Denise Abreu: o lobby que ajudou na tragédia da TAM

Acusada por maior tragédia da aviação no País diz que procurou juíza para impedir monopólio

Ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil foi interrogada nesta sexta-feira sobre o acidente do voo JJ3054, em 17 de julho de 2007, que deixou 199 mortos

14 de fevereiro de 2014 | 23h 18

A ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Maria Ayres Abreu disse nesta sexta-feira, 14, em interregatório sobre o acidente do voo JJ3054, em 2007, que deixou 199 mortos no Aeroporto de Congonhas, que procurou uma juíza federal do Tribunal Regional Federal da 3.ª Região  para evitar que a companhia TAM tivesse  monopólio aéreo na cidade de São Paulo. Denise e outros dois dirigentes da TAM na época do acidente são acusados pelo Ministério Público Federal (MPF) de atentado contra a segurança do transporte aéreo.

Denise foi denunciada por supostamente ter procurado uma juiza federal de segunda instância do tribunal para convencê-la a liberar a pista de Congonhas, depois que o MPF havia conseguido uma liminar (decisão provisória) para impedir o funcionamento do local por falta de segurança com base em relatos de problemas de pouso.

De acordo com a denúncia da Promotoria, ela teria inserido no processo uma instrução normativa que não havia sido aprovada para convencer a juíza a permitir os voos na capital. Por esse incidente, Denise também foi denunciada por falsificação de documento e uso de documento falso em outro processo que corre na Justiça Federal.

Explicação. A ex-diretora afirmou que a liminar impedia o acesso de aeronaves Fokker 100, Boeing 737-700 e Boeing 737-800 no Aeroporto de Congonhas, o que poderia privilegiar a TAM, que tinha Airbuses. “Nós iríamos, com a decisão judicial, dar o monopólio do maior aeroporto da América Latina, para uma só empresa”, disse ela. “Ou o aerporto seria fechado para todos ou que fossem adotadas outras medidas, como limitação de passageiros, carga ou combustível”. Ela explicou que seu papel seria apenas de fornecer informações técnicas para alertar o tribunal sobre questões de mercado e não entrou no mérito da segurança no aeroporto com a Justiça.

“Nunca houve um relatato formal, quer seja da torre de comando da Infraero, da Aeronáutica, para a diretoria da Anac, que desse conta de problema de pista, não só em Congonhas, como no resto do País” , afirmou Denise, após ser questionada se participou de reuniões ou teve informações sobre a situação de perigo para os vôos em São Paulo.

Caso. A maior tragédia da aviação brasileira deixou 199 mortos no Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo. A aeronave, um Airbus A320, vôo JJ 3054, partiu de Porto Alegre às 17h16 e pousou em São Paulo às 18h48 do dia 17 de julho. Todos os 187 passageiros e tripulantes a bordo morreram depois que o avião da TAM atravessou a pista e bateu contra um galpão da mesma empresa. Outras 12 pessoas que estavam no prédio da companhia morreram quando a aeronave atravessou a Avenida Washington Luís.

Entre as causas do acidente, segundo relatórios técnicos, estão a falta de grooving (rachaduras antiderrapantes) na pista, que havia sido liberada 20 dias antes, e o não funcionamento de reversos (sistema de freio da aeronave).

 

Luis Nassif

17 Comentários

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  1. Ano eleitoral, assim será:

    Ano eleitoral, assim será: qualquer um que já tenha falado mal ou feito acusações contra Dilma será ressuscitado (a). Será que Denise já achou a agenda perdida?

    Aguarda-se para breve a republicação das fotos do dinheiro dos aloprados e novos capítulos do caso Celso Daniel.

  2. Mentira

    A falta de grooving foi a tentativa de golpe da Globo contra Lula, chamando nosso presidente de assassino. Por esta tentativa de golpe, o analfabeto reporter global Bocardi ganhou Nova York, segundo PHA. O acidente realmente ocorreu por que o Airbus decolou com os tanques até a tampa em Porto Alegre, o querosene era mais barato lá, e totalmente carregado de passageiros e bagagens e malotes, transformando o avião em transporte de carga e passageiros. A falha do reverso, procedimento errado do piloto que a própria Airbus recomendou correções depois mais o peso excessivo do avião acasionou a saída da pista e o acidente.

    1. Grooving

      Grooving nenhum iria ajudar no pouso daquele avião! sem reveso , uma tubina acelerando e outra freando, sem freio aerodinâmico, mantendo a sustentação aerodinâmica que diminuia a efIcieñcia do freio mecânico que atua nas rodas. Quando o piloto pousou naquelas circuntâncias o avião  já estva condenado.

  3. “privilegiar a TAM, que tinha

    “privilegiar a TAM, que tinha Airbuses”, além de um anglicismo idiota e burro, a matéria é absolutamente tendenciosa. Então fica assim: o avião estava lotado de querozene barato, abarrotado de passageiros e bagagens, o reverso do avião não funcionava (aliás, já disse aqui, a TAM tem algum problema com os reversos de seus aviões, não nos esqueçamos do Fokker 100!), o piloto tinha toda a autonomia de pousar ou não naquela chuva, mas a causa foi um lobby as avessas da Dona Denise!

    1. Sr. Ricardo Cesar, não faço

      Sr. Ricardo Cesar, não faço idéia de quem seja vc, e não faço questão em saber… mas te digo de cara que eu perdi alguém nesse “acidente”… e não gostaria de estar na pele de Denise de Abreu… pois se alguém esqueceu de dizer: todo bônus tem seu ônus! Responsabilizar somente a companhia aérea nesse caso é, no mínimo, gargalhar com a nossa cara…. se o avião saiu de POA lotado de querosene, passageiros e bagagens, como o sr. afirma, e com histórico de reversor sem funcionar, convenhamos: o órgão responsável por fiscalizar, controlar e assegurar o transporte aéreo estava sendo, no mínimo, omisso!

    2. Sr. Ricardo Cesar, não faço

      Sr. Ricardo Cesar, não faço idéia de quem seja vc, e não faço questão em saber… mas te digo de cara que eu perdi alguém nesse “acidente”… e não gostaria de estar na pele de Denise de Abreu… pois se alguém esqueceu de dizer: todo bônus tem seu ônus! Responsabilizar somente a companhia aérea nesse caso é, no mínimo, gargalhar com a nossa cara…. se o avião saiu de POA lotado de querosene, passageiros e bagagens, como o sr. afirma, e com histórico de reversor sem funcionar, convenhamos: o órgão responsável por fiscalizar, controlar e assegurar o transporte aéreo estava sendo, no mínimo, omisso!

  4. Hoje, resolvi ter coragem e

    Hoje, resolvi ter coragem e assistir de “fio a pavio” o tal Fala Brasil, da Record. Gente, 99 por cento desse “jornal” era falando só coisa ruim do país. E as loiras, que parecem não entender nada, têm o seu momento de trupudiar sobre “traficantes” mulheres, mostrarem a casa desses coitadas (mais pobres, impossível) baixarem o pau de senpre nos traficantezinhos, que, assim são, para poderem comer alguma coisa. Mas, quando a reportagem foi sobre o helicóptero de filho de senador, amigo dos reis, elas não deram um pio! Se não tiver alguem que “corte” a língua desses linguarudos e oportunistas “jornalistas” detonando, deliberadamente, o tempo inteiro o povo e o país, a coisa vai feder. Se elas pensam que não serão afetadas por esse estímiulo à violência, são mais ignorantes do que parecem ser. Na verdade, acho que a record está em campanha para a marina silva e, por isso, não perdendo a chance de esculhambar com o país.

  5. matéria paga e plantada

    Tomo a liberdade de responder a tua falta de consideração para com os leitores ao escrever matéria notoriamente favoravel aos interesses dos financiadores de varios sites e blogs. Lastimo profundamente termos na imprensa brasileira pessoas que não louvam sua profissão. Luis Nassif , ora, ora, ora.

    1. Seu marido já se valeu de seu

      Seu marido já se valeu de seu poder de retaliação, prezada.  E é muita pretensão sua considerar-se alvo de conspiração política. Sua indicação para a Anac depõe profundamente contra o partido que a indicou e foi das maiores provas de quanto nefasto é o aparelhamento de órgãos técnicos. 

  6. Comentario materia Luis Nassif

    Desconhecer o processo judicial é compreensível para quem nao é advogado e nao entende nada de legislação, ,mas desconhecer os bastiodores politicos que tentam assassinar minha reputação é incapacidade para veicular notícias com isenção ou então é caracterização de estar a serviços de interesses nada republicanos, senhor Luis Nassif.

  7. De quem é a culpa?

    Quanta irresponsabilidade. Se não foi Denise, se não foram os executivos da TAM, quem foi o culpado?

    Foram os passageiros que optaram por uma empresa irresponsável, tanto quanto o Lulla que em Julho de 2007 se escondia em baixo da mesa de presidente da república ou foram os tripulantes, ou ainda as pessoas que trabalhavam no prédio da TAM e com grandes chances de ser o motorísta de taxi que parou para abastecer no posto que ficava no local do maior acidente aéreo ocorrido em terra no Brasil.

    E ainda uma sujeita como essa se pretende ser candidata a alguma coisa. Ela é fixa suja.

    Não se deixem ludibriar.

     

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