Relembre ligações dos Bolsonaro com milicianos do caso Marielle

Élcio Queiroz, novo delator do caso Marielle, tirou foto com Jair. Ele dirigiu o carro do executor Ronnie Lessa, vizinho de Bolsonaro

A Polícia Federal avançou uma etapa importante na apuração do caso Marielle. Nesta segunda (24), o ministro Flávio Dino anunciou que provas obtidas pelos investigadores levaram à delação de Élcio Queiroz.

Em sua delação, Élcio Queiroz teria prestado detalhes sobre a execução do crime. Élcio admitiu que dirigiu o carro usado por Ronnie Lessa, que foi quem metralhou o veículo que transportava Marielle Franco em março de 2018. Além de Marielle, os milicianos também atingiram o motorista da vereadora, Anderson Gomes.

Élcio ainda implicou um terceiro envolvido preso nesta segunda (24): Suel, apelido de Maxwell Corrêa, que teria participado dos atos preparatório, monitorando os passos de Marielle ao longo de semanas. Suel ainda teria ajudado a proteger os autores do crime e a obstruir as investigações ocultando armas.

Ronnie Lessa e Élcio Queiroz são dois ex-policiais militares, envolvido com a milícia do Rio de Janeiro, que acabaram ligados à família Bolsonaro no início das investigações.

Élcio Queiroz tem foto abraçado com Jair Bolsonaro [destaque]. Segundo a revista Veja, a foto teria sido feita em 2011.

Ronnie Lessa morava no Vivendas da Barra, o mesmo condomínio onde Jair Bolsonaro e Carlos Bolsonaro têm imóvel. A filha de Ronnie Lessa, inclusive, teria tido um relacionamento com Renan Bolsonaro.

No começo das investigações, o porteiro do Vivendas da Barra teria dito que partiu da casa 58, de Jair Bolsonaro, a autorização para que Élcio Queiroz entrasse no condomínio com o carro usado na execução de Marielle, no mesmo dia do crime. Embora tenha sido autorizado pela casa 58, Élcio teria ido encontra Ronnie na casa 66.

Depois, porém, a grande mídia reportou que o porteiro recuou da história e que seu depoimento foi tratado como “mentiroso” por uma promotora bolsonarista que trabalhava no caso. Autoridades chegaram a questionar, à época, se o depoimento do porteiro, citando o nome de Bolsonaro, era uma tentativa de atrapalhar as investigações, porque toda vez que o nome do ex-presidente era citado, a investigação precisava ser desmembrada e enviada para o foro competente.

Outra peça chave da investigada pela morte de Marielle era o miliciano Adriano da Nóbrega, membro do Escritório do Crime. Ronnie Lessa atribuiu o assassinato da ex-vereadora ao grupo de matadores de aluguel comandado por Nóbrega.

Em fuga por conta de outro inquérito, Adriano da Nóbrega foi morto em operação da polícia da Bahia, em 2020, e o caso circulou na opinião pública como possível “queima de arquivo”.

Quando Adriano foi morto, membros do Escritório do Crime teriam ligado para “Jair” ou “presidente” ou “homem da casa de vidro”, segundo escutas feitas a pedido do Ministério Público. As escutas foram canceladas sob a justificativa de que se o interlocutor fosse mesmo Jair Bolsonaro, o MP não teria competência para o caso.

Adriano da Nóbrega teve mulher e mãe lotadas no gabinete de Flávio Bolsonaro no Rio de Janeiro, e era amigo do ex-assessor Fabrício Queiroz, pivô das rachadinhas no gabinete da ALERJ. Adriano da Nóbrega já foi defendido na tribuna por Jair Bolsonaro e condecorado por Flávio Bolsonaro.

Segundo Flávio Dino, com a prisão de Ronnie Lessa, Élcio Queiroz e Suel pela execução de Marielle e Anderson Gomes, a Polícia Federal pode avançar sobre outra etapa da investigação: os mandantes do crime.

Redação

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