Leia, em 30 minutos, o depoimento de “8 horas” de Sergio Moro

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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No depoimento, Moro nega que tenha tentado incriminar Jair Bolsonaro. Além disso, revela que sabia desde janeiro sobre a intenção de nomear Ramagem para o comando da PF

Foto: Lula Marques

Jornal GGN – Vazou na imprensa nesta terça (5) a íntegra do depoimento que Sergio Moro prestou à Polícia Federal no sábado passado, no âmbito do inquérito que apura se houve crime, por parte de Jair Bolsonaro, na troca do comando da PF e superintendências estaduais.

O documento tem apenas 10 páginas e leva cerca de 30 minutos para ser lido. Já depoimento de Moro, na sede da Polícia Federal de Curitiba, levou 8 horas para ser tomado.

A imprensa afirmou, naquele dia, que não havia autorização para gravar a imagem e a voz do ex-juiz. Tudo foi transcrito e a versão agora disponível nos jornais é a do “declarante”, ou seja, a que foi entregue à defesa de Moro.

Em síntese, Moro reafirma no depoimento que considera que Bolsonaro fez interferência política indevida ao tirar Marcelo Valeixo da chefia da PF, para colocar um nome de sua “confiança”. Moro, contudo, saiu pela tangente quando questionado sobre as condutas criminosas em xeque.

“QUE perguntado se identificava nos fatos apresentados em sua coletiva alguma prática de crime por parte do Exmo. Presidente da República, [Moro] esclarece que os fatos ali narrados são verdadeiros, que, não obstante, não afirmou que o presidente teria cometido algum crime”, diz o relatório.

Moro também negou que Bolsonaro tenha lhe pedido alguma informação privilegiada sobre inquéritos em andamento enquanto ele foi Ministro da Justiça. E afirmou que sabe, desde janeiro de 2020, da intenção de colocar Alexandre Ramagem no lugar de Valeixo.

Ramagem só não foi nomeado em razão de ação judicial movida porque o delegado é amigo pessoal de Carlos Bolsonaro.

Confira abaixo:

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Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

8 Comentários

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  1. Nassif;

    Lamentável, em plena pandemia, estes dois virus com esta briguinha de covardes, desviam a atenção do que realmente deve ser focado.
    Este Moro além de desonesto, mentiroso, golpista, entreguista, manipulador, mostrou um outro lado é covarde.

  2. O título desta postagem é disparado o melhor de todos que eu já vi até agora.
    Realmente é muito pouco conteúdo para oito horas de depoimento.

  3. Se Moro fosse o juiz com um depoimento deste o reu já estava condenado, mas nesse caso ele não o é, então se aplicando a legislação vamos todos para casa e viveremos felizes para sempre.

    1. “A montanha pariu um rato.”

      Exato, LF. Sérgio Moro conseguiu o que queria: sair do governo sem indispor-se com Bolsonaro, sem participar dos crimes que livrarão os bolsonarinhos no Rio e com algum capital político para as próximas eleições. Não traiu os interesses dos capitalistas, estadunidenses ou a turma local (elite brasileira) que tem, em Bolsonaro, sua aposta para sucatear a coisa pública no Brasil. Enfim nada mudou, segue firme o plano para transformar o Brasil numa espécie de Chile. Amargaremos…

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