Delação de Palocci não tem “farto lastro documental” e PF busca provas, admite Globo

O pé atrás com a delação é tão evidente que, diferentemente do que ocorre com outros colaboradores, Palocci não terá benefícios legais enquanto sua delação não se mostrar eficaz para o Judiciário

Jornal GGN – É destaque no jornal O Globo deste domingo (1º) que a Polícia Federal precisou traçar uma “estratégia” de investigação, que já resultou em cerca de 10 inquéritos instaurados, para procurar provas que corroborem a delação do ex-ministro Antonio Palocci.

De acordo com o jornal, a própria PF admite que as acusações feitas por Palocci estão sem “sem farto lastro documental” – uma visão que já teria feito a turma de Curitiba rejeitar o acordo de cooperação com o ex-petista – e que, por isso, o acordo prevê que ele não terá benefícios enquanto a delação não se provar eficaz para o Judiciário.

O GGN prepara uma série inédita de vídeos sobre a interferência dos EUA na Lava Jato. Quer se aliar a nós? Acesse: www.catarse.me/LavaJatoLadoB

Ainda segundo o diário, a operação que a PF deflagrou em 23 de setembro tinha como objetivo colher qualquer prova para endossar a delação de Palocci.

Além disso, a PF também vasculha documentos já apreendidos durante a Lava Jato na busca e apreensão contra Palocci e outros personagens, como o ex-presidente Lula e o pecuarista José Carlos Bumlai. A colaboração da Odebrecht também tem sido analisada para a mesma finalidade.

Tentando amenizar as críticas pela falta de provas, a PF disse ao jornal que delação é “meio de prova”, e que o delator não tem obrigação de trazer sozinho documentos que corroboram tudo o que disse. Mais: “pela posição hierárquica e política do criminoso colaborador, alguns dos fatos cometidos por Antonio Palocci Filho só podem ser provados, diretamente, pelo seu testemunho.”

O Globo também pontuou que, para a PF, “provar a eficácia da delação de Palocci se tornou um desafio ainda mais relevante”, pois “significava dar uma resposta ao MPF [Ministério Público Federal]”, que não aceita que os policiais possam fazer acordos de cooperação.

 

Redação

6 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Está ficando cada vez mais difícil de entender…
    se o delator foi coator e executor ao mesmo tempo, o que mais querem conseguir com a investigação, um documento que o obrigue a testemunhar contra ele mesmo?

    se lá como for, difícil ou fácil, o que salta aos olhos é uma capacidade investigativa cujo valor prático mostra-se menor do que o teórico.

    Será que condenam as pessoas com o uso de equações equilibradas e não de provas?

  2. Sra. PF, pela posição hierárquica e política do inocente colaborador, alguns dos fatos NÃO cometidos pelo presidente Lula, podem ser comprovados pela não existência de provas em contrário, e diretamente, pelo seu testemunho.

  3. Ou seja, se pode falar qualquer merda que, mesmo sem provas, vale para que a turma envolvida no conluio crie o máximo de inferências na reputação de alguem, principalmente se este alguem for Lula.
    Enquanto isso, apesar da existencia de provas bem mais robustas, Aecio, Temer, Serra, mulher do Cunha, Aloysio, Queiroz, etc, circulam tranquilamente.
    Um dia haverá de surgir provas robustas que irão penalizar todos que, desde o golpe, verdadeiramente vêm arrebentando com reputações e com o Brasil

    1. É por isso que acredito que nos acordos de delação premiada colocaram uma exigência, a proibição de que não houvesse relatos sobre a corrupção que já existia nos governos anteriores

      tomara que o Intercept encontre algum diálogo que leve a confirmação de que esta proibição realmente existiu. Algo completamente fora do que a lei aponta como sendo uma delação efetiva

  4. Acredito que como principal executora das ilegalidades que a operação lava jato e demais segmentos do judiciário tramaram contra Lula e, também, pelo fato de ser um dos órgãos que mais perde a credibilidade e o respeito, com as revelações publicadas pelo The Intercept, que, por sua vez, traz a tona o criminoso plano que foi posto em prática por uma coligação golpista, que reunida em forma de uma quadrilha de malfeitores, usou de todos os meios sujos, porém disfarçados de legais, para tirar Lula da disputa eleitoral e seguirem com sua trama bandida de tomada do poder. Então, desesperados com os sinais de ruína do castelo de areia que foi construído pelas estúpidas justificativas da PF, em razão da delação feita pelo fanfarrão e oportunista Palocci, resolveram em meio a trapalhadas, cabeçadas e um aumento do prejuízo material e financeiro que as operações sem causas concreta da PF causam ao erário publico, atirar mais uma vez no escuro e denegrir mais ainda a imagem, a seriedade e o orgulho de uma instituição que foi construída de é conquista através do trabalho de agentes sérios, capazes e com prometidos com a ética, a moral e o respeito às normas e as leis a que se submeteram por juramento.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador