A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos pela ditadura militar tem data marcada para acabar. Em 28 de junho, o grupo, que não se reúne há cerca de 1 ano, irá se encontrar pela última vez para votar um relatório que defende seu encerramento.
Segundo coluna de Ricardo Noblat, no Metrópoles, o presidente da comissão, Marco Vinícius Carvalho – amigo da pastora ultraconservadora Damares Alves – anotou no relatório final que a comissão dá muito gasto e apresenta pouco resultado.
Criada em 1995, durante o governo do tucano FHC, a comissão sofreu a paralisação de seus trabalhos tão logo Jair Bolsonaro, um defensor declarado dos horrores do regime militar, assumiu o poder.
Uma das primeiras medidas do atual governo foi exonerar a procuradora da República, Eugênia Gonzaga, do comando da comissão, após ela ter feito reiteradas críticas ao comentário de Bolsonaro sobre o desaparecido político Fernando Santa Cruz, pai do presidente da OAB Felipe Santa Cruz. A retaliação foi rápida.
Após a saída da procuradora, a comissão teve seu trabalho esvaziado. Inúmeros pedidos de indenização por repressão sofrida na ditadura foram negados. A busca por restos mortais, para dar uma satisfação às famílias de vítimas de ditadura, paralisadas.
Em seu relatório de 116 páginas, Carvalho diz que até janeiro de 2022, a comissão gastou um total de R$ 59,6 milhões em valores não atualizados, ao longo de 27 anos.
O bolsonarista tem maioria (quatro votos) na comissão para aprovar o relatório que põe fim a um trabalho histórico. Os três membros da comissão que seriam contra o relatório são Vera Paiva, filha de Rubens Paiva, Diva Santana, irmão da militante comunista Dinaelza Santana, e o procurador Ivan Cláudio Marx.
Na noite desta quarta, 15 de junho, a TVGGN (canal do GGN no Youtube) entrevistará Eugênia Gonzaga sobre o assunto. Clique aqui para se inscrever de graça no canal.
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RAPAZ. BOLSONARO TA DANDO MEDO, SOCORRO