Jornal afirma que CIA ajudou Colômbia a matar líderes das Farc

Sugerido por Walker

Do O Globo

CIA ajudou Colômbia a matar líderes das Farc, diz jornal

‘The Washington Post‘ revelou que EUA forneceram ao país ‘bombas inteligentes’ capazes de acertar alvos com precisão

WASHINGTON — A CIA, agência de inteligência americana, ajudou o Exército colombiano a matar ao menos 24 líderes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) através de um programa secreto, revelou neste domingo o jornal “Washington Post”. A Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos também contribuiu com o governo colombiano com “ajuda substancial em escutas telefônicas”, de acordo com a reportagem.

O diário indica que o plano contra as Farc, uma organização guerrilheira que atua há mais de 40 anos na Colômbia, foi autorizado pelo presidente americano George W. Bush em 2003, durante o governo de Álvaro Uribe. As operações reveladas esta semana não estavam no orçamento destinado ao “Plano Colômbia”, um programa de US$ 9 bilhões criado pelos EUA para combater o narcotráfico.

As ações secretas continuam em curso no governo de Barack Obama, segundo 30 fontes militares americanas e colombianas, de inteligência e diplomáticas ouvidas pela reportagem. Todas falaram sob condição de anonimato.

O programa secreto na Colômbia oferece dois serviços essenciais que ajudaram o país a virar a guerra contra as Farc e um grupo insurgente menor, o Exército de Libertação Nacional (ELN): inteligência em tempo real para seguir os líderes rebeldes, permitindo sua perseguição e, desde 2006, bombas guiadas a laser com capacidade de localização por GPS, cuja precisão permite acertar acampamentos no meio da selva.

A CIA não se pronunciou sobre a reportagem. O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, por sua vez, disse que as operações secretas americanas “têm sido de assistência” às Forças Armadas de seu país.

– Parte do conhecimento e da eficiência de nossas operações espaciais são o produto do melhor treinamento que adquirimos por muito países, entre eles os EUA – explicou.

Já o deputado Ivan Cepeda, da oposição, afirmou que a Câmara cobrará explicações do atual governo.

Plano após avião abatido

As operações reveladas pelo “Washington Post” seriam um dos maiores programas de inteligência dos EUA desde os ataques às Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001. O serviço secreto americano também fornece assistência a ações em países africanos e da América Central, além do México, como uma forma de traçar a trajetória seguida pelo tráfico de drogas.

Segundo o jornal, as operações secretas contra as Farc começaram em 2003, com o envio de 4.500 pessoas, oficialmente a serviço da embaixada americana na Colômbia — na época, a maior embaixada dos EUA no mundo.

– Não havia outro país, incluindo o Afeganistão, onde tínhamos mais coisas acontecendo – disse William Wood, que foi embaixador americano na Colômbia entre 2003 e 2007, antes de assumir por dois anos o mesmo posto no Afeganistão

A decisão veio depois da queda de um avião monomotor em uma área da selva da Colômbia controlada pelos rebeldes, em 13 de fevereiro daquele ano. Os guerrilheiros mataram o policial colombiano a bordo e um dos quatro empreiteiros americanos que trabalhavam contra o cultivo da coca. Os outros três foram feitos reféns pelos insurgentes e passariam anos no cativeiro.

A tecnologia destinada à nova fase do plano permitiu o assassinato, em março de 2008, de Raúl Reyes, um dos principais comandantes das Farc, em um acampamento na selva que as forças rebeldes tinham no Equador, perto da fronteira com a Colômbia. De acordo com o “Washington Post”, Bogotá usou na operação bombas inteligentes de fabricação americana, parte do plano.

Outros líderes das forças insurgentes que teriam sido mortos com a ajuda dos EUA seriam Gustavo Rueda Diaz, conhecido como Martin Caballero, e Tomas Medina Caracas, o Negro Acacio.

Tentativa de acordo

O governo colombiano e as Farc vêm promovendo, desde o ano passado, reuniões de paz, mas as duas partes ainda não firmaram um acordo que acabe com os conflitos armados e introduza as forças insurgentes como um grupo político legal no país. As Farc teriam se engajado nas conversas devido à morte de boa parte de sua cúpula, o que deixou o grupo acéfalo, segundo analistas de conflito.

Apesar das negociações, o combate continua, sem um cessar-fogo.

No início do mês, o presidente Santos culpou os rebeldes pelo ataque a um posto de controle policial que deixou nove mortos, entre eles civis, militares e um policial.

Bogotá estima que 600 mil pessoas foram mortas pelas Farc desde o início da guerrilha.

Redação

10 Comentários

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  1. Que imensa novidade, Colobia

    Que imensa novidade, Colobia e EUA tem um Tratado militar em pleno vigor, que prevê todos os tipos de colaboração, so what?

  2. Ué, na morte do Mandela

    Ué, na morte do Mandela estava todo mundo festejando a ajuda de Cuba, com tropas, para atacar o regime sul-africano e agora ficam todos melindrosos que os EUA fez o mesmo!

    1. As tropas cubanas estavam

      As tropas cubanas estavam ajudando a Namíbia e Angola a se defender das agressões do regime racista sul-africano, os EUA estão ajudando o governo colombiano a encher valas comuns com opositores do regime, incluindo lideranças civis e líderes sindicais.

      Entendeu a diferença?

      1. Meu Deus!

        As FARCs são compostas por BANDIDOS. A Colômbia é uma DEMOCRACIA! Grupo criminoso que mata, sequestra, etc, deve ser combatido com força! Agradeço à CIA!

  3. Pois é, mé manquetta. Cuba

    Pois é, mé manquetta. Cuba mandou matar vários colombianos, vários africanos, vários presidentes mundo afora. O governo e povo cubanos são os que consomem quase a metade do que o mundo produz. Pela tua ótica dependente, a CIA pode tudo.Tenho absoluta certeza se, no BRASIL, não houvesse uma máfia aliada à CIA para trair o povo brasileiro, seríamos, com certeza, mais ricos, mais dignos, mais respeitosos com o nosso lindo  país. Sou de origem italiana, mas amo e agradeço ao meu PAÍS, BRASIL, por ter acolhido os maravilhosos imigrantes, fugindo das guerras sangrentas inciadas SEMPRE pelas direitas conservadoras e excludentes e, ai, estão meus bisavõs, meus nonos amados.Repito, se no Brasil, não tivéssemos essa máfia enlouquecida pelo poder e pela obediênncia vergonhosa ao irmão do norte, seríamos uma potência. O tempo da política de exclusão desse país, passou e vamos lutar ( os que relamente amam esse país), pelo NÃO retorno dessa política vira-lata, indigna.

    1. Problema nenhum MFC, nao so’

      Problema nenhum MFC, nao so’ os colombianos, mas sim o mundo todo deveria agradecer a C.I.A. e o Exercito Colombiano pelo excelente trabalho, trabalho de primeira, ao eliminar varios lideres da narcoguerrilha maoista que a 50 anos inferniza a vida dos colombianos com assassinatos, sequestros, trafico de drogras e atentando contra um Estado Democratico e de Direito. 

       

  4. Operação Fênix

      ” trata-se de uma intromissão muito séria do governo brasileiro, contra nossa luta revolucionária, o fornecimento destas aeronaves ”  – Raul Reyes, em um comunicado das FARC, 2006/07.  

         Ele estava certo nesta premonição.

         Na madrugada do dia 01/03/2008, o CACOM – 2 da FA Colombiana, após ter seguido eletronicamente (Sigint/GPS – NSA e CIA) por varios dias, uma unidade das FARC, que transitava entre as fronteiras da Colombia/Equador, inclusive em algumas ocasiões ter podido “ouvir” suas comunicações, que confirmaram que o numero 2 das FARC, Raul Reyes, liderava esta coluna, lançou a “Operação Fênix” – para mata-lo.

         A Arma utilizada: Super Tucanos A-29B, do Esquadrão 211 “Grifos”, armados com bombas cluster (americanas) e bombas inteligentes ( 113Kg ) do tipo Lizzard (israelenses); após o ataque aéreo, unidades do CACOM-2 (helitransportadas) acompanhadas de elementos do exército, policia nacional e agentes de inteligência, “sanitizaram” a area do ataque, e recolheram informações, equipamentos, corpos importantes (Reyes) .

         Este foi o primeiro ataque “corta-cabeças” liderado pelos A-29, tanto,do CACOM-2 como do CACOM-5, seguiram-se outros.

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