Marcelo Odebrecht coloca em xeque contratação para acordo com EUA

Segundo ele, “a troca do escritório de advocacia americano contratado pela Braskem parece ser também parte da estratégia de ações para obstruir as investigações”

Jornal GGN – Marcelo Odebrecht enviou mensagens de e-mail para colegas da empresa colocando em xeque a contratação de um escritório americano pela Braskem, para fechar o acordo da companhia com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, o DOJ.

A informação foi revelada pela Folha de S. Paulo nesta quinta (19), que teve acesso exclusivo às mensagens de Marcelo.

Segundo o jornal, o delator da Lava Jato mencionou o escritório no contexto de uma discussão sobre “conflito de interesses”.

Para ele, é “necessário investigar a troca do escritório de advocacia americano contratado pela Braskem, ainda em janeiro de 2015, em alinhamento com o DoJ”.

O escritório, que não teve o nome revelado, fez o acordo da Braskem junto ao DoJ. Nesta semana, em entrevista ao O Globo, Marcelo disse que o acordo da Odebrecht e Braskem com o Departamento de Justiça norte-americano e as autoridades da Suíça foram o golpe final para a derrocada das empresas.

Segundo ele, “a troca do escritório de advocacia americano contratado pela Braskem parece ser também parte da estratégia de ações para obstruir as investigações”.

“Neste sentido tudo indica que esta troca fez parte da estratégia de, no âmbito do acordo de leniência da Braskem, fornecer apenas ‘informações controladas’, tanto às autoridades brasileiras, quanto ao DoJ”, afirmou Marcelo, na mensagem encaminhada ao setor de compliance.

Quando fez o acordo, Braskem e Odebrecht se sujeitaram a aceitar monitores externos indicados pelo DoJ, que fazem relatórios periódicos e enviam informações sensíveis para as autoridades. É uma exigência feita a todas as empresas que fazem acordo com os EUA.

Para o empresário, o acordo resultou em “imenso prejuízo tangível e intangível que trouxe a Odebrecht nas suas operações internacionais. Um prejuízo que seguramente supera os U$$ 5 bilhões em perdas de ativos (especialmente concessões) e contratos de obra no exterior”, diz o trecho da minuta.”

O DoJ anunciou o acordo com as empresas em dezembro de 2016, “e tornou público parte das delações, expondo negociações de propinas em vários países que a empresa atuava. Após esse procedimento que a empresa perdeu contratos e renda nestes locais”, explicou Folha.

Os monitores externos da Odebrecht são o americano Charles Duross, ex-DOJ, e o brasileiro Otavio Yazbek, ex-diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Na Braskem, vão trabalhar por 3 anos o americano Guy Singer, também ex-DOJ, e a brasileira Isabel Franco, especialista em compliance.

Redação

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