Currículo do Capitão Adriano inclui prisões e homenagens de Flávio Bolsonaro

Ex-capitão do Bope, Adriano da Nóbrega foi expulso por ligação com a contravenção; senador o homenageou duas vezes quando era deputado no Rio de Janeiro

Jornal GGN – O ex-capitão Adriano da Nóbrega, morto neste domingo (09/02) após troca de tiros com policiais na madrugada deste domingo, contabilizava três prisões e solturas e duas homenagens do hoje senador Flávio Bolsonaro.

A primeira prisão preventiva ocorreu em janeiro de 2004, pelo homicídio do guardador de carros Leandro dos Santos Silva. Enquanto ele ainda estava preso, em junho de 2005, Flávio Bolsonaro o considerou merecedor da Medalha Tiradentes, mais alta honraria da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

O então deputado estadual também homenageou o policial dois anos antes, quando apresentou moção de louvor em seu favor. Segundo Flávio Bolsonaro, Adriano desenvolvia sua função com “dedicação, brilhantismo e galhardia”. Jair Bolsonaro foi outro que o defendeu em discurso na Câmara dos Deputados em 2005.

Oito meses depois da absolvição de Adriano, em 2007, sua mulher, Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega, foi nomeada assessora do gabinete de Flávio na Alerj, onde ficou empregada até o fim de 2018.

A segunda prisão veio em 2008, um ano depois da absolvição, por tentativa de assassinato do pecuarista Rogério Mesquita. Ele foi solto um mês depois, após o fim do prazo da prisão temporária.  A terceira prisão o ocorreu em 2011, na Operação Tempestade do Deserto, resultado das investigações da mesma tentativa de assassinato que resultou numa denúncia contra os envolvidos. A relação com bicheiros, contudo, levou Adriano a ser exonerado da Polícia Militar em janeiro de 2014.

Em abril de 2016, a mãe de Adriano, Raimunda Veras Magalhães, se tornou a segunda da família a ser nomeada assessora do gabinete de Flávio na Assembleia. Raimunda e a mulher do ex-policial militar foram exoneradas no mesmo dia, em 13 de novembro de 2018, a pedido. O senador afirmou que o responsável pela contratação delas foi Fabrício Queiroz, que assumiu o fato.

Queiroz é o ex-assessor do senador investigado por lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio, e se tornou alvo do MP-RJ após o Coaf (Conselho de Controle das Atividades Financeiras) identificar uma movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão em sua conta bancária entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Raimunda Veras Magalhães e Danielle da Nóbrega estão entre as pessoas identificadas como depositantes.

O ex-policial também era suspeito de integrar um grupo de assassinos profissionais do estado e de estar envolvido no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Gomes, em março de 2018. Adriano ficou foragido desde então, até ser encontrado e morto neste domingo no município de Esplanada (BA). As informações são do jornal Folha de São Paulo.

Redação

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