Covid de Jair Bolsonaro abafou depoimento de Flávio no caso Queiroz

Senador prestou depoimento por videoconferência, um ano e meio depois de ter sido convocado pelo Ministério Público do Rio

Jornal GGN – Enquanto Jair Bolsonaro chamava atenção da mídia com seu teste positivo para coronavírus e a propaganda da cloroquina, o senador Flávio Bolsonaro prestava depoimento ao Ministério Público no chamado caso Queiroz, sobre o esquema de rachadinha em seu antigo gabinete na Assembleia do Rio de Janeiro. O depoimento foi colocado sob sigilo.

O depoimento de Flávio ocorreu na terça (7), no mesmo dia em que Bolsonaro anunciou que está com covid-19. A audiência ocorreu 18 meses depois de Flávio ter sido convocado para depor pela primeira vez, em janeiro de 2019. A nova defesa do hoje senador mudou de estratégia e pediu para que Flávio pudesse depor agora, para “esclarecer” os fatos e evitar que sua esposa, Fernanda, seja convocada.

“O senador Flávio Bolsonaro foi ouvido, nesta terça-feira (7), pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. O depoimento atende a pedido feito pela defesa, que quer restabelecer a verdade. O conteúdo da audiência, no entanto, está em segredo de Justiça e será preservado. Com todos os fatos esclarecidos, a esposa do parlamentar, Fernanda Bolsonaro, não prestará depoimento. A defesa do senador reafirma que Flávio Bolsonaro não praticou qualquer irregularidade e que confia na Justiça”, escreveu a defesa em nota à imprensa.

Quando o ex-assessor de Flávio, Fabrício Queiroz, foi preso em junho, o MP-RJ afirmou que o hoje senador é o comandante do esquema de corrupção que desviada parte do salário de seus ex-funcionários e assessores fantasmas. Queiroz era quem recolhia o dinheiro. Parte do montante foi usado pra bancar despesas pessoas da família de Flávio, como escola particular das filhas e plano de saúde. Fernando também recebeu em suas contas uma transferência de mais de R$ 20 mil feita por Queiroz.

Segundo O Globo, o depoimento de Flávio ocorreu por videoconferência aos promotores do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc), que investiga o caso desde março de 2019.

Flávio chegou a prestar alguns esclarecimentos por escrito, em março do ano passado, e sua defesa moveu recursos para tentar barrar a investigação pelo menos 9 vezes. Com a prisão de Queiroz, Flávio perdeu o advogado Frederick Wassef, que vinha abrigando o ex-assessor em uma casa em Atibaia.

A última vitória de Flávio foi conseguir tirar o processo das mãos do juiz Flávio Itabaiana, da primeira instância, porque o TJ-RJ entendeu que ele tem direito a foro privilegiado.

O desembargador Milton Fernandes de Souza deve se tornar o relator da investigação no Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ).

Redação

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