O peso da ansiedade do país pode esmagar o centro, por Carlos Melo

Para articulista, a necessidade de respostas de uma população insegura tende a esmagar o centro em detrimento de uma maior polarização

Jornal GGN – A reinvenção da economia com o desenvolvimento tecnológico retirou empregos e mudou os setores de comércio e serviços. O medo e o ressentimento de muitos com as mudanças na velocidade da luz se refletem também na política.

O ano de 2019 foi necessário para se absorver o impacto da vitória de Jair Bolsonaro para a presidência da República, mas a demora em se apresentar respostas para as mudanças tem ajudado a aguçar a polarização política.

“De naturezas opostas, Bolsonaro e Lula estão plenos no palco; no cenário, nada de novo ou diferente. O fato é que o declamado centro não se colocou”, afirma Carlos Melo, cientista político e professor do Insper, em seu artigo publicado no jornal Folha de São Paulo. “Faltam-lhe ainda o sentido, o discurso e o rosto. Incapaz de responder a questões vitais, não tardará a ser esmagado pela ansiedade do país”.

Melo explica que, da forma como se apresenta hoje, o centro sofre pela indefinição entre o petismo e o bolsonarismo. Segundo o articulista, o centro “tem fixação” por refutar as teses apresentadas pelo PT, mas se omite quanto ao atraso bolsonarista e, sem chegar em questões relevantes, dificilmente ganhará relevância em um cenário cada vez mais polarizado.

O cientista político ressalta que política se faz com o futuro, e não por meio do passado – tendo em mente que a falta de esperança é um terreno fértil tanto para o populismo como para o autoritarismo. É importante preparar a educação, combater o crime, salvar o meio ambiente, e tudo isso sem perder o sentido geral da política. Segundo Melo, não é difícil fazer cortes, e sim unir a sociedade em torno de um mundo melhor, e juntar as vontades de todos.

Redação

3 Comentários

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  1. O centro nunca existiu. O autor procura um personagem inexistente. Ou se apoia a politica economica de Guedes ou os trabalhadores. Não há meio termo. O centro não se apresenta porque não tem propostas. As suas são as mesmas de Bolsonaro. Eles engoliram o centro ao incorporar o discurso econômico. À esquerda cabe identificar cada vez mais o “centro” com a direita. Eles deverão ser varridos de uma vez por todas da vida nacional junto com o fascismo que nada mais é que um recurso que a direita (centro) utiliza quando se vê afastada. Aqui no país, é preciso caracterizar a direita (centro) como golpista, que é o que ela é.

  2. FODA-SE o Centro !!!!

    Primeiro porque o que chamam de Centro não é Centro nem a pau !!! É direita !!

    “Melo explica que, da forma como se apresenta hoje, o centro sofre pela indefinição entre o petismo e o bolsonarismo. Segundo o articulista, o centro “tem fixação” por refutar as teses apresentadas pelo PT, mas se omite quanto ao atraso bolsonarista e, sem chegar em questões relevantes, dificilmente ganhará relevância em um cenário cada vez mais polarizado.”

    E fica claro que o “Centro” não está indefinido !!! Entre Bolsonaro e o PT, o “Centro” é claramente pró-Bolsonaro !! Bolsonaro roubou a agenda econômica do Centro !!!!

    E outra coisa, quando a imprensa Tupiniquim vai parar de chamar a DIREITA, EU DISSE DIREITA. E REPITO DE NOVO, DIREITA CARALHO de CENTRO ???

    Por isso sou a favor de todos os maus tratos de Bolsonaro a Jornalistas !!! Espero que ele pare logo de ser grosso e parta logo para a violência física, porque a imprensa ainda não desistiu de lamber o rabo dele !!!

  3. Este é um discurso isentista de Melo. Me parece que localiza no PSDB e PMDB o centro, mas este discurso conveniente esquece a história, que começou com Aécio candidato de centro. O proṕrio centro terceirizou o serviço sujo para Cunha do PMDB e ligado a Temer. Cunha comprou o tal centrão, que na verdade não era centro, mas apenas uma commodity política. A terceirização teve seu preço o tal centrão sentiu na boca não apenas o gosto de sangue mas sobretudo o do poder. A Lava jato atacou a todos para colocar no poder o que lhe parecia mais conveniente, o capitão que todos pensavam em manipular. Entrando em pânico durante o processo o tal centro viu a nave da Alckmin naufragando. Não tiveram dúvida, bolsonizaram o discurso e correram para convidar um expoente do obscurantismo chamado Ana do Relho Não funcionou era tarde demais. Mas correram para dar o suporte a Bolsonaro sempre falando contra o PT e sempre na expectativa de assegurar uma economia liberal, com muitas e muitas privatizações e com um estado amarrado pela PEC do orçamento idealizada por Serra e sabe-se lá que grupos. O centro portanto não está morto apenas esta vestido com a roupa de Bolsonaro Em São Paulo optaram por Dória, um arrivista político que vestiu a roupa de Bolsonaro e fez a velha guarda correr. Premidos pelo futuro namoram Moro ( claramente na extrema direita) e se possível Hulck com seus compromissos com mercado e XP. Mas por enquanto o centro continua dando suporte ao Capitão. Jereissati um lídimo representante do centro que aparenta ser uma espécie de conselheiro deste governo. Com certeza os centristas não comungam os ideais bolsonaristas porém deram dão e continuarão dando suporte, simplesmente porque business é business. Ao contrário do que diz Melo o tal Centro é que vive da polarização e fica na espreita esperando que alguma fruta caia do pé. Mas o Centro quer sobretudo que as políticas economicas do capitão se realizem, e portanto o Centro não tem e nem é uma alternativa poítica.

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