Um caso do Cidadania

Há alguns anos, amparado pela mídia disponível (o rádio) a CIA preparou e executou um golpe de Estado na Guatemala sem ter que, dizem, disparar um tiro sequer. À época foi noticiado que as tropas leais ao presidente haviam sido vencidas e fugido, isso teria sido suficiente (dizem) pra que o palácio presidencial fosse desocupado e o golpista assentado. Esta operação de meados do século passado (1953) é lembrada com o nome de PBSUCESS.

Pouco antes ORSON WELLES já meio que denunciava ao mundo o poder manipulador da mídia com a encenação da obra literária de Guerra dos Mundos. No feito, todos devem se lembrar, ouvintes ficaram em pânico com a narrativa (fraudulenta) de uma possível invasão de marcianos que estariam aniquilando os terráqueos naquele momento.

HOJE, 2011, no BRASIL, acordo e sou surpreendido por uma retificação do Blog Cidadania (do Eduardo G.). Nela é dito que o ministro da Comunicação Social pede pra que se retifique uma frase que ele NUNCA TERIA DITO, e pede pra que seja divulgado o que ele realmente comentou. As frases referidas foram:

a imaginária:

“A discussão sobre controle social da mídia será em clima de entendimento ou de confrontação; não adiantará tentar interditar este debate” (frase divulgada pela grande mídia e apenas usada por E.Guimarães)

a frase dita:

“É preciso deixar os fantasmas de lado nesta discussão. Se os fantasmas comandarem o processo, não criaremos um ambiente de entendimento. Não temos de nos desarmar dos interesses de cada grupo, mas estarmos abertos a um ambiente de entendimento. O clima de entendimento é melhor que o de enfrentamento“ (frase reconhecida como sendo dita pelo próprio ministro)

Perceberam a sutileza? Viram como um simples trocar do tempo do verbo faz todo a diferença? Como que um ponto e vírgula muda todo o contexto?

O que ? Não ?  ..pois é, eu também não

..se verdadeiro

Bem, na verdade, excetuando-se novos equivocos de interpretação, na verdade a sensação que me fica é que esta frase, ou fato ocorrido, representa até que de forma emblemática, o RISCO que corremos por não termos instrumentos que apenem rapidamente pessoas que se dizem jornalistas mas que se comportam como ficcionistas, romancistas, malucos que complicam nossas  interrelações, e que do cotidiano mundano de nossas vidas, tentam extrair  – ou criar – frases polêmicas pra comporem suas manchetes, alimentarem polêmicas,  catapultando suas vendas.

Gente do céu  ..pensem comigo, se hoje, com toda tecnologia disponível, se ainda hoje a nossa justiça (e LEIS) não querem (ou conseguem) costurar a boca e os dedos dos que se atrevem a MENTIR descaradamente pra sociedade, então, então o que esperar? O que mais precisa acontecer pra que estes nécios entendam que o melhor remédio contra a mentira é a transparência e a verdade, a consequência que premia na medida os atos praticados?

Por estas e por outros eu  repito aqui o que coloquei ontém e antes também:

NOSSO maior problema com a mídia brasileira não é a qualidade da concorrência ou a origem e volume do CAPITAL investido , mas sim a falta de um  CóDIGO DE ÉTICA que nos certifique da qualidade e fidedignidade da notícia e informação difundidas.

http://www.blogcidadania.com.br/2010/11/ministro-franklin-martins-pede-retificacao/