
Hoje em dia, há três pontos centrais no governo Lula, planejando a transição econômica: o Plano Nacional de Transição Energética Justa, tocado pelo Ministro Fernando Haddad; a Nova Indústria Brasil, a cargo do vice-presidente Geraldo Alckmin; e o plano Brasil 2050, ao qual se junta o Rotas de Integração Sul-Americana.
Ou seja, há um material riquíssimo, em construção, base do sonhado Plano de Metas, que não ganha visibilidade porque o presidente da República não incorporou em seu discurso, e há uma regra férrea, que parte do Ministro Rui Costa, da Casa Civil, de coibir as manifestações públicas dos Ministros.
Tudo isso passa a sensação de que não há um projeto de governo, quando há três.
No caso do Ministério de Planejamento e Orçamento, a Ministra Simone Tebet montou seu planejamento valendo-se de dois centros de excelência do Estado – o IPEA e o IBGE -, institutos de pesquisa, associações empresariais e sindicatos.
De um lado, o Ministério precisa cuidar do orçamento hoje. De outro, trabalha na construção de um planejamento para os próximos 25 anos. Foi montada uma plataforma, o Brasil Participativo, que abriga contribuições de todo o país, sobre as diversas políticas públicas.
Na área do orçamento, um dos desafios têm sido o chamado “pente fino” em alguns programas públicos, especialmente no BPC (Benefício de Prestação Continuada). No período Bolsonaro, houve um inchaço enorme no Bolsa Família e no BCP, com a inclusão de inúmeras pessoas sem direitos. No caso do Bolsa Família, o pente-fino identificou R$ 12 bilhões em pagamentos indevidos. Com a sobra, foram introduzidas pessoas que consumiram R$ 7 bilhões do programa. Os R$ 5 bilhões restantes foram remanejados para outras políticas públicas.
Para esse trabalho, de avaliação dos programas, foi criada uma Secretaria de Avaliação de Políticas Públicas, em parceria com o IPEA, e uma Junta de Execução Orçamentária, composta por ministros e equipe técnica, responsável por levantar dados e analisar políticas públicas.
As Rotas de Integração
Mas o grande programa do Ministério é a coordenação das Rotas de Integração Sul-Americana. A Ministra instituiu um subcomitê, que de 5 de junho a 26 de setembro de 2023 percorreu todos os estados, para definir as rotas de integração.
Nos últimos anos, a expansão agrícola do centro-oeste ajudou a aumentar o comércio com a América do Sul. Mas ainda há um espaço grande para ampliar o comércio inter-regional.
Hoje o Brasil exporta apenas 15% do total para a região. No Norte, o comércio inter-regional chega a 40%; na Ásia, a 58%,
Mais importante: as rotas abrirão caminho para o porto que a China está construindo no Peru. Com ele, abre-se um corredor para a Ásia, que há tempos transformou-se no maior mercado para os produtos brasileiros.
Foram planejadas 4 rotas, com obras financiadas pelo PAC:
Rota 1: Integração do norte do Brasil com o norte da América do Sul.
Rota 2: Rota fluvial pela Amazônia, interligando o Pacífico e o Atlântico.
Rota 3: Interligação do Brasil com o porto de Shanghai.
Rota 4: Passagem pelo sudeste do Brasil, interligando com Paraguai, Argentina e Chile.
Além dos investimentos do PAC, foi montado um plano de investimento para os países vizinhos, financiado pelo BNDES, CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe), BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e Fonplata (Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata).
Agora, com as incertezas despertadas pelo governo Trump, abre-se um amplo caminho para ampliação da cooperação com a China.
Assista a entrevista com Simone Tebet:
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A reforma ministerial parece ter sido muito aquém do esperado: a saída do Paulo pimenta há muito desejada; a saída da Nice, não merecida, talvez feito para manter o alexandre padilha no governo; e rui Costa, sempre questionado porque permanece?
Nos anos 80 li um artigo que detalhava um grande plano elaborado pelo governo chinês com autos investimentos aplicados em diversas áreas, cujos resultados colocaria a China num patamar entre as grandes nações já a partir do ano 2000.
O resultado está aí.
Meu grande respeito a ministra Simone com votos de sucesso em seu projeto.
Mas é bom tomar cuidado com a lava-jato, que ressuscita quando “lhe convém “. Investimento público atrai todo tipo de defensores do Estado Minimo, do funionalismo larápio e entreguista à midia burguesa, todos guardiões vira-latas a mando do mercado financeiro e corporativo sanguessuga. Desinvestir é liberado, nem que for entregando quase de graça. E quanto a Tebet, sem comentários,,,,,é dormir com o inimigo.
globo
Dia 25 de Março de 2025
sos
mulher
O sos mulher é um privilégio.
O sos mulher é ilegal.
Iremos ironizar.
O que você acha do sos homem.
Não conseguem resolver o hoje e tem planos para daqui a 25 anos? Faz favor né?
Melhor o sigilo forçado de um planejamento para o futuro do que um projeto escandaloso para atrair o ódio e a inveja dos detratores. Que a hoje ministra reencontre seus planos para materializa-los amanhã, quando estiver na presidência. Boa sorte para ela e para o país, já que ela pensa e planeja o nosso futuro.