Para enfrentar crise, Ucrânia quer repasse de ativos russos congelados pelo G7

Renato Santana
Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.
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Por sua vez, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que “roubar a propriedade de outras pessoas nunca beneficiou ninguém”

Presidente da Ucrânia visitou as trincheiras militares na região de Donetsk, no dia 17/02/22 – Foto: Gabinete Presidencial da Ucrânia

A Ucrânia enfrenta um buraco de US$ 29 milhões de dólares no seu orçamento para 2024 sem a ajuda dos seus aliados ocidentais, disse o ministro das Finanças ucraniano, Sergei Marchenko, ao jornal Politico.

“A preservação da estabilidade macroeconômica é muito importante porque além do conflito teremos uma crise econômica”, disse. Para ele, a crise na Ucrânia “terá efeitos indiretos na União Europeia”.

Marchenko apelou para que os cerca de US$ 300 milhões em ativos russos congelados pelos países do G7 fossem transferidos para a Ucrânia. Compõe o grupo do sete Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, embora a União Europeia também esteja representada

A Rússia denuncia a ilegalidade do bloqueio dos seus ativos no estrangeiro. 

O Kremlin alertou que consideram uma apreensão em favor da Ucrânia como “um roubo realmente direto”. Por sua vez, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que “roubar a propriedade de outras pessoas nunca beneficiou ninguém”.

Questão da corrupção 

Embora Marchenko tenha dito que o seu país está aberto a novas reformas para fortalecer as agências anticorrupção, alertou que é urgentemente necessária ajuda. A corrupção tem sido uma justificativa usada pelos países ocidentais para secar as fontes de recursos, além do conflito no Oriente Médio. 

“Estamos dispostos a discutir, mas não estamos dispostos a permitir que isso provoque um atraso no fornecimento de ajuda à Ucrânia. Precisamos de dinheiro a partir do início do próximo ano”, disse ele.

Efeito ‘spillover’

O ministro salientou inúmeras vezes na entrevista que as consequências de uma crise econômica seriam traumáticas não só para a Ucrânia, mas para toda a Europa, com efeitos imigração, devido ao efeito ‘spillover’ – evento econômico em um contexto que ocorre por causa de outro evento em um contexto aparentemente não relacionado. 

Com informações da Agência RT

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2 Comentários

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  1. O que Zelensky realmente quer com isso é ampliar a guerra. Se ativos russos forem entregues nas mãos dele a Rússia será obrigada a tratar quem fizer isso como inimigo. Eu realmente não acredito que os europeus e norte-americanos sejam estúpidos o bastante para correr esse risco.

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