
O governador de São Paulo, o bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), privatizou a Sabesp na noite desta sexta-feira, 28 de junho.
Segundo fato relevante divulgado ao mercado financeiro, o consórcio liderado pela Equatorial Energia arrematou a totalidade das ações da Alocação Prioritária da terceira maior empresa de saneamento do mundo por R$ 6,869 bilhões, ou R$ 67 por ação.
De acordo com a empresa, no próximo dia 1 de julho e 2024 “terá início o Período de Reserva da Oferta Não Profissional, em que os Investidores da Oferta Não Profissional, incluindo Empregados e Aposentados, poderão realizar os seus Pedidos de Reserva de forma irrevogável e irretratável junto às Instituições Consorciadas”.
O fato relevante que informa a venda da Sabesp para a Equatorial Energia pode ser lido clicando aqui.
Valor abaixo do mercado
Contudo, estudo encomendado pelo Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo) com o Observatório Nacional das Águas (Ondas), da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) e da Associação de Profissionais Universitários da Sabesp (APU) destaca que a venda da estatal é um “crime contra o erário público”.
Segundo o documento, o valor das ações da Sabesp está subestimado: o preço da ação da Sabesp deveria estar em torno de R$ 100 – vale lembrar que a privatização foi feita a R$ 67 por ação. Nesta sexta-feira (28/06), a ação SBSP3 fechou em alta de 1,16%, a R$ 74,97.
“Entre os argumentos para apontar essa diferença, o relatório indica que os custos que a Sabesp terá para universalizar o saneamento deverão ser 30% ou 40% menores do que os previstos pelo governo do estado”, diz o sindicato.
Ou seja, segundo Amauri Pollachi, conselheiro do Ondas e diretor da APU, se os custos para a universalização são menores o fluxo de caixa futuro da Sabesp seria maior, o que justificaria o impacto no valor das ações.
“Estamos diante do fenômeno da Black Friday. Uma verdadeira maquiagem na apresentação do plano de privatização. Não conseguimos olhar a sala inteira, mas a fresta que pegamos revela uma manobra para vender a Sabesp por um preço mais baixo que deveria ser”, conclui Pollachi.
“Os números são claros e mostram uma clara manobra do governo em usar nosso patrimônio para o lucro de alguns empresários. O fato de ser a Equatorial – uma empresa que atua somente em 16 municípios no Amapá – revela o quão esse processo é nebuloso. Como uma empresa com esse tamanho irá gerir a terceira maior empresa de saneamento do mundo?”, alertou o presidente do Sintaema, José Faggian.
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Acho que a matéria cometeu um erro de português ao citar no estado de Macapá. Quando deveria ser no Estado do Amapá. Ou deveria citar o município de Macapá, que é a capital do referido estado