sob permanente suspeita e as instituições da República inertes? É desmoralizante, general Mourão.

A política comporta certa dose de hipocrisia. Mas não há democracia que resista quando suspeitas graves são varridas para baixo do tapete, e os poderes da República aceitam passivamente.

Dia desses, o general da reserva Hamilton Mourão publicou um Twitter com as suspeitas sobre o governo da Venezuela (por conta própria disse que o presidente não foi eleito) e a convicção de que o governo brasileiro era diferente.

Como é que convive com a democracia, e com o pudor público, tendo um presidente da República sob permanente suspeita e as instituições da República inertes? É desmoralizante, general Mourão.

Confira os mistérios pós-carnaval

  1. A perícia nos 13 celulares do miliciano Adriano da Nóbrega, morto na Bahia. Essencial para reconstituir seus últimos contatos.
  2. A perícia, pela Polícia Federal, nas balas que mataram Marielle Franco. A identificação dos lotes das balas é essencial para mapear a sua origem.
  3. A perícia, pelo Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro, dos HDs do sistema de telefonia do condomínio de Jair Bolsonaro.
  4. As investigações sobre a presença de Carlos Bolsonaro no condomínio, no mesmo momento em que os assassinos de Marielle se reuniam para planejar o crime.
  5. Os laudos das empresas de telefonia sobre as ligações desses celulares.
  6. A condução coercitiva e a proposta de delação premiada para Fabrício Queiroz, o elo dos Bolsonaro com as milícias.
  7. O interrogatório de Ronnie Lessa, o provável assassino de Marielle Franco, e de Élcio Queiroz, que conduziu Ronnie até o local.
  8. O fim do inquérito sobre as rachadinhas de Flávio Bolsonaro.

Além disso, persistem os seguintes mistérios, não correlatos:

  1. O inquérito sobre as drogas apreendidas no avião presidencial.
  2. O caso do advogado recém formado que se tornou o preferido nos acordos milionários de delação subordinados ao juiz Marcelo Bretas.
  3. Os inquéritos envolvendo o advogado de delação da Lava Jato, Figueiredo Bastos, e as suspeitas sobre procuradores do Paraná.
  4. As acusações, com provas, do advogado Tacla Duran contra procuradores da Lava Jato e amigos do juiz Sérgio Moro.

 

Luis Nassif

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  1. ‘Vocês são gigantes’: diretor da Força Nacional parabeniza PMs do Ceará por motim

    por Hugo Souza – 02/mar/2020

    O diretor da Força Nacional de Segurança Pública, Antônio Aginaldo de Oliveira (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil).
    O diretor da Força Nacional de Segurança Pública, coronel Aginaldo de Oliveira, participou na noite deste domingo, 1º de março, da “assembleia” que decidiu pôr fim à “greve” de policiais militares do Ceará. Em um quartel de Fortaleza ocupado por PMs amotinados, o coronel Aginaldo dividiu um palanque com representantes de esposas de policiais, o advogado dos PMs, coronel Walmir Medeiros, e com o ex-deputado federal Cabo Sabino, principal liderança do motim.

    Aginaldo discursou para a plateia de policiais antes da votação, e após a reza de um Pai-Nosso e a execução do Hino Nacional. Ele parabenizou os PMs pelo motim:

    “É muita coragem fazer o que os senhores estão fazendo. Não é pra todo mundo. É aquela coisa: os covardes nunca tentam. Os fracos ficam pelo meio do caminho. Só os fortes conseguem atingir os seus objetivos. E vocês estão atingindo os seus objetivos. Vocês movimentaram toda uma comissão de poderes constituídos do estado cearense e do governo federal. Então os senhores se agigantaram de uma forma que não tem tamanho, e é o tamanho do Brasil que vocês representam”.

    Depois, o coronel Aginaldo se manifestou como se fosse mesmo parte da tropa amotinada, falando grosso com o governo de Camilo Santana, do PT, no Ceará:

    “Não serão covardes! Será covardia se o que foi pactuado não for cumprido. A gente acredita no que foi pactuado, no que está escrito, e voltaremos à paz. Acreditem: vocês são gigantes, vocês são monstros, vocês são corajosos; demonstraram isso ao longo desses dez, onze, doze dias que estão aqui dentro desse quartel, em busca de melhoria da classe, e vão conseguir. Vão conseguir! Sem palavras para dizer a coragem que vocês estão tendo ao longo desses dias”.

    Durante os dez, onze, doze dias de motim de policiais militares, o Ceará registrou uma média diária de 28 assassinatos. Antes do motim, a média era de oito. Na última quinta-feria, 27, a Secretaria da Segurança Pública do Ceará anunciou que não divulgaria mais os números de homicídios no estado durante o motim. Durante o motim, um senador da República foi baleado por tiros disparados de dentro de um quartel.

    ‘Um ponto de inflexão na história do Brasil’
    Falando aos PMs na noite deste domingo, o coronel Aginaldo de Oliveira usou um argumento curioso para pedir o fim do motim: “se os senhores não votarem, essas mortes atingirão os nossos amigos, os nossos familiares, os nossos entes queridos”.

    Antes do discurso do coronel Aginaldo de Oliveira, o advogado dos PMs, Walmir Medeiros, que é coronel reformado do Exército, disse do alto do palanque que “este movimento que aconteceu aqui vai ser um ponto de inflexão não na história do Ceará, mas na história do Brasil”.

    Está logo abaixo, no fim do artigo, o vídeo com o discurso do coronel Aginaldo de Oliveira, “caveira 80 do Bope do Rio de Janeiro”, cearense e recém-casado com deputada Carla Zambelli, do PSL. Sergio Moro foi padrinho e, no casamento, discursou e dançou La Vie En Rose.

    No vídeo, Aginaldo começa a discursar no minuto 6:40.

  2. A lista acima está incompleta. Por exemplo, deixou de lado as diversas e esquecidas ações de Moro onde a Lei é ferida de morte, o assassinato de civis pelo exército, a impunidade da corrupção do Tucanato e por aí vamos.
    A questão aqui não é discutir se o Brasil é mais ou menos democrático que a Venezuela. Isso é pura semântica. Fala-se em golpe, auto golpe e na defesa da Democracia. Isso, também, é uma discussão inócua.
    A questão central é que no Brasil o regime democrático é pura aparência. A argumentação usada para negar o fato é “as instituições estão funcionando”. Funcionar, no sentido de estar em atividade não implica em funcionar no exercício da missão institucional e do cumprimento dos objetivos. Nesse sentido, há de concordarmos que as instituições estão desfuncionais. É dispensável discorrer sobre os fatos que comprovam tal conclusão, basta recorrer aos exemplos dados no artigo. Não há, nem haverá golpe, porque o golpe está aí, em pleno curso e dizendo para o que veio. Só não enxerga quem não quer.
    Há resistência democrática, é importante e necessária, mas está distribuída em bolsões e isolada. É desconexa e reativa. Não conseguiu, até então, mobilizar a opinião pública. Logo, todo os tipos de ataque contra os direitos civis, ilegais e contra os interesses do País e da Nação seguem em curso. Inclusive, com o auxílio dessas instituições e com o apoio de parte da sociedade e da imprensa corporativa.
    Portanto, reitero, essa discussão é inócuo e destina-se apenas a criar mais polêmica, outro factoide, outra manobra diversionista que, criando sucessivas reações da oposição, vem ocupando as machetes, prendendo a atenção das pessoas e mantendo essa nau de insensatos no curso planeado.

  3. Toda essa coligação de autoridades dos três poderes, aliadas ao silêncio conivente e participativo da grande mídia, mostram ao mundo toda a seletividade, toda a parcialidade, todo o partidarismo, toda a covardia e toda negação aos deveres e as normas de conduta, que criminosamente e impunemente causam danos gravíssimos aos cargod e as instituições que muito mal repredentam. Naturalmente, como sempre acontece, muita conversa pra lá, outras para cá e no final, as divisões operacionais do corporativismo infalível e moralmente corrupto entram em cena, para exercitarem suas seletividades e parcialidades, em prol da manutenção do autoritarismo dos cargos e da secular ação entre autoridades amigas, para o bem de todos e todas.

  4. Ora, é um país governado pelos interesses dos abutres do mercado, logo, quem se acumplicia ou protege bandidos é bandido também…..
    O Brasil é um país tomado por larápios em todas as instituições, gente descarada, sem pudor, sem vergonha, canalha, vendida, loucas de pedra, malucos sendo levados a sério quando deveriam estar enjaulados e separados do convívio social….
    E os larápios do mercado são tudo isso acima e mais alguma coisa…..

  5. Gastamos o tempo inutilmente colocando inúmeros argumentos que servem para expressar a nossa disconformidade e indignação com este governo de DELINQUENTES.
    Mas, esquecemos da CAUSA.Estes delinquentes que hoje asolam a nossa vida ,são CONSEQUÊNCIA.
    E qual é a causa?talvez possa ser respondida com uma pergunta : —-por que vcs cidadãos brasileiros comúns ,com maior ou menor acesso a Educação ,não foram enganados pela maciça manipulação montada para destruir a Democracía?—– por que outros em sua mesma condição foram enganados e são até hoje?
    Eis um dos grandes males do nosso país,ele é povoado maioritariamente por uma massa ignorante ,imbecil e preguiçosa.É daí que surgem este monstros que nos atormentam.
    Se nada for feito no sentido de alterar esse padrão ,persistiremos em gerar outros bolsonaros no futuro.

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