Secretário diz que conceito da frase nazista é “perfeito” e acaba demitido

Alvim explicou a Jair Bolsonaro a "coincidência retórica" no discurso inspirado em Goebbels sobre cultura nacionalista. Congresso é avisado da demissão

Jornal GGN – Em entrevista à Rádio Gaúcha na manhã desta sexta (17), o secretário nacional de Cultura Roberto Alvim disse que não sabia que a frase que ele usou para defender a “cultura nacionalista” em um vídeo institucional era do ministro da propaganda nazista, Joseph Goebbels.

Alvim afirmou à rádio que explicou a Jair Bolsonaro a “coincidência retórica” nos discursos sobre nacionalismo em cultura. Minutos depois do fim da entrevista, lideranças no Congresso foram avisados pelo ministro da Secretaria de Governo, Luiz Ramos, de que Alvim será demitido. O porta-voz da Presidência, general Rego Barros, deverá fazer o anúncio oficial.

O secretário teve de dar explicações depois de aparecer em um vídeo com estética nazista, feito com o intuito de promover o novo programa do governo Bolsonaro de fomento às artes clássicas.

A produção, além de parafrasear um discurso histórico de Goebbels, adotou como trilha sonora uma ópera associada a Adolf Hitler. Segundo Alvim, a ópera foi escolhida pessoalmente por ele, mas o fato de ter sido apropriada pelo nazismo é outra “coincidência” infeliz.

Alvim explicou que, para fazer o roteiro do vídeo, ele pediu a auxiliares da Secretaria que fizessem uma pesquisa sobre cultura nacionalista. A equipe, então, teria entregue uma série artigos e frases sobre o tema. Entre elas estaria a frase de Goebbels, que Alvim usou de inspiração para escrever seu próprio discurso. Agora, ele diz que vai investigar como caiu nessa “casca de banana”.

“Essa casca de banana que foi plantada será aferida agora. Eu não conhecia a origem disso. Chegaram vários papéis na minha mesa, com várias frases ligadas ao nacionalismo em arte. Vamos investigar.”

Após a repercussão negativa, Alvim criticou a associação do governo Bolsonaro ao nazismo.

Para o secretário, há “apenas” uma “coincidência retórica”, isto é, apesar de Goebbels ter sido um nazista que merece repúdio, sua defesa em prol de uma “cultura nacionalista” é compatível com o projeto de Bolsonaro.

“A minha frase, a frase que eu escrevei, que tem essa coincidência retórica com a frase do Goebells” é “absolutamente perfeita”, defendeu Alvim.

“A vinculação dessa ideia acerca da arte e cultura brasileiras com campos de extermínio é que é produto de má intencionalidade ou analfabetismo funcional. Insistir nesse ponto não faz sentido”, pontuou.

“Houve uma coincidência retórica sem o conhecimento da origem dessa frase. A ideia dessa frase não tem nada a ver com a perseguição ao povo judeu. A minha repugnância ao nazismo é a mesma de qualquer pessoa com sanidade mental. Peço perdão por essa infeliz associação retórica. Mas não há no nosso horizonte nenhuma conexão com o regime nazista.”

 

Leia mais: Cultura no governo Bolsonaro assume discurso e estética nazista em vídeo institucional

15 Comentários

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  1. Uma pergunta ao Aras:

    A promoção de doutrinas nazifacistas importa na destruição da democracia ou a destruição da democracia importa na promoção de doutrinas nazifascitas?

    “Some things are too strange and strong to be coincidences.” – Emery Allen

  2. Parece que Alvim citou Olavo de Carvalho nessa entrevista… “guru” que a mídia capitalista tenta disfarçar grafando apenas “Olavo”.

    Seria bom saber o que Alvim disse de Olavo de Carvalho.

  3. Parece evidente que por mais idiota que o sujeito seja ele não teria a ousadia de fazer tamanha afronta não só ao povo brasileiro como a toda população mundial.
    Essa operação com certeza visou e visa desviar o foco do outro lunático acusado de corrupção da Se com que acabaria sobrando para o ocupante da cadeira da presidência da República.

  4. Incrível a saída “Eu não conhecia a origem disso.”

    Qualquer um que quiser saber, posto ignorante, por que, por quê ou porque, da expressão PQP encontrará na internet dezenas de definições.

    Alegar só coincidência retórica é puro exercício de arrogância por apego ao cargo.

  5. Alegar desconhecimento é até pior……demonstra que possui mesma mentalidade e ideologia autoritária…..aliás, indisfarcável e exaltada neste desgoverno capenga….
    Entretanto, ainda quero saber……o tal queiroz é miliciano??? Todos fogem da pergunta como o diabo da cruz…..
    E por falar nele…..hoje é dia de lojista rodopiar mais pião batendo bumbo para o cramunhão, a noite será pequena………de minha parte quero que descansem, todo o fim de semana, sentados nas baquetas (daquelas bem grossas…….)

  6. Fico aqui imaginando como o Weintraub(entre outros….) vai explicar esse videozinho do ex “colega de trabalho” para os véio da véia da família dele e para os véio lá na sinagoga…….vai ser delicada a questão….outra boa vai ser o Bolso explicar a parada para o Bibi Netanyahu……….vai ser show de bola

  7. Se ele não sabia que a frase era de Goebells e a utilizou ainda É PIOR, por mostra claramente como a Ideologia Nazi-fascista está impregnada no governo Bolsonaro.
    .
    Se eu fizer um discurso qualquer e minhas frases se assemelharem com quase que absoluta veris semelhança a frases de Joseph Goebbels, Heinrich Himmler, Hermann Göring e do próprio Adolf e seu bando de lixo da humanidade significa que convivo e sorvo todo o lixo nazi-fascista.
    .
    Na realidade ele obter várias frases sobre o que ele chama de “nacionalismo” e achar a frase de Goebbels interessante desvenda todo o ambiente que está a sua volta.
    .
    Como conheço um pouco de música de Wagner, que acho de ótima qualidade, ele errou o mais importante, ele deveria ter adotado a música Cavalgada das Valquírias (Walkürenritt) que era utilizada nos documentários de guerra nazistas no momento em que os Stukas bombardeavam o inimigo. Em Apocalypse Now é um filme de guerra norte-americano de 1979 dirigido por Francis Ford Coppola ele coloca exatamente no momento que os helicópteros norte-americanos bombardeiam aleatoriamente vietnamitas de novo a Cavalgada das Valquírias para fazer um paralelo das forças norte-americanas com as forças nazistas.

  8. Neste caso duas coincidências representa tendência politica, até porque, quando pgr, o pai do “arnesto” (o araujo) não deu asilo a nazista comandante de campo de concentração?

  9. Dois objetivos: Alem de mais fumaça da chaminé da casa 58 — desta vez tiraram foco da Mariele e colocaram no SECOM — mandaram a letra nazista pra ver se já colava. Porém, como a turma da hebraica deu um toque, mais à frente, assim que pacificarem a parte raiz da comunidade, farão nova investida.
    Surpreende (ou não) a perda de tempo em convocar Goelbs do Rego (acima deram o nome do palhaço) para “CPI” (uma atividade inutil), quando este cretino já deveria estar sendo convocado a prestar esclarecimentos diretamente pela PF pelo crime de apologia ao nazismo.

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