Governadores não querem “guerra na Federação”, mas vão garantir a vacina, reage Flávio Dino

"O presidente se comporta como um genocida e está condenando o Brasil à morte", afirmou o deputado Marcelo Freixo

Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), usou o Twitter, nesta terça (21), para reagir à notícia de que Jair Bolsonaro desautorizou a compra da Coronavac – a vacina da chinesa Sinovac, testada no Brasil pelo Instituto Butantan, de São Paulo – pelo Ministério da Saúde.

Nas redes sociais, Bolsonaro escreveu a seguidores que a vacina não será comprada e que ele “não mantém diálogo” com o governador João Doria sobre a pandemia.

“Não queremos uma nova guerra na Federação. Mas com certeza os governadores irão ao Congresso Nacional e ao Poder Judiciário para garantir o acesso da população a todas as vacinas que forem eficazes e seguras. Saúde é um bem maior do que disputas ideológicas ou eleitorais”, reagiu Dino.

O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL) afirmou que “o presidente se comporta como um genocida e está condenando o Brasil à morte.”

O divulgador científico Átila Iamarino, sem citar Bolsonaro, escreveu que no Twitter que estão prejudicando a população “por birra”. “Nenhuma vacina se mostrou eficaz ainda. E devem ser poucas as que funcionam. Descartar qualquer uma por motivos que não sejam científicos (segurança e eficácia, por exemplo) não é nem tiro no pé. Porque tiro no pé só fere o energúmeno que atira. É matar os seus pra fazer birra.”

O ex-presidenciável Fernando Haddad (PT) também comentou: “Bolsonaro desautoriza a única atitude sensata do ignorante que nomeou para ministro da saúde.”

A jornalista Miriam Leitão escreveu em sua coluna: “De novo o presidente Bolsonaro atenta contra a saúde do povo brasileiro. (…) O presidente tem sido um fator perturbador todo o tempo dessa pandemia.”

O radiojornalista Daniel Scola postou: “Se o problema da vacina é ser chinesa, pode tirar metade das vacinas do país de circulação. A vacina da Hepatite B nos postos de saúde de Porto Alegre, por exemplo, são Sinovac, da China.”

Segundo a coluna Radar, de Veja, Bolsonaro ficou enfurecido com o vídeo em que Doria faz tabelinha com Pazuello. Para o ex-capitão, o general deixou o governador de SP “capitalizar” a notícia.

A COMPRA DA VACINA

Na semana passada, Folha de S. Paulo já havia reportado preocupação do Instituto Butantan com a politização da vacina da Sinovac. O diretor Dimas Covas chegou a dizer que se o Ministério da Saúde não comprar e fizer a distribuição da vacina, seria como o “fim do SUS”, porque é tradição da Pasta organizar esse tipo de ação.

A alternativa estudada seria formar um “pool de governadores” que iria comprar e organizar a distribuição em seus estados por conta própria.

Na terça (20), Pazuello, pressionado por governadores, anunciou o acerto de aquisição de 46 milhões de doses da Coronavac, ao custo de R$ 1,9 bilhão, após a vacina ser aprovada pela Anvisa. Além disso, o Ministério da Saúde se comprometeu a repassar R$ 80 milhões para o Instituto Butantan expandir sua fábrica. O Instituto já produz 75% das vacinas adquiridas pelo Ministério da Saúde.

Pazuello, assim, confirmou ainda que a vacina chinesa entraria no calendário anual de vacinação em 2021. Até então, apenas a vacina de Oxford, testada pela Fiocruz e já negociada com a Astrazeneca pelo Ministério da Saúde, estava no calendário.

Ocorre que a vacina de Oxford e a vacina chinesa estão na mesma etapa de ensaios clínicos, a fase 3. De acordo com o Instituto Butantan, pelos resultados preliminares, as duas produzem anticorpos e a vacina chinesa demonstrou até maior segurança do ponto de vista de efeitos colaterais adversos. Faltam os resultados sobre eficácia da vacina. A OMS vai avalizar imunizantes com pelo menos 50% de eficácia.

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Redação

1 Comentário

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  1. Na boa mano… O vagabundo Jair Bolsonaro só existe politicamente se excitar os fanáticos a odiar algo ou alguém. Ele não tem nenhum compromisso com o país, com o bem estar da população ou com a ciência. Ele é o sumo sacerdote sadomasoquista do culto à sua própria mediocridade.

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