SP recebe “I Caminhada do Silêncio” pelas vítimas da Ditadura no domingo (31)

Atividade chama atenção para crimes como tortura, atentados sexuais, assassinatos e desaparecimentos forçados cometidos por agentes do Estado

A truculência, a crueldade e a ilegalidade são marcas dos atos de repressão a civis
praticados no Brasil por agentes de Estado, ontem e hoje. Sob a chancela da segurança
nacional ou pública, são cometidos crimes de tortura, atentados sexuais, assassinatos e
desaparecimentos forçados. A reparação a sobreviventes e familiares das vítimas passa
pelo reconhecimento das graves violências, com base em medidas de preservação da
memória e revelação da verdade.

No intuito de contribuir para esse objetivo e de dar visibilidade à questão, será
realizada no próximo domingo, 31 de março, a I Caminhada do Silêncio. A atividade
acontece a partir das 16h, no Parque Ibirapuera, em São Paulo/SP.

O ato consiste em uma caminhada silenciosa que parte da Praça da Paz – localizada no
centro do Parque Ibirapuera – rumo ao Monumento em Homenagem aos Mortos e
Desaparecidos Políticos, situado na calçada, ao lado do parque.

A concentração para a caminhada terá início às 16h, na Praça da Paz. Às 16:30 haverá
um show de acolhimento, com Renato Braz e convidados(as): Bré Rosário, Paulo
Grassman, Jean Garfunkel, Lela Simões, Karine Telles, Mário Gil, Roberto Leão, Breno
Ruiz, Vicente Barreto, Fabiana Cozza e Eduardo Gudin.

Às 18h30, o grupo dará início à caminhada, que terá um percurso de 1,2 km.
O público foi convidado a levar fotos de vítimas de violência estatal e flores, que
deverão ser depositadas no gramado junto ao Monumento pelos Mortos e
Desaparecidos Políticos. O Monumento foi produzido em 2014 pelo arquiteto e artista
plástico Ricardo Ohtake, e sua estrutura carrega os nomes de 436 mortos e
desaparecidos políticos de todo o país.

O encerramento, em frente ao Monumento, está previsto para as 19:30 com Renato
Braz e Fabiana Cozza.

O ato é uma iniciativa da Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos,
instituída pela Lei 9.140/95. em conjunto com a Procuradoria Federal dos Direitos do
Cidadão (PFDC/MPF). A organização com o apoio do Departamento de Educação em
Direitos Humanos e Direito à Memória, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos
da Prefeitura de São Paulo, bem como das seguintes entidades: Instituto Vladimir
Herzog, Núcleo Memória, Sindicato dos Advogados de São Paulo (SASP), Memorial da
Resistência de São Paulo, Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB-SP), Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), Intercâmbio,
Informações, Estudos e Pesquisa (IIEP) e Diretório Central dos Estudantes (DCE) da
Universidade de São Paulo (USP).

Serviço:
I Caminhada do Silêncio
Data: 31/3/2019
Horário: 16h
Local: Parque do Ibirapuera. São Paulo (SP)

Redação

1 Comentário

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  1. Não foram apenas os militares; estes caíram na lenga-lenga dos caras do capital privado. Os militares foram só os executores da violência física que é parte do desmonte da cidadania de que padecemos até hoje – ou melhor, mais intensamente hoje.

    Não é só pelo que fizeram os militares e civis da época mas também pelo que continuam fazendo: a desintegração do estado democrático de direito e tentativa de substituição por um simulacro criado artificialmente pela “força da grana”.

    Há os fisicamente mortos na época mas há também os moralmente mortos, até hoje em busca de uma pátria, a saber, pessoas em busca de cidadania, pessoas a quem o capital do dólar coloca em posição de párias, apátridas.

    Se militares e civis golpistas tivessem interrompido o golpe talvez hoje o protesto contra eles fosse menos necessário. Não se pensaria numa manifestação assim durante os anos de administração petista em que a cidadania estava sendo estimulada a se reconstruir. Ainda assim as reparações pelo passado são imprescritíveis.

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