
Pesquisa Quaest divulgada nesta quarta (11), no apagar das luzes do segundo ano do terceiro mandato do presidente Lula (PT), revela uma “baixa capacidade do governo em comunicar seus principais resultados econômicos”. É o que avalia o cientista político e diretor do Instituto Quaest, Felipe Nunes.
A pesquisa mostrou que a vasta maioria da população – quase 7 em cada 10 brasileiros – não sabe apontar ao menos dois acertos do governo Lula 3. Outros 7% afirmam que não há acertos. O programa Bolsa Família, lançado ainda no primeiro mandato de Lula, aparece no topo da lista como o maior acerto deste governo, seguido por melhora na economia/queda de preços/baixa inflação (3%), políticas de educação (2%), Minha Casa/Minha Vida (2%), aumento do salário mínimo (2%). O programa Pé de Meia, que é uma novidade do governo Lula 3, só foi citado entre os maiores acertos por 1% dos entrevistados.

Outros 41% acham que o terceiro governo de Lula é pior do que os dois mandatos anteriores do petista e perde, ainda, para Jair Bolsonaro (PL) em seu segundo ano de mandato.
Quando questionados se o governo Lula está melhor, pior ou igual ao governo Bolsonaro, a pesquisa mostra que cresceu de 33% para 37% o volume de pessoas que acham que está pior, oscilou de 22% para 20% o índice de quem pensa que está igual, e subiu de 38% para 42% os que acham que está melhor. Essa aprovação, no entanto, já foi bem maior, como mostra o gráfico abaixo:

Mesmo com pronunciamento em rede nacional e repercussão na mídia, a Quaest mostrou que o pacote de corte de gastos apresentado pelo ministro Fernando Haddad, por exemplo, só ficou conhecido por 38% dos entrevistados. De acordo com Nunes, “entre quem tomou conhecimento sobre a medida, grupo caracterizado especialmente por homens, mais velhos e de renda mais alta, a maioria (68%) acredita que as medidas apresentadas não vão melhorar as contas do governo.”
O recorte positivo ficou para a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha acima de 5 mil. Embora também não tenha conseguido atingir a maioria da população – somente 43% dizem que já sabiam da medida antes de responder a pesquisa – 75% disseram que são a favor da isenção.
Para Nunes, “isso sugere que os resultados de aprovação do governo podem se mover positivamente no futuro quando a medida se tornar real, já que a isenção do IR é aprovada por 75% dos brasileiros. A aprovação a essa medida é alta inclusive entre eleitores de Bolsonaro (77%) ou entre quem votou branco/nulo ou se absteve em 2022 (74%). Com esse resultado, difícil imaginar que o Congresso vá rejeitar esse projeto.”
O cientista político, no entanto, ressaltou que “sem uma comunicação bem feita, o plano pode não gerar bons frutos.” Isso porque a Quaest mostrou que a maioria está frustrada com as finanças pessoais hoje e preocupadas com a economia.
Pior que mandatos anteriores
Nunes também destacou que na comparação entre a Quaest atual e pesquisas do IBOPE feitas ao final do 2º ano do mandato de outros presidentes em anos anteriores, Lula 3 se mostrou pior do que Lula 1 e 2 e só aparece à frente dos governos FHC 2 e Temer. Ou seja, perde para Bolsonaro em seu segundo ano de mandato.
Na visão de Nunes, “essa percepção negativa também está refletida na percepção generalizada sobre a economia. Ao contrário do que mostram os números oficiais, 40% acham que a economia brasileira piorou no último ano, enquanto apenas 27% acreditam que ela melhorou.”
A Quaest ouviu 8.598 pessoas entre os dias 4 e 9/12. O nível de confiabilidade do levantamento é de 95% e a margem de erro é de 1 ponto percentual. A pesquisa foi encomendada pela Genial Investimentos.
Leia também:
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.
Governo erra o foco. Parece ter vergonha de falar em dinheiro e so propagandeia os programas sociais revitalizados e criados agora. E como a memória do brasileiro vai ate o almoço , não pega mal comparar o passado e o presente. Sobre o futuro melhor não focar nisso. Foca e segue o dinheiro.
Comunicação é uma falsa solução para um falso problema.
Com meios de comunicação de massa – vulgo media com sotaque texano – concentrados, oligopolizados e com propriedades cruzadas, uma educação pública medíocre, sindicatos destruídos, partidos políticos apolíticos e uma população que não tem tempo nem dinheiro para ler nada além de fakenews legitimadas pela justiça, o que sobra é só o marketing político mesmo.
E aí a comunicação vira uma solução mesmo, para a satisfação, o prazer, o gáudio e o deleite dos marqueteiros e pesquisadores de mercado que vivem às custas dos milhões do fundo eleitoral, das “doações” privadas e da produção de campanhas hollywoodianas…
Tentar agradar a quem classicamente sempre achou e achará qualquer governo mais patriota um desastre é fazer furo n’água. A mídia e seus patrões banqueiros sempre buscarão sabotar o Brasil Sempre.
Quando vimos o governo federal realmente enfrentar as mentiras deslavadas, meias mentiras e insinuações mentirosas ? Diariamente os “programas”, teoricamente informativos, da Globo deitam e rolam e fica tudo por isto mesmo. Não há o contraditório, direito de resposta, nada. Apenas um estrondoso silêncio. Perderam o jogo da comunicação de goleada, nem 7 x 1 foi, é mesmo um 7 x 0. A AGU é pouco mais que inoperante, a comunicação social é uma grande ausente.