Brasil Milênio aborda o humanismo como centro da política na TV GGN

Luis Nassif entrevistou o pesquisador Renan Aguiar, da Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense (UFF) e do Departamento de Direitos Humanos e Saúde da ENSP-Fiocruz

Reprodução/TV GGN

Jornal GGN – O pesquisador Renan Aguiar, da Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense (UFF) e do Departamento de Direitos Humanos e Saúde da ENSP-Fiocruz, discutiu os efeitos da apropriação de conceitos históricos, como o humanismo e o iluminismo, na conjuntura política contemporânea, no episódio desta terça-feira, 8, da série Brasil Milênio, comandada por Luis Nassif na TV GGN

O debate teve como pano de fundo um dos ensaios que compõem o livro “Utopias para Reconstruir o Brasil”, que tem Aguiar como coordenador. 

Um dos pontos de destaque levantados pelo pesquisador é a transferência de conceitos históricos para o momento atual. “Usar conceitos, ideias, de forma anacrônica nos induz a erros brutais”, uma vez que “estamos lidando com contexto histórico distinto do nosso e uma sociedade distinta da nossa”, explicou. 

“Um conceito muito genérico serve para ilustrar um discurso, legitimar um discurso, mas esse seria um discurso pouco fértil, porque ele não traz junto de si uma solução ou um conjunto de propostas para soluções postas no nosso tempo histórico”, continuou. 

“Então, não é possível que nós possamos trazer do passado, algo sem uma mediação minimamente filtrada e ter uma certa honestidade intelectual no uso desses conceitos”, completou.

No entanto, Aguiar afirmou que filtrar esses conceitos, não significa excluí-los, o importante é trazê-los para o centro do debate, a fim de aplicá-los com êxito. “Não podemos ser absolutamente radicais, não podemos considerar a impossibilidade de um diálogo com um contexto histórico passado. Considerar esse diálogo algo impossível é nos impor ao tempo presente a incapacidade de reelaborar e aproveitar a reelaboração que no decorrer dos anos foi feita, para tentar modificar o nosso momento, o nosso contexto e resolver os problemas que temos postos”, disparou. 

Aguiar também apontou que conceitos como o humanismo e o iluminismo são pontos simbólicos e que já “fazem parte do nosso patrimônio sensível cultural e intelectual comum”. “Ainda que essas noções que nós tenhamos partilhado não necessariamente correspondam aos últimos estudos, eles estão postos e fazem parte do nosso patrimônio. O humanismo nos serve, ele é interessante para repensar o contexto contemporâneo”, explicou.  

Entre as particularidades do humanismo e iluminismo, Aguiar falou sobre conceitos como a virtude pública, o moralismo e a politização do judiciário, sendo este último fruto da incapacidade dos parlamentos sobre temas sociais. 

“Do ponto de vista de um projeto político, percebemos que há um modelo de estado social que começa a se dissolver em conjunto com a incapacidade dos parlamentos servirem como um eco de debate político de manutenção de garantias constitucionais”, pontuou. 

Confira o programa na integra:

Redação

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