
Um país de 18 milhões de pessoas e movimentação de R$ 202 bilhões por ano dentro de outro país. É assim que Kalyne Lima, presidente nacional da Central Única de Favelas (Cufa) descreve a importância econômica das periferias, que podem ser potencializadas ainda mais por meio de políticas de geração de renda, minimização das desigualdades sociais e fomento a pequenos negócios.
Kalyne é a entrevistada do programa Nova Economia desta quinta-feira (18) e compartilhou com os entrevistadores Luis Nassif, João Furtado e Fernando Mattos as iniciativas desenvolvidas pela iniciativa, a fim de transformar o potencial das comunidades em benefícios reais para este público historicamente marginalizado.
Especializada no desenvolvimento de projetos de cultura, arte, esporte e empreendedorismo, a Cufa é uma organização social apartidária, que conta com uma direção nacional e sedes em todos os estados, todos com o objetivo de criar pontes.
“A Cufa é uma organização de favela, criada por pessoas de favela e voltada para pessoas de favela. Surgiu há 25 anos em uma favela no Rio de Janeiro e hoje é uma grande rede de articulação envolvendo aproximandamente cinco mil favelas, distribuídas em 500 cidades brasileiras. Atuamos em mais de 17 países e formamos uma frente ampla que pauta uma agenda positiva que traga ascensão das pessoas que moram na favela.”
Kalyne Lima, presidente da Cufa
Expo Favela
Uma das principais iniciativas da Cufa é a organização da Expo Favela, feira de negócios criada em 2022 para dar visibilidade às soluções desenvolvidas nas comunidades e proporcionar a aproximação desta iniciativas com potenciais investidores “do asfalto” (gíria usada para descrever pessoas que não moram nas comunidades).
A primeira edição, realizada em São Paulo, contou com a visita de 40 mil pessoas e 350 expositores. “Vi dois líderes de empresas fechando negócios no elevador”, comemorou Kalyne.
Uma das principais características dos negócios desenvolvidos nas periferias é o envolvimento com o meio e com os recursos disponíveis nas comunidades. Este ano, uma das iniciativas de maior destaque foi um aplicativo de combate à violência contra a mulher.
“Ele é de uma família que enfrentou violência doméstica. O app cria uma simulação da tela de uma loja de cosmético, que tem indicativos de onde a mulher pede ajuda e quais são os territórios de violência. Uma mulher alerta a outra”, descreve a presidente da Cufa.
Geração de renda
Kalyne afirma ainda que a energia quase total da Cufa hoje está voltada para o empreendedorismo, tendo em vista que a economia gerada pela favela é substancialmente importante. “A Expo gera outras possibilidades. Encontrei mulheres que se conheceram na expo nacional, entenderam que seus negócios tinham a ver e construíram uma nova perspectiva de negócio.”
Atualmente, a Cufa realiza a edição nacional do Expo Favela e outras 24 etapas regionais, cuja programação vai até setembro.
Confira a entrevista na íntegra:
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