Para Aldo Rebelo, governo subestimou a política

Jornal GGN – Aldo Rebelo, ministro da Ciência e Tecnologia e representante do PC do B no governo, acredita que a crise política enfrentada pela presidente Dilma Rouseff foi causada porque o governo subestimou a política. Para Rebelo, o Brasil é “muito grande e complexo para ser governado por um único partido”.

Em entrevista para a Folha de S. Paulo, Aldo Rebelo afirmou que a biografia de Dilma é “irreparável”, diz que ela ainda tem condições de reunir o país numa transição neste momento difícil” e que ela tem dialogado mais com seus aliados.

Da Folha

Governo Dilma subestimou a política, afirma ministro

Representante do PC do B no governo, o ministro Aldo Rebelo (Ciência e Tecnologia) disse à Folha que uma das razões da atual crise enfrentada pela presidente Dilma foi ter “subestimado a política”.

“O país é muito grande e complexo para ser governado por um único partido”, avaliou, em crítica indireta ao PT.

Rebelo defendeu Dilma, dizendo que “sua biografia é irreparável” e que é ela, em sua opinião, quem ainda tem condições de “reunir o país numa transição neste momento difícil do país”.

*

Folha – Por que o governo chegou a este ponto da crise?

Aldo Rebelo – Porque houve uma subestimação da política por parte do governo.

Do governo ou da presidente?
Eu disse do governo, que não deu a devida importância ao processo político.

Isto levou a esta crise?
Sim, porque o Brasil tem de ser governado tendo como base uma política que seja fruto da concertação das forças políticas. A governabilidade do país tem de reunir todas as forças.

O problema central está na política então?
O país é muito grande e complexo para ser governado por um único partido.

O sr. quer dizer que o PT quis controlar todo o governo, sem partilhar poder?
Não quero dizer nada, o que quero dizer eu já disse.

Voltando à questão de o governo ter subestimado a política, a presidente sempre foi criticada por isto.
Vejo agora que ela deu um grande passo para a valorização da política, tem conversado e dialogado mais com seus aliados.

Os processos do mensalão e do petrolão também contribuíram para esta crise?
Muito. Os dois processos tiveram impacto muito grande na crise política.

Há atores que trabalham com a hipótese de queda da presidente. Ela corre este risco?
Não. Não vejo reunidas nas forças que têm interesse em remover o governo e a presidente da República capacidade ou condições de levar isto à frente.

Quem tem condições de unir o país para superar a crise?
Ela, a presidente, ainda é quem tem condições de reunir o país numa transição deste momento difícil. Para mim, ela tem todas as condições para encerrar seu mandato em 31 de dezembro de 2018, encerrar sua vida política, pois creio que não será mais candidata, e passar a presidência ao sucessor.

Dilma considera tentativa de golpe as articulações por um processo de impedimento.
Na minha opinião, qualquer tentativa de interromper este processo é uma aventura que a sociedade brasileira não vai permitir porque é prejudicial ao interesse público e do país.

O sr. diz que a presidente tem condições de superar a crise, mas até agora não tem conseguido. Como fazer isto?
Precisa dar dois passos importantes: Aprovar o ajuste fiscal e reconquistar a maioria parlamentar. Ela tem uma base muito fragmentada, mas pode reconstruí-la. E será fundamental para aprovar a CPMF. Creio que conseguirá, porque terá o apoio de governadores e prefeitos.

Mas o momento mostra um governo frágil?
É verdade. Mas trabalho na perspectiva de que o governo vai recuperar a confiança. E recuperar também o apoio dos aliados. Ninguém sério neste país vai entrar nesta aventura do impeachment.

A oposição não é séria?
Falo dos aventureiros. Não vejo nenhuma força majoritária querendo derrubá-la. Aí ela vai governando. 

Redação

10 Comentários

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  1. “Para Aldo Rebelo, governo

    Para Aldo Rebelo, governo subestimou a política

    certíssimo!

    aliás, tal espírito olímpico fenomenal de governo é marca registrada do comunismo-stalinismo que sabe como ninguém subestimar e desprezar a política dita burguesa dita reacionária dita democrática dita capitalista dita revisionista dita iluminista , tudo, em nome do poder pelo poder somente lhes interessa todo o poder… o poder totalitário.

    pra que tanto poder para fazer nada ou quase nada de bom para o país e o povo sofrido?

    eis um grande mistério… comentado a boca pequena nas filas e mais filas da saúde pública agonizante.

      1. proto-comunismo-stalinismo

        proto-comunismo-stalinismo

        então vc não sabe da história universal ilustrada de que os judeus da diáspora das doze tribos de israel foram e são e serão competentes eficientes calculistas contadores contábeis, cobradores de impostos e taxas, cambistas juramentados e banqueiros a postos bem no fluxo do caixa mercantil 1 2 3 4 5 6… das nações imperiais e também das coloniais sempre a serviço servil amoral dos governantes e reis e imperadores e sindicalistas de plantão na história do mundo, quer seja à esquerda quer seja à direita da mão leve de deus?

    1. Poder totalitário

      O sr. é militar, por acaso ?

      Uns dizem que o PT fatiou o poder, agora vemos  pessoas como o sr. falando em poder totalitário ? Afinal , qual o correto? Se uma parte da Petrobrás pertencia ao PP, outra maior ao PMDB, além de outros menos votados. A presidente Dilma, como pessoa correta que é, nunca concordou com essa divisão, pois sabe o que representa tudo isto, apenas dinheiro no fundo de tudo. A questão do PMDB não é ter presidencia e mt menos ajudar a governar, O que desejam é somente ter mt grana para eleger o maior número de deputados, presidir a câmara e chantagear o presidente.Os 2 partidos PMDB e PT não tinham um acordo de revesamento na presidência na câmara, mas não foi cumprido pelo PMDB, que é aquele que manda de fato e , atualmente, com a prestimosa colaboração do partido dos cheirozinhos.

  2. Entrevista de Aldo Rabelo

    Conheci o Sr. Aldo Rabelo na militância do movimento estudantil nos idos de 1977, e justiça seja feita, suas análises políticas eram bem mais fundamentadas, tinham um certo embasamento teórico, provavelmente, por conta das leituras que o momento exigia. Hoje, fico surpreso com afirmações que ficariam muito bem na boca da maioria dos deputados, menos na boca de quem se considera comunista, que deve saber que a questão do poder constiuído não pode e não deve ser analisada de forma tão simplória. Será que o nobre comunista acredita que os parlamentares querem mesmo fazer política com P maiúsculo? que a maioria dos partidos políticos representam os interesses do povo? que a burguesia brasileira está preocupada com as péssimas condições de trabalho, saúde, educação, moradia e transporte da população brasileira?  que os setores financeiros querem cobrar juros mais baixos? que os especuladores desejam trabalhar num clima político de tranquilidade? que a mídia brasileira tem interesse em defender a população brasileira? creio que o deputado esqueceu muito do que já leu, seria salutar uma parada sabática  para rever conceitos que parecem esquecidos.

  3. Bons textos para reflexão apareceram na quinta-feira no blog

     

    Luis Nassif,

    O JornalGGN trouxe ontem bons textos para reflexão. Este texto correspondendo à entrevista do Aldo Rebelo para a Folha de S. Paulo e que deu origem ao post “Para Aldo Rebelo, governo subestimou a política” de quinta-feira, 24/09/2015 às 10:40, é um bom exemplo. Outro bom exemplo é o artigo de Thomas Traumann também publicado na Folha de S. Paulo e que deu origem ao post “Dilma e Levy formam dupla inesperada, por Thomas Traumman” de quinta-feira, 24/09/2015 às 10:18, e que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/dilma-e-levy-formam-dupla-inesperada-por-thomas-traumman

    Não só a entrevista e o artigo em minha avaliação são interessantes e corretos como vale prestar atenção nos comentários para ver a reação das pessoas diante de artigos que são de certo modo críticos ao governo da presidenta Dilma Rousseff feitos por pessoa do próprio governo.

    Nos comentários não se parte para analisar as afirmações tanto de Thomas Traumman como de Aldo Rebelo pelo questionamento da oportunidade da crítica que eles fazem, mas sim parte-se para acusar os dois pelas críticas que fizeram. E não há a demonstração de que a crítica que cada um fez estava errada e assim parte para a acusação pessoal.

    O Thomas Traumann ainda tem contra ele um curriculum vitae um tanto perigoso para quem depois ocupou o cargo de ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República no próprio governo da presidenta Dilma Rousseff de 03/02/2014 a 25/03/2015, tendo sido antes porta-voz da Presidência da República de janeiro de 2012 a fevereiro de 2014, e mais perigoso ainda por ter deixado vazar as críticas que ele fizera à comunicação do governo da presidenta Dilma Rousseff que resultou na saída dele do governo.

    Você comentou a saída de Thomas Traumann no post “A prova de lealdade de Thomas Traumann” de quarta-feira, 18/03/2015 às 10:46, e que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/a-prova-de-lealdade-de-thomas-traumann

    Eu particularmente considero que Thomas Traumann falhou em ter deixado vazar as críticas que ele fizera. Só que acho que ele falhou mais porque considero que as críticas eram equivocadas. Ele dizia que o governo estava perdendo a guerra da comunicação para os movimentos oposicionistas por incompetência do governo quando na verdade a guerra está sendo perdida porque a oposição tem mais trunfos para mostrar do que o governo. E é claro tem mais veículos para fazer a crítica da oposição do que dispõe o governo.

    Quanto a entrevista de Aldo Rebelo, penso que este é o grande problema da presidenta Dilma Rousseff: ela é uma técnica e não uma política. Não sendo política ela só pode fazer aquilo que o Aldo Rebelo disse que ela faz: subestima a política. No comentário que eu enviei ontem, quinta-feira, 24/09/2015 às 21:36, para Wong junto ao comentário dele enviado quinta-feira, 24/09/2015 às 10:56, lá no post “Dilma e Levy formam dupla inesperada, por Thomas Traumann” eu fiz referência a um comentário de Marco Antonio Castello Branco enviado quinta-feira, 26/06/2014 às 01:45, junto ao post “Para entender o desgaste do governo Dilma” de segunda-feira, 16/06/2014, aqui no seu blog e de sua autoria e que pode ser visto no seguinte endereço:

    https://jornalggn.com.br/noticia/para-entender-o-desgaste-do-governo-dilma

    O comentário de Marco Antonio Castello Branco faz mais de um ano e desde que eu o descobri eu tenho ou o transcrito ou o indicado para a leitura, além de recomendar a transformação do comentário em post. No comentário Marco Antonio Castello Branco faz uma profunda análise sobre a sobreposição da técnica sobre a política na presidenta Dilma Rousseff. Uma crítica fundamentada, mas muito forte que até me levou a crer ser alguém da oposição tendo em vista que a família Castello Branco aqui em Minas Gerais era muito ligada à família de Tancredo Neves. Depois vi que Marco Antonio Castello Branco era gente de Fernando Pimentel tendo tomado parte do governo de transição e ocupado importante cargo no novo governo (Presidente da Codemig).

    E meu comentário é muito no sentido de enfatizar que considero que as análises dos comentaristas do blog busquem com mais empenho a fundamentação na racionalidade.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 25/09/2015

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