Coligação de Lula aciona TSE contra “falso apoio” do satanista do Tik Tok

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

Associar Lula ao satanismo é “propaganda eleitoral negativa, difamatória e injuriosa”, diz defesa da coligação

A coligação Brasil da Esperança, que sustenta a chapa presidencial Lula-Alckmin, acionou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta terça-feira (4/10) contra um vídeo do tik toker Vicky Vanilla oferecendo “falso” apoio a Lula e associando o petista ao satanismo, na tentativa de prejudicar sua votação junto ao eleitorado cristão. A armação tem sido disseminada em massa nas redes bolsonaristas.

A ação mira também o senador Flávio Bolsonaro, a deputada federal Carla Zambelli, o músico Roger Rocha Moreira, os blogueiros Gustavo Gayer e Bernardo Kuster, além de outros nomes ligados a Bolsonaro que divulgaram o vídeo em suas redes sociais. Nas postagens, foram acrescentadas injúrias e difamação ao ex-presidente Lula.

No vídeo que viralizou primeiro no TikTok, um homem que se apresenta como um “satanista” demonstra um falso apoio a Lula. A Coligação Brasil da Esperança aponta que o mesmo homem havia se mostrado contrário ao candidato do PT duas semanas antes, em outro vídeo.

A representação diz que na “formação religiosa judaico-cristã predominante na sociedade [brasileira], a figura de satanás e suas derivações é responsável pela ruptura de laços familiares, pela enfermidade que acomete o corpo, pelo término de relacionamentos conjugais, pelo insucesso financeiro, pelo aprisionamento espiritual e depravação moral, pelo profano e pelos mais diversos tipos de sofrimento da alma.”

“A intenção nefasta dos representados é vincular o candidato [Lula] vítima de tais mentiras ao mais alto grau de reprovabilidade cristã (repita-se, larga maioria do eleitorado): o pecado e o seu ordenador, satanás.”

Vanilla, na visão dos advogados, agiu “sabendo que isso prejudicaria o candidato [Lula] em razão de, deliberadamente, defender a figura do anticristo”, na intenção de “prejudicar” o petista.

“(…) utilizar, reiteradamente, dos caminhos religiosos para macular a figura do candidato Luiz Inácio Lula da Silva pela vinculação ao ‘demônio’ representa inquestionável e inaceitável propaganda eleitoral negativa, difamatória e injuriosa”, afirmam os advogados.

Para a coligação, “a tentativa de atrelar a imagem de Lula da Silva ao demônio, embora não inédita, possui em si um grave potencial de dilapidar ilicitamente o apreço do eleitorado pela simples existência da candidatura.”

A coligação pede, na ação, que as postagens nas redes Twitter, TikTok, Instagram e Facebook sejam removidas imediatamente, com aplicação de multa para todos que veicularam desinformação.

Também solicita que a plataforma TikTok identifique o responsável pelo vídeo que tenta vincular a candidatura do PT ao “satanismo”. Os advogados pedem ainda que os representados sejam proibidos de veicular a desinformação em qualquer meio de transmissão.

Leia a ação abaixo:

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