Jornal GGN – O epidemiologista britânico Adam Kucharski afirmou em entrevista divulgada nesta segunda (21) que a pandemia do novo coronavírus ainda deve mudar a nossa rotina por mais um ou dois anos.
“Acredito que por um ou dois anos ainda teremos nossa rotina afetada, talvez bastante afetada. A esperança é a de que teremos uma vacina que possa proteger, sobretudo, os grupos de risco na primeira metade do ano que vem. Mesmo que a transmissão continue ocorrendo, não vamos ver tantas internações, com o impacto que elas tiveram neste ano”, disse. As informações são do jornal O Globo.
Segundo Kucharski, “em algumas partes do mundo, que tiveram muita dificuldade em controlar o vírus, como alguns lugares da América Latina e da Ásia, onde muitos grupos de jovens foram infectados”, uma “certa imunidade” será construído e isso pode frear a transmissão e reduzir o impacto de uma segunda onda nesse lugares.
“No longo prazo, suspeito que isso acabará se tornando outro vírus global como os de resfriado comum, para o qual os idosos já têm alguma imunidade e pessoas mais jovens adquirem infecções mais amenas”, comentou.
Ele ainda disse que apesar da extensão da pandemia, “houve um refinamento da compreensão do que é um ambiente de risco para transmissão do vírus” e que o lockdown só é opção quando “não sabemos onde está o risco”.
“Agora há uma consciência maior de que alguns ambientes são bem mais arriscados que outros. Não se trata apenas de manter uma determinada distância. O que conta é se o local é fechado, com quem você interage, qual o tipo de atividade naquele ambiente. Não estamos mais vendo fechamentos de escala nacional”, entendeu.