Raio X do emprego em novembro de 2019 – 2, por Luis Nassif

De out-nov de 2017 para out-nov de 2019 houve a criação de 2,8 milhões de vagas, sendo que 58,7%, ou 1,6 milhão, são de trabalhadores por conta própria.

De out-nov de 2017 para out-nov de 2019 houve a criação de 2,8 milhões de vagas.

Desse total, 1,6 milhão, ou 58,7% das vagas foram ocupadas por trabalhadores por conta própria. Desse contingente, 975 mil, ou 34,7% das vagas abertas, para trabalhadores por conta própria sem CNPJ.

Já empregados com carteira de trabalho assinada representaram apenas 287 mil, ou 10,2% das vagas abertas.

Sem carteira de trabalho, são outros 702 mil, ou 25% das vagas criadas.

Somando com trabalhadores por conta própria, o total de emprego precário sobe para 83,7%

Em relação a 2014, o quadro é mais grave. Foram criados 2,2 milhões de novos trabalhos.

O número de empregados caiu 1 milhão. Mas o número de empregados com carteira de trabalho assinada despencou 3 milhões. Enquanto o número de trabalhadores sem carteira de trabalho assinada aumentou 1,4 milhão, representando 64,5% das vagas criadas.

 

Um corte no perfil do trabalho por conta própria vai mostrar um quadro de absoluta precarização.

 

Análise setorial

Na comparação da evolução do trabalho em cada setor, em relação ao Total, observam-se os seguintes resultados:

  1. Setores geradores de impacto maior na economia – Indústria, Construção e Agricultura – com desempenho bem abaixo do Total.
  2. Crescimento do Serviços Domésticos acima da média.
  3. Na média, Comércio e Serviços.

Composição Setorial do Emprego

Em comparação com o mesmo período de 2014 – início da crise:

  1. Queda na participação da Indústria, Agricultura e Construção.
  2. Crescimento da participação de Serviço Doméstico, Administração Pública, Comércio, Reparação de Veículos, Automotores e Motocicletas.

Luis Nassif

5 Comentários

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  1. Pois é, artigo importante!
    Mostra um indicador com resultado similar a uma melancia: verde por fora, mas vermelho e cheio de caroço por dentro. Aliás, como parece se comportar qualquer indicador economico deste governo onde é feita administração e não gestão dos indicadores.
    Usam não apenas esta falácia de redução de desemprego mas também o voo de galinha da economia do rentista guedes para anunciar a maior alta no indice utilizado para reajuste de aluguéis:
    https://www.jb.com.br/economia/2019/12/1021211-igp-m–que-reajusta-aluguel–tem-maior-alta-em-17-anos.html

  2. Pela ótica do jornal nacional, da rede Globo, principalmente a edição desta semana, mais precisamente, quinta-feira, dia 26/12/19, parece que, finalmente, entramos na melhor fase histórica e nem parece que ainda temos mais de 11 milhões de desempregados! Infelizmente!

  3. Com o STF e tudo dentro, o Brasil tá virando um Grande Haiti

    E saber que até 2014 o Brasil estava caminhando para ser uma das maiores potencias mundiais: chegamos a ser a 5a sob Lula e Dilma mas, como temos a pior elite do mundo, deu nisso : de grande pais de classe média, que era o projeto do PT, sob esse regime miliciano fundamentalista que está está, caminhamos rumo ao caos: e sabendo do que virá como resultado do golpe empreendido por Moro, Globo e Cia, o necropopulista BozoNazi promete bala na cabecinha de quem sair às ruas, né

    Triste Brasil

  4. Chega de tentar ajudar quem não quer ser ajudado e não se ajuda.
    Como é perda de tempo tentar explicar essas coisas prum bolsomínion ou qualquer crente da Rede Globo eu resolvi mudar meu ponto de vista, afinal, a proposta de um país para todos foi abertamente rejeitada por aqueles mesmos que tentava favorecer.
    Agora vou abraçar a ideia dos ricos, que tratam os pobres como lixo. Mais ainda: pobre tem mais é que se f***r.

  5. Nos trabalhos de Marx há uma clara posição sobre a produção de riqueza, só o trabalho produtivo (industria e agricultura) que cria riqueza. É mais ou menos evidente, se eu vender uma melancia e um sapato para outra pessoa e esta pessoa simplesmente vender para outro, há simplesmente uma troca de propriedade e nenhuma riqueza se criou.
    Marx não diz que o comércio não é necessário dentro do sistema capitalista, mas sim que trocar as coisas de mãos não é trabalho produtivo, este conceito Marx tomou de Adam Smith e simplesmente o explicitou melhor através do conceito do mais valia, mas mesmo se ficarmos com o velho Smith as coisas ficam claras.
    E além de tudo isto, temos que levar em conta que estamos vendendo produtos com alto valor agregado que são simplesmente importados, ou seja, perdemos dia a dia a capacidade gerar riqueza.
    Os dados de emprego deixam claro o que ocorre no Brasil, cada vez mais a indústria encolhe e os empregos industriais, outrora bem remunerados, estão sendo trocados por empregos comerciais que pagam o mínimo em todos os sentidos.
    A perda de capacidade da indústria devido a sua perda de competitividade com as indústrias internacionais, cada vez mais as tornarão meras maquiadoras do que produtoras reais, ou seja, vão simplesmente produzir embalagens para produtos que vem montados do exterior ou simplesmente vão fazer uma montagem final.
    Esta perda de capacidade de produção, inclusive a perda de capacidade de retirar a mais valia dos seus empregados, estão fazendo que estas virem somente empresas financeiras, porém se não é criada riqueza não há como vender mais.
    Estamos indo na direção de uma tragédia, que com propaganda ou não da Rede Globo será algo inevitável.

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