Jornal GGN – O Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin), coordenado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), recebeu 1.272 relatórios de inteligência produzidos por órgãos governamentais, com o objetivo de repassar informações estratégicas ao Palácio do Planalto para auxiliar na tomada de decisões.
Os números contradizem o presidente Jair Bolsonaro, que recentemente declarou que não estava recebendo informações eficientes e que precisava de um sistema “privado” de inteligência que funcionaria melhor.
Informações do jornal O Globo mostram que, segundo dados do Sisbin, o sistema registrou o recebimento de 951 documentos de inteligência em 2019 e 321 até agora no ano de 2020. Conforme a área de informação, os relatórios foram encaminhados ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República ou aos setores de inteligência dos ministérios do governo federal.
Apenas a Polícia Federal produziu 54 documentos de inteligência em 2019, e 11 neste ano. Segundo a classificação feita pela Polícia Federal, os relatórios de inteligência encaminhados em 2019 tratavam de temas como crime organizado (16), fluxos migratórios (15), terrorismo e extremismo violento (13), contrainteligência (5), conflitos (3), processo decisório e Estado democrático de Direito (1) e segurança cibernética.
A entidade responsável por definir o encaminhamento das informações é justamente a Abin, atualmente comandada por Alexandre Ramagem, que Bolsonaro tentou indicar para comandar a PF, mas foi barrado por uma decisão do Supremo Tribunal Federal.