Diálogo, a única solução para impedir a catástrofe

A crise política, econômica e social que devasta o Brasil assumiu nestes últimos dias dimensões apocalípticas. 

A direita, patrocinadora do golpe que depôs a presidenta Dilma, e a esquerda, vítima da mais violenta perseguição jurídico-policial da história, acirraram suas posições, levando a situação a um impasse.

Interditar Lula para a disputa de 2018 – se ela houver – não significa derrotar uma candidatura progressista. 

Excluir o PT da vida política apenas retarda a recomposição das forças da esquerda.

Uma vitória da esquerda na eleição presidencial dificilmente se reverterá em mudanças significativas na sociedade – a direita, simplesmente, não deixará o governo trabalhar nesse sentido.

Não há solução para a tragédia brasileira nesse cenário de divisão entre os que odeiam a esquerda, simbolicamente representada pela sua maior liderança, Lula, e os que abominam o governo golpista e tudo o que ele representa.

A grosso modo, os dois lados congregam, cada qual, cerca de 30% da população. 

Os 40% restantes não têm lado, se inclinam para onde o vento lhes é mais favorável e são fortemente influenciados pelos meios de comunicação.

Se houvesse um mínimo de inteligência em qualquer um dos protagonistas deste drama, todos os esforços, neste momento crucial da vida brasileira, seriam no sentido de aliviar as tensões, para, em seguida, se iniciar um amplo debate sobre o que deve ser feito para que o país não mergulhe no poço sem fim da instabilidade social.

Se isso não for feito, se não houver pelo menos a tentativa de uma conversa racional entre os representantes dos dois lados, os seríssimos problemas de hoje vão se agravar a ponto de não ser nem mais possível se pensar em resolvê-los.

Dizem que o Brasil pode se transformar numa Venezuela, numa referência ao estado permanente de conflito entre os bolivarianos e a oposição.

Essa é uma suposição lógica, mas é preciso lembrar que a comparação se dá entre um país de 30 milhões de habitantes e um de 200 milhões, que tem um PIB dez vezes maior e uma dimensão continental.

Ou seja, os problemas sociais no Brasil poderão ser muito maiores que os da nação vizinha, com consequências terríveis não só para a sua população, mas para toda a América do Sul

Redação

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