Mandetta expõe a pequenez de Paulo Guedes na Economia

Durante a pandemia, era esperado que o ministro da Economia se aproximasse da Saúde. Mas foi o presidente do Banco Central quem demonstrou maior capacidade de analisar o quadro geral

Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – Luiz Henrique Mandetta lançou nesta sexta (25) um livro em que conta os bastidores da gestão da crise do novo coronavírus em Brasília, quando ainda era ministro da Saúde. Na obra ele relata, segundo o jornal Valor, como Paulo Guedes tinha uma visão equina, mergulhada exclusivamente nas projeções de crescimento econômico para 2020, chegando a ignorar o fato de que a pandemia alterou o cenário.

Para Mandetta, o natural era que Guedes tivesse se aproximado do Ministério da Saúde para verificar como poderia transformar a realidade que se apresentava. Ao contrário disso, Guedes decidiu ignorar os fatos, se distanciar da Saúde, e foi o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, quem surpreendeu demonstrando maior capacidade de olhar para a economia e a crise sanitária ao mesmo tempo.

Disse Mandetta ao Valor:

“O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tinha dados, gráficos, estava antenado com Harvard, Princeton. Ele me mandou coisas antes de o Ministério da Saúde perceber. Ele ligava, perguntava sobre os próximos passos. Tinha essa facilidade de decifrar o mundo saúde e economia. Foi uma fase de proximidade. O grande interlocutor da economia comigo, dos inúmeros dados que eu tinha durante a pandemia, sempre foi o Roberto Campos Neto.

Já Guedes, “ele estava muito focado na recuperação econômica, o Brasil tinha perspectiva de crescer 2,5%, pelas projeções dele, e de repente chega uma realidade alheia a qualquer tipo de prognóstico. Pode ter duas reações: entrar dentro daquela realidade e ver como pode transformá-la, ou negá-la. O presidente resolveu negá-la, e usou como argumento a economia. Até que ponto o ministro da Economia influenciou essa posição do presidente eu não saberia lhe dizer.”

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Redação

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