Brasil faz uso desigual das tecnologias sociais em saúde na pandemia, diz presidente da Fiocruz

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Nísia Lima fala com exclusividade ao GGN sobre a trajetória centenária da Fiocruz, a vacina de Oxford e a falta de política nacional de testagem contra covid-19

Jornal GGN – Nisia Trindade Lima é a primeira mulher na presidência da Fundação Oswaldo Cruz, uma das instituições brasileiras mais relevantes na produção de medicamentos, vacinas e testes diagnósticos. No final de junho, a Fiocruz foi anunciada como parceria da Astrazeneca na avaliação final e produção da vacina contra coronavírus desenvolvida pela Universidade de Oxford.

Em entrevista exclusiva ao jornalista Luis Nassif, na TV GGN, Nisia abordou a trajetória secular da Fiocruz, o desenvolvimento da vacina de Oxford e sua distribuição e a falta de uma política nacional de testagem na pandemia. 

Segundo Nisia, desde que o curso da pandemia começou a ficar mais evidente no Brasil, técnicos do Ministério da Saúde passaram a debater os dados que projetavam a tendência de interiorização do vírus, algo que se confirmou mais ao final de junho em diversos estados.

Com Luiz Henrique Mandetta e depois Nelson Teich no comando da Pasta, os especialistas da Fiocruz sugeriram o uso das equipes de Saúde da Família na testagem e rastreamento de casos de covid-19 nas cidades do interior. Mas, na prática, essa estrutura já existente no SUS não foi articulada em nível nacional.

“Acho que isso é um processo complexo, mas além dos instrumentos de alta tecnologia, que é o caso dos testes moleculares, as tecnologias sociais em saúde que o Brasil desenvolveu tão bem, elas devem ser utilizadas nesse processo. Isso tem acontecido de maneira desigual no Brasil, mas onde acontece, tem se mostrado bastante eficiente como medida”, avaliou.

A testagem no Brasil “ainda não se tornou política nacional”, mas “tem avançado” na visão da presidente da Fiocruz. “Esperamos que com o aumento de produção de testes e toda a logística que está sendo organizada, que se possa dar um salto na produção da testagem.”

Sobre a distribuição da vacina de Oxford, Nisia comentou que “ela vai ser definida pelo Programa Nacional de Imunizações [do Ministério da Saúde], certamente para grupos mais expostos e vulneráveis como prioridade. Mas como temos capacidade de produzir, a tendência é atender a toda a população.”

Assista a entrevista completa abaixo:

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

1 Comentário

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  1. Excelente entrevista. Professora Nísia Trindade mostra com muita clareza os grandes resultados dos investimentos já realizados em pesquisa, ciência e tecnologia no âmbito da Fiocruz, ao mesmo tempo que evidencia a extrema relevância do país tratar suas instituições de pesquisa, de produção de ciência, tecnologia e insumos como seus grandes ativos nacionais.

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