Folha levanta a bola da suspeição do juiz que pode julgar Lulinha

Por ter criticado sentença do caso triplex e abusos ao longo da Lava Jato, juiz de SP entrou na mira do jornal

Jornal GGN – Folha de S. Paulo publicou nesta terça (31) uma reportagem levantando dúvidas sobre a imparcialidade do juiz Sílvio Luís Ferreira da Rocha, titular da 10ª Vara Federal de São Paulo. Ainda não está definido, mas há possibilidade de o magistrado herdar uma investigação contra Lulinha e seus sócios na empresa Gamecorp, que foi retirada das mãos dos procuradores de Curitiba.

O juiz Rocha entrou na mira do jornal porque, no passado, fez críticas à sentença do triplex contra Lula, defendeu a lei de Abuso de Autoridade em debate com Sergio Moro e apontou abusos ao longo da operação Lava Jato.

Ao longo da reportagem, a Folha relembrou manifestações que mostram a posição garantista do juiz e disparou: “Comentários como o do juiz Rocha não são irregulares, mas podem levar as partes a questionar legalmente a imparcialidade, caso ele seja o responsável pela investigação sobre Lulinha.”

Segundo a Folha, “magistrados devem se declarar suspeitos ou podem ser julgados dessa forma, quando for, entre outros motivos, ‘amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes’, tiver interesse em alguma causa ou ainda por motivo de foro íntimo.”

O jornal usou até fala do “próprio Rocha” contra ele. “Se ele [o juiz] vai à mídia e trata de processos específicos que estão com ele e emite opiniões no sentido de prejulgar seja para condenar, seja para absolver, o que nós temos é a perda da imparcialidade”, disse o magistrado em 2018, ao Brasil 247.

Apesar de levantar a bola da suspeição do juiz, Folha admite que Rocha pode não ser o titular da ação envolvendo Lulinha. Há outra juíza atuando na mesma vara, Fabiana Alves Rodrigues. A 10ª Vara Federal de São Paulo também informou que “ainda não recebeu os autos do Paraná. Portanto, não há definição sobre qual magistrado ficará com o caso.”

Além disso, Rocha explicou, por meio da assessoria, que “não tem conhecimento do teor do suposto processo declinado [contra Lulinha], de quem são os envolvidos, qual a conduta que lhes é imputada ou até mesmo se de fato o feito em questão será processado perante a 10ª Vara.”

A ação contra Lulinha, criada pela turma de Curitiba, usou como narrativa fatos que já foram arquivados em São Paulo e Brasília.

Leia mais: Lulinha derrota Lava Jato em Curitiba e expõe desespero dos procuradores

14 Comentários

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  1. Na FSP trabalham jornalistas competentes, sim, sei e comprovo isso lendo seus feitos repercutidos. Mas não coloco minhas mãos no jornal há mais de uma década. Não há álcool gel que elimine o nojo do contato. A alma da FSP está perdida, não tem perdão, nem recuperação. O que o juiz alegou no passado sobre triplex, Lava Jato e Lei de abuso de autoridade só merecem um juiz nestes tenebrosos dias para a Justiça, em nada o torna suspeito para julgar quem quer que seja. Se por uma inferência absurda esse juiz for amigo pessoal do Lula e seus Lulinhas, daqueles de frequentar a casa, mijar cruzado e tomar cachaça no mesmo copo, ele encontraria nos autos o que ninguém nunca encontrou: provas de crimes cometidos. E ignorá-las-ia ?

    1. Somos dois a fugir da Falha de SP. Confesso que, de tempos em tempos, dou uma espiada nas matérias. Como você disse, tem gente competente por lá. As vezes, chego a pensar em voltar a assinar. Então, parece que para não deixar-me esquecer da “alma da FSP”, vem uma matéria dessas. É um evento salvador, dá aquela sacudida no cérebro e aviva minha memória enquanto caio na real e renovo minha vontade de nunca mais assinar esse jornal.

  2. Juiz garantista é aquele que busca o julgamento isento e de acordo com a lei e as provas produzidas. Então não se pode cogitar de suspeição de um juiz garantista. O que não pode é o julgador decidir de acordo com o que entenda ser conveniente, como feito por Moro em relação a Lula pai.

  3. O juiz não manifestou opiniões sobre pessoas, mas sobre visões jurídicas. Não há nenhuma suspeição objetiva.
    Há apenas o temor da FSP de que a visão garantista (genérica) possa influenciar o processo, ele sim suspeito, apesar de arquivados em outras varas.
    Só um marciano não desconfia da perseguição pessoal de Curitiba (PF, MPF e vara federal) e da própria FSP à (, família de) Lula.

  4. Vamos pensar: A folha fazendo emergir suspeição…, de um juiz que ela diz ter ido contra a lava jato no caso do “tripex”. Logo, em minha opinão, devem estar já fingindo que nada bem mas na verdade estão satisfeitos que o caso tenha passado para SP e eventualmente este juiz pois juiz que foi contra a lava jato no caso “tripex”.. Nada mal em folha!?

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