Jornal GGN – Em primeiro de janeiro de 2017, o Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), de Manaus, registrou uma rebelião com 56 mortes. Nesta semana, outra rebelião, com mais 55 mortes. A empresa responsável pela gestão do presídio é a Umanizzare. Seu dono, Luiz Gastão Bittencourt, presidente da Federação do Comércio do Ceará, interventor no Sesc-Senac do Rio de Janeiro, administrando R$ 1 bilhão por ano, apesar das inúmeras suspeitas que recaem sobre ele.
Fosse um País sério, um inquérito para apurar a responsabilidade dos gestores do presídio nas duas rebeliões que totalizam mais de 100 mortes já teria sido instaurado.
Aliás, é de se perguntar quem está permitindo a continuidade desse modelo assassino de gestão de presídios mesmo após a primeira rebelião.
No vídeo acima, publicado em 28 de maio, Luis Nassif levanta essas questões e explica como funciona “um dos sistemas mais pesados que se tem no setor público, que é o sistema de privatização de presídios.”
“O jogo desse pessoal é simples. Eles montam um acordo político, [envolvendo] financiamento de campanha [eleitora]. Assumem a gestão de um presídio. Ganham dependendo da população carceraria, então a população carceraria explode. O custo por preso em Manaus é super elevado. Superlotação [serve] para aumentar o faturamento. Deixam acumular dívidas fiscais e trabalhistas, e quando a empresa está com passivo grande, fecham a empresa. Abrem uma nova, que assume a gestão porque os contratos políticos são mantidos.”
É, segundo Nassif, um pouquinho do quadro da corrupção brasileira quando não envolve somente a politização e ideologização vista na Lava Jato.
“Se Lava Jato fosse levantar historia de Luiz Gastão, veria envolvimentos [com o sistema político] para todo lado.”
Mas como não é a Petrobras…
Confira o artigo de Luis Nassif sobre o tema:
Luiz Gastão: a blindagem de um homem de bem, responsável por 110 mortes em presídios
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até quando esse modelo de morte
será mantido impunemente?
E nas redes de esgoto, plim plim, continuam falando da ausência do estado no sistema prisonal. Mas não fiquem espantados, pois não é uma defesa da ação do estado, mas sim uma forma de esconder que o fato se deu num presidio privatizado. Isto ocorre na semana em que anunciaram a intenção de privatizar vários presídios.
Como dizem competente é a iniciativa privada.
Considero o seu artigo sobre a privatização das prisões um dos mais bombásticos e perigosos já escritos, principalmente pelo fato de a investigação estar trilhando o caminho certo.
“(Luiz Gastão: a blindagem de um homem de bem, responsável por 110 mortes em presídios)”
Não precisa nem olhar de perto para perceber que o crime organizado já chegou e está fortemente entranhado em todas as esferas do poder, contaminando a política nacional.
Dizer que estamos sendo governados pelo crime organizado será redundância. E como criminosos fazem leis conforme as próprias conveniências, a constituição e as leis escritas já não merecem respeito.
Em breve restará ao cidadão comum unir-se aos crentes e orar.
Poderia até funcionar se entre eles não fossem recebidos de braços abertos tantos criminosos.
Enquanto uns querem lucrar gerando miséria ao preso, família e sociedade, no próprio Brasil existe o caso de sucesso que são as APACs onde o custo do prisioneiro pode cair para um a um e meio salário mínimo. A APAC é um estabelecimento de ressocialização de presos. Eles são autorizados pelo juiz de Execução Penal da região onde está instalada para cumprirem pena nesse local. Na APAC, o condenado encontra uma rotina de trabalho e educação, diferente do ócio vivido atrás das grades dos presídios comuns. Um quadro fixo de funcionários e voluntários asseguram atividades variadas com o objetivo de preparar o preso para voltar ao convívio social, de terapia em grupo a religião. Para aumentar as chances de sucesso no retorno à sociedade, as visitas de familiares também são mais regulares e íntimas.
Enquanto o sistema prisional comum permite que a violência e a injustiça perpetuem e recupera apenas 8% dos prisioneiros, o modelo prisional das APACs (Associação para a Proteção e Assistência aos Condenados), com a filosofia de “matar o prisioneiro para salvar o homem”, permite que a recuperação seja em média de 70% – em algumas unidades chega próximo da totalidade, além de uma reincidência bem menor.
Modelo APAC de administração de presídios
A necessária ampliação do modelo APAC em todo território nacional é medida urgente a ser adotada para amenizar realidade atual do sistema carcerário.
https://tiagornogueira31.jusbrasil.com.br/artigos/407171235/modelo-apac-de-administracao-de-presidios
Presídios com método Apac têm índice de reincidência três vezes menor
https://www.conjur.com.br/2017-abr-19/prisoes-metodo-apac-indice-reincidencia-tres-vezes-menor
Presídios sem polícia, uma utopia real no Brasil
O país tem mais de 50 centros de detenção onde não há armas nem motins
Ali, os detentos são chamados de ‘recuperandos’
https://brasil.elpais.com/brasil/2017/08/24/politica/1503582779_209546.html
MATAR O CRIMINOSO E SALVAR O HOMEM (parte 1) – jornalista Maíra Lemos
https://www.youtube.com/watch?v=rS7jX4b4UbQ
MATAR O CRIMINOSO E SALVAR O HOMEM (2)
https://www.youtube.com/watch?v=EpkewcvwxMg
Preso da APAC custa menos do que o do presídio, afirma FBAC
https://conselhodacomunidadecwb.com.br/2017/04/18/preso-da-apac-custa-menos-do-que-o-do-presidio-afirma-fraternidade-brasileira-de-assistencia-aos-condenados/
Como funciona a primeira prisão sem guardas do RS
Cadeia com método diferenciado e altos índices de ressocialização foi inaugurada nesta terça-feira (18) em área de prédio de extinto albergue, em Porto Alegre
https://gauchazh.clicrbs.com.br/seguranca/noticia/2018/12/como-funciona-a-primeira-prisao-sem-guardas-do-rs-cjpuctrcw0m7s01pigdyep23i.html
APAC: Um Modelo de Humanização do Sistema Penitenciário
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9296