Bolsonaro usa expressão nazista para atacar a imprensa, lembra Jamil Chade

"A imprensa que mente", a estratégia utilizada pelo regime autoritário de Adolfo Hitler contra a oposição agora é a arma de Bolsonaro

Jornal GGN – Durante transmissão ao vivo nesta quinta-feira, 27 de fevereiro, Jair Bolsonaro se apropriou de expressão popularizada pelo regime autoritário de Adolfo Hitler para atacar a imprensa. Em sua coluna desta sexta-feira, 28, publicada no UOL, Jamil Chade lembra que a “‘Imprensa que mente’ foi instrumento nazista, senhor presidente”

O texto lembra que o termo ‘Lügenpresse’, em português ‘imprensa mentirosa’, surgiu no começo do século 20, “mas foram os nazistas que se apropriaram do termo como parte de sua arma para silenciar a oposição ou simplesmente a imprensa livre”.

Na Alemanha nazista, as ações que traziam a público o autoritarismo do regime eram sempre podadas com a mesma frase: “a imprensa que mente” é a inimiga do povo. No Brasil, a cena se repete.

“No caso do Brasil, a ofensiva de mentiras não se limita ao presidente e suas lives. Na ONU, um país que não existe foi promovido nesta semana pelo governo”, escreveu o colunista. 

Jamil Chade explicou o episódio em que a embaixadora do Brasil na ONU, Maria Nazareth Farani Azevedo, critica de forma presunçosa a alta comissária da ONU, Michelle Bachelet, que a denunciou o desmonte dos direitos humanos no Brasil. Para defender Bolsonaro, Maria Nazareth chegou argumentar que o programa de proteção do governo para ativistas foi ampliado para incluir jornalistas. 

“Ela, porém, não citou as ofensas sexuais do presidente contra a jornalista Patrícia Campos Mello e nem as bananas dadas à imprensa. Mas a embaixadora tem sua recompensa: além de ter recebido um telefonema de Bolsonaro no ano passado para agradecê-la por seu comportamento, ela é aplaudida efusivamente pelo bolsonarismo mais radical e ignorante”, lembrou Jamil Chade.

O texto traz à tona o peso das expressões utilizadas por Bolsonaro e alerta que “estamos sob ataque. A liberdade está sob ataque”. Para Jamil Chade, cabe a todos o enfrentamento deste episódio. “A história não nos poupará de críticas se não tomarmos a iniciativa de, diariamente, denunciar a deriva autoritária”. 

Redação

2 Comentários

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  1. Jamil Chade é um jornalista sério e competente. Não é ironia nem contestação, entendo perfeitamente seu ponto de vista e concordo com ele, mas há uma outra interpretação para o título de seu artigo, tão real quanto ao pretendido : imprensa que mente É um instrumento nazista usado hoje em Pindorama, não a imprensa que o presidente ataca mas a que o apoia. E tem as piores, as falsas e hipócritas, que mesmo quando atacam estão mentindo, só para abrir caminho para as mentiras que defendem quando apoiam. Esclarecimentos ? É só ir ao Xadrez do Nassif, diversos, particularmente o último.

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