Equipe de Dallagnol diz que Aras faz “ilações” e nega acesso a dados de 38 mil pessoas

"É falsa a suposição de que 38 mil pessoas foram escolhidas pela força-tarefa para serem investigadas", diz a nota

Foto: MPF. Arte: Agência Pública

Jornal GGN – Em nota divulgada à imprensa na tarde desta quarta (29), os procuradores da Lava Jato em Curitiba, coordenados por Deltan Dallagnol, negaram as acusações feitas pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, em uma transmissão ao vivo promovida no Youtube pelo grupo Prerrogativas, no dia anterior.

Aras disse que falta transparência nos processos da Lava Jato e que a força-tarefa de Curitiba, destoando das demais, teria um banco de dados de 350 terabytes e informações sobre 38 mil pessoas. Para o PGR, esses dados poderiam ser usados para “chantagem” ou “extorsão”.

Na nota, a equipe de Dallagnol afirmou que Aras faz ilações e rechaçou as acusações.

Confira abaixo:

Os procuradores da República integrantes da força-tarefa constituída pelo Ministério Público Federal para atuar na operação Lava Jato repudiam as declarações infundadas lançadas em “live” realizada na noite de 28 de julho de 2020, com a participação do Procurador-Geral da República e advogados que patrocinam a defesa de influentes políticos e empresários investigados ou condenados na operação Lava Jato.

1. Devem ser refutados os ataques genéricos e infundados às atividades de procuradores da República e as tentativas de interferir no seu trabalho independente, desenvolvido de modo coordenado em diferentes instâncias e instituições.

A independência funcional dos membros do Ministério Público transcende casos individuais e é uma garantia constitucional da sociedade brasileira de que o serviço prestado se guiará pelo interesse público, livre da interferência de interesses diversos por mais influentes que sejam.

2. A ilação de que há “caixas de segredos” no trabalho dos procuradores da República é falsa, assim como a alegação de que haveria milhares de documentos ocultos. Não há na força-tarefa documentos secretos ou insindicáveis das Corregedorias.

Os documentos estão registrados nos sistemas eletrônicos da Justiça Federal ou do Ministério Público Federal e podem ser acessados em correições ordinárias e extraordinárias. As investigações e processos são ainda avaliados pelas Corregedorias e pelo Poder Judiciário, pelos advogados de investigados e réus e pela sociedade.

3. A extensão da base de dados só revela a amplitude do trabalho até hoje realizado na operação Lava Jato e a necessidade de uma estrutura compatível.

Ao longo de mais de setenta fases ostensivas e seis anos de investigação foi colhida grande quantidade de mídias de dados – como discos rígidos, smartphones e pendrives – sempre em estrita observância às formalidades legais, vinculada a procedimentos específicos devidamente instaurados.

Para que se tenha ideia, por vezes apenas um computador pessoal apreendido possui mais de 1 terabyte de informações.

4. É falsa a suposição de que 38 mil pessoas foram escolhidas pela força-tarefa para serem investigadas, pois esse é o número de pessoas físicas e jurídicas mencionadas em Relatórios de Inteligência Financeira encaminhados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) ao Ministério Público Federal, a partir do exercício regular do seu trabalho de supervisão de atividades suspeitas de lavagem de dinheiro.

5. Investigações de crimes graves que envolvem políticos e grandes empresários desagradam, por evidente, parcela influente de nossa sociedade, que lança mão de todos os meios para desacreditar o trabalho até então realizado com sucesso.

Nesse contexto, é essencial que as Instituições garantam a independência funcional dos membros do Ministério Público, conforme lhes foi assegurado pela Constituição de 1988″.

Redação

9 Comentários

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  1. Nota que começa com “devem ser” são – já de início – peças defensivas, antes de qualquer ataque.
    Fosse verdadeiro, teriam usado:”são”.
    Não o fizeram: rabos presos.

  2. A liberdade que a constituição atribuiu ao MP é uma liberdade a instituição e não a facções do MP que querem se insurgir,sem controle algum,contra o próprio país.
    Também, o estafeta do camisa preta do Paraná ,mente ao dizer que os processos estão à disposição da corregedoria e da própria sociedade,quando sabemos que o atual PGR teve que recorrer ao STF para minimamente ter acesso a documentação.
    Quanto a corregedoria, então, não é preciso dizer mais do que o caso Power point com seus 40 adiamentos.
    Computador com 1 terabyte de informações?
    Deve ser vídeo pornô!

  3. Nassif: aposto que nessa o AvivadoDePatoBranco tá certo. Não são (só) 38 mil. Um passarinho me soprou que o número (redondinho) é de 50 mil. Disse (esse rouchinol) que o gorgeio era encantado. Escolhia-se a por sorteio o candidato. Especialmente se fosse Kummunista e Esquerdopata, porque essa era a meta do dono do Quintal onde moramos e dos VerdeSauvas. Na DemocraciaDaBoioneta isso é corrente…

  4. Para os procuradores fanáticos que só têm certezas, sempre dói experimentar as dúvidas…
    quem vê assim pode pensar que nunca foram agitadores de linha de frente da mídia, que se criaram, cresceram e condenaram um inocente, livres de questionamentos

    Fiquem de olho na Globo, antecâmara do templo Lava Jato, que deve fazer de tudo para que ressurjam mais elevados

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