Xadrez de Fachin e da JBS, por Luis Nassif

Peça 1 – as dúvidas sobre Fachin e a Lava Jato

No artigo “Fachin comete suicídio de reputação” mostro os incríveis malabarismos do Ministro Luiz Edson Fachin e a subordinação total à Lava Jato, despertando críticas generalizadas de políticos e jornalistas.

1. O voto de Rosa Weber sobre prisão após sentença em segunda instância que julgava especificamente o caso Lula. Todos os juristas citados eram familiares a Fachin, e nenhum anteriormente havia sido citado nos votos de Weber.

2. A retirada de pauta do HC de Lula no julgamento da 2a Turma, de forma canhestramente combinada com o TRF4.

3. A remessa do novo julgamento de HC de Lula para plenário, evitando assim que entrasse na pauta da 2a Turma, quando tudo indicava que a tese da libertação seria vitoriosa, e postergando ainda mais o julgamento.

3. Ontem, no julgamento de José Dirceu, o pedido de vista depois que a libertação havia conquistado maioria.

4. Votou a favor da decisão absurda de um juiz de 1a Instância, de ordenar busca e apreensão no apartamento funcional de uma Senadora da República.

É uma submissão tão ostensiva à Lava Jato que ensejou um conjunto de dúvidas. O artigo é inconclusivo: “Tem-se uma certeza e uma incógnita.  A certeza é quanto ao suicídio de reputação perpetrado por Fachin; a incógnita é quanto aos motivos”.

No artigo, mostramos vídeo de apoio de Fachin à candidatura Dilma Rousseff em 2014.

https://www.youtube.com/watch?v=8BIdfkmUq5Ihttps://www.youtube.com/watch?v=8BIdfkmUq5I

Peça 2 – Fachin em relação à JBS

Já em relação à JBS, as decisões do Ministro têm sido confusas.

  1. O PGR Rodrigo Janot acerta um acordo de delação com a JBS. O acordo é fechado em tempo recorde e aprovado por Fachin em decisão monocrática, sem submetê-lo ao pleno e sem se debruçar sobre as provas apresentadas.
  2. Fachin foi acusado de beneficiar a JBS indevidamente. Primeiro, por assumir a investigação na condição de relator da Lava Jato. O caso nada tinha a ver com a Lava Jato. Depois, pela rapidez com que homologou o acordo, sem aprofundar em nada a investigação. Finalmente, pela extensão dos benefícios concedidos, que incluiu até uma anistia geral aos delatores, benefício inédito na história da Lava Jato. Nem Alberto Yousseff nem Marcelo Odebrecht mereceram privilégio semelhante. E logo ele, que se notabilizaria como o mais contundente defensor do punitivismo no Supremo.
  3. A perícia da Polícia Federal expôs de forma contundente a pressa tanto do PGR Rodrigo Janot quanto de Fachin, ao identificar os trechos de conversas gravadas inadvertidamente entre os delatores. Fachin não teve outra alternativa que não a de decretar a prisão dos delatores, entre os quais, a do advogado Ricardo Saur.
  4. A nova PGR propõe a anulação do acordo com a JBS – sem perda das provas levantadas. Fachin atende ao pleito dos advogados da JBS e leva a questão da anulação ou não da delação ao pleno do Supremo.

Peça 3 – JBS e a indicação de Fachin

Fachin havia se notabilizado como advogado do MST (Movimento dos Sem Terra). Havia dúvidas se o Supremo aprovaria a indicação, devido à forte influência da bancada ruralista. Fachin tinha contra si o presidente do Senado, Renan Calheiros, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) e o PSDB inteiro, além dos ruralistas.

Sua aprovação foi creditada à pressão do governo Dilma sobre os senadores. Curiosamente, na mesma sessão o Senado derrotou o governo rejeitando a indicação de um diplomata para ser embaixador na Organização dos Estados Americanos (OEA). Era óbvio que, se tivesse poder, o governo Dilma teria conseguido as duas indicações.

Com o tempo, vazou a informação de que a candidatura de Fachin foi bancada pela JBS. O advogado Ricardo Saur visitou diversos gabinetes de senadores acompanhado de Fachin.

Duas questões saltam à vista:

  1. Os métodos da JBS sempre incluíram financiamento de campanha aos políticos cooptados.
  2. Certamente o que motivou a JBS não foram os reconhecidos conhecimentos jurídicos de Fachin. É óbvio que havia uma promessa de contrapartida futura. Era questão de tempo para a JBS entrar no olho do furacão.

Peça 4 – as hipóteses em jogo

Juntando todas as peças, chega-se à seguinte teoria do fato, isto é, a uma narrativa que pode explicar esse conjunto de fatores. É o método com o qual a Lava Jato trabalha. Não se trata de uma versão definitiva, mas de uma hipótese de trabalho, que poderá ser confirmada ou desmentida na medida em que novos fatos apareçam.

  1. A suspeita é de que a JBS ofereceu apoio financeiro aos senadores, para obter seu apoio. Nos corredores do Supremo, fala-se que investiu até R$ 30 milhões na candidatura de Fachin.
  2. O acordo teria sido identificado pela Lava Jato e pela própria Procuradoria Geral da República.
  3. Fachin teria ficado refém de ambos, da Lava Jato e da JBS. Nos casos em que não houve conflito entre eles – no episódio da delação – tomou decisões rápidas e surpreendentes que atendiam às duas pontas. Na proposta de anulação da delação, comportou-se como Pilatos. Se ficasse a favor da anulação, se exporia às represálias da JBS. Se a favor da manutenção do acordo, reforçaria as hipóteses de subordinação à JBS. Por isso, remeteu a decisão ao plenário.

Em qualquer hipótese, tem-se um Ministro vulnerável, refém do seu passado recente.

Luis Nassif

47 Comentários

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  1. moro-trf4-fachin-carmen-?

    pode ser uma mera fragilidade decorrência de rabo preso ou algo pior..

    .. não lhe parece estranho esses movimentos ensaiados entre o juizado do moro, o trf4, fachin e carmem lúcia?

  2. Fatos como os descritos podem

    Fatos como os descritos podem ser imputados a todos os ministros. Daí a necessidade de algum controle,ainda que mínimo por parte da sociedade.

    A Justiça precisa ser justa.

  3. Tudo muito correto.
    Tudo muito correto.

    Mas, some-se a isso um fato básico que afeta a todos, não só ao Fachin: o patrulhamento, a intimidação, a chantagem (com grampo ou sem grampo). Não há no meio juridico personalidade capaz de contrastar a maquina de desinformaçao, manipulaçao e mentira. Isso quando não atuam abertamente em consonancia com ela, em perfeita sintonia e identidade de valores.

    Muitos culpam o PT, PT, PT pelas nomeações aos tribunais superiores, mas, desconsideram que 1) as “candidaturas” exsurgem do proprio mundo jurídico. 2) depois de nomeados são cobradas incessantes “provas de desamor” à esquerda e ao PT, PT, PT.

    É neste sentido que um conservador assumido pode até ter mais tranquilidade para não maltratar as garantias individuais.

    1. Fala sério… Em todos os

      Fala sério… Em todos os tribunais de São Paulo – metade do mundo jurídico do Brasil – só se vê chegar a cargo de chefia o pessoal da direita. Seja magistrado, servidor, ou comissionado externo. Esquerdista é tomado como arruaceiro, revolucionário, baderneiro do sistema perfeito.

      Não dava para, em 15 anos, fazer pressão política para essa realidade virar meio a meio? Exigir que os tribunais a fim de verba façam uma democratização de perfil da gestão? Exigir um pouco de sensibilidade social? Até a Rosa Weber, indicada por último, no finalzinho do governo, colocou nada menos que o Moro de assessor. Não se passaram décadas para dizerem que ela mudou o perfil e chamou essa pessoa. Cadê o compromisso político? Não a perda de independência, mas o compromisso político, de ter uma história, ter coerência, de estar cercada de assessoria com uma visão de mundo coerente. Um cargo desse sempre traz equipe, nunca é uma indicação isolada.

      Não teve, não adianta a gente amenizar que o erro vai se repetir. Foi o Sepúlveda e o Sigmaringa quem indicou essa turma? Não importa. Erraram. Vamos perguntar por qual razão erraram. É melhor reconhecer que o Judiciário é um mistério para a esquerda, que precisa sentar e bolar um projeto de futuro para nada menos que 1/3 do poder político do Brasil. Só têm projeto no Executivo e no Legislativo. Precisa criar.

  4. Duvida cruel :

    Num futuro próximo (talvez 1015 ou 20 anos), como serão julgados os salafrários que nos jogaram nesta fossa ?

    Haverá paredão para todos os pilantras ? 

    1. Infelizmente, duvido. Se com

      Infelizmente, duvido. Se com militares que torturam mataram e desapareceram com os corpos de suas vítimas não aconteceu absolutamente nada (enquanto nossos vizinhos que passaram por golpes semelhantes, como Argentina e  Chile, os puniram )  não serão com os juízes que compactuaram a fazer parte desse teatro de horrores que o país vive. Não só não serão presos como ainda vão virar nome de logradouros públicos importantes, como os militares que impuseram 21 anos de censura ao país. 

      Espero que o futuro zombe de mim, mostrando que errei feio. 

      1. Infelizmente vejo do mesmo
        Infelizmente vejo do mesmo modo.

        Muitos falam que a Historia isso, que a Historia aquilo… A boçalidade golpisa, a fascistada e a trouxinhada não estão nem aí pra Historia.

  5. A espada de Dâmocles ou: com a faca no pescoço…

    Atualizei às 10:00 h para incluir links para os textos Outros nomes da UDN, uma referência à Máfia dos Bacharéis…e Porque eles tem medo do Lula…

    Lula, preso do Império,  não consegue recorrer em liberdade, enquanto que os verdadeiramente coruptos nem processados são…e o ministro supremo do supremo, o Merdal Pereira, que tem o STF na mão e mantém o sistema penal sob a espada de Dâmocles(https://brasil.elpais.com/brasil/2016/05/03/opinion/1462304104_308371.html), nem reclama, muito pelo contrário, né…

     

    https://spinimperil.blogspot.com/2018/06/lula-nao-consegue-recorrer-em-liberdade.html

     

    Resultado de busca para Carmem Lúcia e Merval Pereira

     

    https://www.google.com.br/search?q=carmem+L%C3%BAcia+e+Merval+pereira&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwj-n-fqsvvbAhXBWpAKHUFLBjAQ_AUICygC&biw=1242&bih=533#imgrc=3z3gKi7k0J_AbM:

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    Outros nomes da UDN ou: A Máfia dos Bacharéis

     

    https://www.cartamaior.com.br/?/Coluna/Os-outros-nomes-da-UDN/21590

     

    Resultado de busca para por que eles tem medo do Lula

     

    https://www.google.com.br/search?q=por+qu+eles+tem+medo+do+lula&oq=por+qu+eles+tem+medo+do+lula&aqs=chrome..69i57.8474j0j7&sourceid=chrome&ie=UTF-8

     

     

  6. Nassif decifrou o enigma de

    Nassif decifrou o enigma de Fachin, deixando ainda mais evidente que a lava jato, com auxílio dos gringos, usa de todas as armas para detruir o PT e Lula, tendo como objetivo final a captura do Estado brasileiro pelo sistema financeiro, pelas corporações, retirando do país a possibilidade de se alinhar ao bloco asiático.

  7. Vulnerável não, Nassif.

    Vulnerável não, Nassif. Corrupto. O que voce relatou é corrupção. 

    Fachin se vendeu, não por dinheiro mas por uma cadeira no Supremo. Parece que tem um monte de “grande juristas” que fazem tudo para vestir essa toga

  8. Hipótese de Trabalho

    Mesmo como hipótese de trabalho, essa é a acusação mais grave que vi em mais de 4 anos acompanhando a Operação Lava Jato.

    Em um país sério, Fachin renunciaria imediatamente.

    Como estamos numa República de Bananas, Fachin e seus pares não farão qualquer declaração sobre o assunto. Fachin apenas dirá para seus botões: é apenas uma hipótese de trabalho.

    Invocará, então, o que os seus condenados também dizem com uma certa razão: não existem provas robustas da corrupção em seu favor, apenas rumores e fofocas.

    Por isto é que os senadores estão tão tranquilos ultimamente. Saíram completamente do noticiário.

    Os colegas do Ministro até sairão em sua defesa, se necessário, pois o STF corre o risco de ir ao fundo do poço e implodir.

    E com ele a Operação Lava Jato.

    Se isto for verdade, vamos ter  um acordão entre todos os atores  do sistema. E quem sabe até com os acusados de corrupção, com tudo. E não estranharei, com a  oposição, com tudo.

    Enquanto na China observamos a Grande Marcha para libertar o povo do feudalismo, no Brasil estamos observando a Grande Marcha  da sacanagem mais pornográfica da História, maior do que as orgias da Roma Antiga.   Kkkkk……..

    É engraçado mas, por outro lado, é triste.

     

  9. Durante a campanha pela
    Durante a campanha pela nomeação do Fachin um fato chamou a atenção, o apoio entsiasmado do senador Álvaro Dias. Uma das criaturas mais nefasta e repugnante da direita no Congresso Nacional apoiar um aliado do MST, aí tem coisa!

    1. Muitíssimo bem lembrado.

      Muitíssimo bem lembrado. Também fiquei surpreso com esse apoio. A justificativa é porque se tratava de um conterrâneo. Entretanto, isso nunca me convenceu. 

  10. bom post.

    No passado entendia que o criterio de se nomearr um ministro para stf era interessante.

    Agora entendo que tem que mudar. Para o bem do país!!!!.

    Se não mudar mais e mais havera nomeações encomendadas.

    Imaginem o que vai acontecer quando as igrejas distas pentecostais, ruralistas, globo, etc  resolveram bancar “seus” ministros.

  11. Nassif;  Neste xadrez faltou

    Nassif;  Neste xadrez faltou uma jogada que pode jogar mais luz neste embrólio.

    Na semana em que o fachin chegou a agendar para a Segunda turma a apreciação da defesa do Lula, a presidente carmem lucia arquivou as denuncias da JBS contra membros do judiciário.

    Na sexta feira no final do expediente o fachin cancela o julgamento, daí pra frente todo mundo sabe o que aconteceu.

    Nesta pocilga em que se tornou o judiciario as chantagens correm soltas.

    Vamos apertar que deste mato sai coelho.

     

    Genaro

     

     

  12. O jogo está virando, Lula poderá ser solto e concorrer em 2018

    Mais estranho que Fachin é o recente comportamento de Gilmar, o avesso do avesso.

    Gilmar chama de “enigma” fato de que Lava Jato não derrubou Lula nas pesquisas—GGN–sex, 15/06/2018 – 12:20

    As declarações e os votos de Gilmar podem indicar que o PSDB já percebeu que estará morto, sem o PT na disputa presidencial.

    Além disso,  cresce a possibilidade que o indicado de Lula seja eleito no segundo turno, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, coordenador de campanha do ex-presidente Lula, já tem uma boa votação em São Paulo, e como indicado de Lula, tem a possibilidade de receber a esmagadora maioria dos votos do Norte e Nordeste.

    A prisão de Lula até, agora apenas  reforçou a Tese do mito Lula junto ao eleitorado, e pior que perder  de Lula candidato, é perder do PT e de um indicado de Lula, pois além de fortalecer o Partido do Trabalhadores,   criaria um herdeiro político do Lulismo, muito jovem politicamente, já ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, tem apenas 55 anos.

     

  13. Creio que se houve realmente

    Creio que se houve realmente gravação da corrupção do Fachin, a técnica, o know how e os agentes operacionais são os mesmos usados na gravação do diálogo entre Lula e Dilma. Parece háver um serviço de inteligência operando ativamente pró Lava-Jato.

  14. Pega ladrão!

    Não é um jogo politico, onde forças de situação e oposição se digladiam, como ocorre em qualquer democracia!

    Não há propostas para o futuro do país!

    Não é por questões de exegese de textos ou termos jurídicos, muito menos por amor a justiça o que faz o judiciário!

    Não há sinais de redução dos delitos que eles dizem combater!

    Nem é um embate entre democracia e ditadura – não se trata de disso, não há nacionalismo em nenhuma ação e nenhuma reação de quem está no poder civil ou militar!

    É o simples roubo!

    É o roubo puro!

    É a mais descarada ladroagem!

    E tinha que chamar é a policia para todos estes que estão ai!

    Estão querendo fantasiar uma coisa, criar um álibe que é luta democrática, ou que governam, que fazem justiça, ou que pode ter uma ditadura…

    Essa conversa toda, esses milhares de horas de reportagens, videos, falas de autoridades tem um único objetivo: Criar um circo e no fim nos roubar…

    1. Nos EUA tão admirado pelos

      Nos EUA tão admirado pelos coxas, sabe-se claramente quem é democrata e quem é republicano na Suprema Corte: pora qui todos são tucanos na Corte e, quem não for, tá lascado, entendeu…

  15. Bom comentário de

    Bom comentário de Lucinei.

    Estamos diante de um fato: o golpe de 2016 se sustenta porque tem base social. Mais da metade da população apoiou o golpe e metade acredita que Lula deveria seguir preso.  Com certeza esse dado influencia os juizes do STF.

     

  16. Sangue de barata
    Será que brasileiro tem sangue de barata? O povo assiste a tudo isso e fica apático. A cultura do complexo de cachorro vira latas prevalece. A casa grande deita e rola. Temos uma escravocracia. A consequencia para o povo: miséria crescente. A consequencia para a elite: a violencia, decorrente da miséria.

  17. O Mala

    Nassif, o nome do mala é Ricardo Saud. Quem conhece a figura sabe que é lobista profissional (e mala!!) e, se negociou apoio por Fachin, aí está a chave pra entender a contrapartida de Fachin para a Lava Jato, mantendo Lula preso. Libera de um lado, mas entrega Lula do outro. Que desgraça!

    1. A solução parece estar na CPI da delação

      A JBS usou o Ricardo Saud em alguma delação? Ele ajudou alguém a ser nomeado juiz do STF ou de algum tribunal? Os petistas da CPI podem convoca-lo pra responder isto ou outra pergunta interessante.

      *Não espero que ninguém do PT e cia faça isso. Se os senadores não convocaram os ministros após o STF: Esperar o Cunha terminar o impeachment pra afasta-lo (crime de prevaricação), Dar entrevistas sobre processos que julgarão (contra a LOMAN), Mudar o voto de acordo com o réu (julgamento do TSE da chapa) e Legislar (quem votou a favor da Condução Coercitiva no caso não previsto em lei não sabe que tem que criar lei pra isso? O STF pode e deve explicitar os seus limites de criação de normas)

  18. Os medíocres e ignorantes a serviço dos poderosos

    Quem não sabe o que tem, não sabe o que perde. Esse pensamento serve aos brasileiros que, desconhecendo as riquezas do pré-sal aceitam calados sua entrega para ser explorado por empresas estrangeiras em detrimento de uma nacional mais competente, nesse caso específico da exploração de petróleo em águas profundas.

    Essa mesma ideia, em termos de riquezas tangíveis, também poderia ser usada para as imateriais.

    Quem não conhece e valoriza a história do seu povo e, por conseguinte, não se vê um construtor dela é incapaz de perceber o que está fazendo, ou melhor, o que está destruindo (a serviço de interesses contrários aos da sua nação).

    Essas pessoas navegam pelo poder imaginando-o um fenômeno natural, não uma construção histórico-social.

    As organizações populares e nacionalistas são poderosas, então estou a serviço delas. Essas forças foram golpeadas, então estou a serviço dos novos poderosos. Para essas pessoas, o poder, independentemente de quem ou o que é feito dele, representa o bem. Por isso, servem-lhe com total lealdade e vigor. Esse é o pensamento dos medíocres e ignorantes. 

    – Medíocres porque incapazes de realizar suas vontades – de serem verdadeiramente poderosos. A única vontade do medíocre é servir aos poderosos do momento – aqueles que tomam para si, numa determinada conjuntura, as rédeas da história.

    – Ignorantes, porque incapazes de perceber os limites históricos de suas ações. Veem a frágil crista da onda e imaginam serem elas as correntes profundas e poderosas que determinam a direção do mar.

    Os poderosos sabem que o poder de um indivíduo não pode se contrapor a história de desenvolvimento do povo ao qual ele pertence. É nessa direção que seu poder deve atuar, do contrário sucumbirá. Mas os medíocres e ignorantes servem a outros interesses se imaginando poderosos.

    Enfim, creio que não há mistérios (dinheiro, chantagens, etc.), por trás da ação dessas tristes figuras traidoras do seu povo, além de mediocridade e ignorância.

     

    * Esse comentário foi escrito a partir do post do Andre Araujo sobre Pierre Laval (também foi postado lá).

  19. Por quem os sinistros do STF dobram?

    1 – O sobrenome do ajudante do açougueiro é Saud e não Saur. 

    2 – No trecho em que se refere à teoria do fato, dá a entender que o jornalista reproduz o mesmo procedimento da Lesa-Pátria: no caso do jornalista  a(s) hipótese(s) é(são) condicionada(s) pelos fatos, o que não é o caso da operação. O jornalista utiliza o procedimento de maneira contrária à operação, segundo ele próprio em outros artigos, ela que submete (distorce, fabrica, deturpa, falsifica, omite, vaza versões fraudulentas, trafica e intoxica, “lauferiza”),  fatos à hipótese que interessa aos seus obscuros, escusos, escandalosos em seus objetivos e ainda secretos em seus arranjos, acordos ilegais de cooperação internacional, antinacionais, contra-constitucionais e lesivos ao país.

    Sobre o caso Fachin, acho que as ligações com a JBS são mais profundas e relacionadas com o Golpe do que se pode imaginar.

    1 – Há relações entre a família de Fachin e a empresa: o sogro de sua filha teria sido diretor do grupo J&F por muitos anos, e segundo reportagens, trabalha com o irmão mais velho dos Batista, que tentou ser político em Goiás pelo MDB. Terá sido por este vínculo de parentesco e familiaridade que o contato entre ministro e empresários se desenvolveu? É o caso de examinar as ações do seu escritório antes de se tornar ministro – situação a que Nassif se referiu em entrevista com o deputado federal Wadih Damous – para descobrir algum indício de proximidade. 

    2 – Sabemos que o ministro era crush de movimento social e de grupos progressistas dentro do sistema de justiça – circula a informação de que teria sido advogado do MST mas reportagem de 2015 informou que o então candidato a ministro negara qualquer vínculo profissional ou pessoal com movimentos sociais e suas lideranças –, amigo do peito (agora, amigo/inimigo do fígado, rs) de militante de esquerda como o advogado Wilson Ramos “Xixo” que escreve neste GGN, teve sua candidatura ao stf  apoiada pelo deputado Damous a pedido do MST, o que foi confirmado pelo próprio parlamentar, foi indicado pela CUT para a Comissão Estadual da Verdade do Paraná: se sua ligação com a JBS precedia, e pode ter sido a responsável por, sua escolha como ministro, estas pessoas, entidades e movimentos nunca souberam da existência e da extensão dessas ligações perigosas? Se sabiam, por que não viram nelas potencial de conflito de interesse, no mínimo? Por que o MST teria pedido apoio a ele se o próprio negava publicamente qualquer vínculo com movimentos sociais e suas lideranças, inclusive que tenha sido seu advogado?

    3 – De todos os atos do Golpe, o que ainda me causa perplexidade e suspeita de que pode ser o fio para desenredar os principais atores do Coup, é o metagolpe da JBS contra o ilegítimo: se noticiou que o açougueiro Joe vinha articulando o Golpe com o Cunha desde a preparação para a eleição de 2014, não se sabe se antes ou depois das “inver(ti)nadas de junho”, e comprou sua eleição à presidência da Câmara, sem o que o Golpe não teria tido início – a indicação do Fachin foi posterior, em abril (é o “meu” mês mas é péssimo para a democracia brasileira… ) de 2015, e se contou com o financiamento da JBS, a solução “com supremo, com tudo” não deve ter sido coisa de última hora dos golpistas, pode ter sido articulada desde o início com a participação de Cunha; resta saber como se deu a aproximação com Fachin – a ligação de Joe e Cunha envolve interesses comuns anteriores, como o FI-FGTS e nomeações políticas na Caixa Econômica Federal, entre outros; a indicação de Fachin para substituir Teori, de morte suspeita, foi declaradamente uma manobra política da Súcia dentro do STF, ou seja, nada parece ter sido obra do acaso, em especial depois da alegada mudança de lado do ministro Fracotin.

    Durante a disputa midiática entre esquerda e direita sobre a candidatura de Fachin ao supremo, a F@lha publicou em seu panfleto [https://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/05/1630880-entenda-sete-polemicas-envolvendo-edson-fachin-indicado-ao-supremo.shtml] que o então advogado, para alegar independência quando confrontado sobre seu apoio à presidenta Dilma, teria informado que fizera campanha para o tucano José Richa, pai do infame Beto Richa, no Paraná. O fato de ter sido apoiado pela bancada de situação e oposição deste estado já deveria ter sido um sinal de alerta, afinal, se toda unanimidade não é burra, é bastante suspeita porque antinatural e nesse caso, contraditória com a história política brasileira, em especial naquele momento do país, e era óbvio que o cidadão estava em disputa por setores contrários que se viam potencialmente beneficiados com sua escolha, restava saber para qual lado ele ia pender. Já descobrimos que mais uma vez a esquerda é o cavalo de Tróia selado por gente que faz da ambiguidade e do cinismo seu método político de cooptar gente desavisada.

    Até hoje a imprensa no geral e a blogueira “independente progressista alternativa” não deram muita atenção ao que ocorreu naquele episódio, e há poucas informações relevantes sobre o assunto, apenas tentativas do PIG em descrever a ascensão meteórica do grupo JBS e tentar associá-lo à política de incentivos do BNDES, mas as teses PIGolpistas para justificar a delação são insustentáveis e estúpidas – reportagem do Valor alegou que a intenção de Joe era mostrar que a corrupção teria “continuado” depois do “impeachment”, mas sem dizer o que o grupo ganharia com isso. Como se explica que os principais delatados por Joe tenham sido seus maiores aliados na defesa de interesses empresariais e eleitoreiros anos antes (o MDB e Aécio), um evidente suicídio comprovado com a prisão posterior dos chefes da JBS (os irmãos e o diretor Saud) e as perdas milionárias da empresa? Por que cartada tão alta? Por que a própria Globélica assumiu a defesa midiática da derrubada do ilegítimo, mesmo com a fritura conjunta de seus preferidos do PSDB – depois de derrotas sucessivas no Congresso, a Globélica voltou ao seu papel de cúmplice bem paga –, contrariada por sócios-golpistas como Estadinho e F@lha, esta que desgastou o pouco de sua reputação na defesa desesperada e vergonhosa do ilegítimo? Foi a primeira ruptura vísivel do consórcio golpista em sua ala nacional – a internacional aparece mais nitidamente com os sabujos do sistema de injustiça, com sede no Tribunal do Profano Ofício do Paraná – tanto na frente político-empresarial quanto midiática. Sabe-se que Janota tem laços estreitos com o Departamento de Justiça USamericano, e sua cruzada contra o ilegítimo, apoiada pela Globélica e contrariada pelo Congresso comprado, dividiu a elite (veja-se a sintomática separação midiática entre RJ/SP, porta-vozes provincianos da elite daninha) e esta discordância, a primeira grande disputa divulgada dentro do núcleo do Golpe, até hoje é o contrapeso que mantém o ilegítimo no poder. Eu, pessoalmente, e aqui vou extrapolar uma hipótese, acho que pode ter havido divergências também entre os setores político-diplomático e do chamado Deep State (agências policiais e de investigação/espionagem) do governo Usamericano como titeriteiros do Golpe, o primeiro com fortes ligações com o ilegítimo por ele se prestar a ser seu infiltrado político há anos, e o segundo mais alinhado ao grupo judicial golpista, inclusive com treinamento e acordos institucionais, capitaneado por lideranças na PGR – no passado, Janota, hoje, a de nome sugestivo em inglês, Dodge (Trapaça). Entre os midiotas, quem estava mais próximo do braço nacional do Golpe ficou com o Ilegítimo (os jagunços com verniz da F@lha e Estadinho, entre outros), quem se alinha mais intimamente a grupos internacionais que comandam a PGR, o STF e os lesapátridas de Curitiba, como a Globélica, sacrificou seu interesse tucano imediato e aderiu ao metagolpismo.

    Uma coisa é certa, o Golpe não é um projeto de homogeneidades mas de conveniências, trata-se de uma frente única de grupos diferentes e de interesses específicos divergentes, unidos por uma meta comum que a todos interessava e que se tornara o objetivo incontornável para a continuidade de seus projetos e negócios, a derrubada de um governo democrático progressista de esquerda. Por exemplo, o interesse internacional em quebrar as empresas nacionais líderes em seu ramo, suas concorrentes, tanto as empreiteiras quanto o setor de alimentos, pode explicar tanto o metagolpe dos delatores da JBS para defender seus interesses imediatos de empresários diante da ofensiva de MPF-PF sobre seus negócios quanto a articulação dentro desses órgãos a serviço do braço internacional do golpe dentro da PGR-judiciário, correia de transmissão do governo USamericano na Lesa-Pátria, nas muitas operações que atingiram a JBS. A ousadia de Joe de implodir o golpe delatando tanto o braço político nacional quanto grupos dentro do judiciário-MPF (o que poderia anular toda a operação Lesa-Pátria) pode explicar, dentro dessa hipótese, o recuo de Janota em relação à delação, da Globélica em relação ao ilegítimo, e o dilema da PGR em anular a delação e preservar provas. A prisão dos irmãos JBS e a trégua entre todos estes atores, e o silêncio de todos eles sobre o assunto, me parece muito comprometedor e estranho, um ponto muito fora da curva nesta disputa de sujo e mal lavado. O setor bancário, cuja proteção pelo judiciário muitos supõem como o motivo para o impasse do MPF quanto à delação de Patifalhocci, seria menos atingido por essa invasão internacional e, portanto, de seus representantes no PGR/MPF/PF/judiciário, por se tratar de um monopólio nacional sem aventuras no mercado internacional, e politicamente mais estável em suas incursões políticas que os setores afoitos de empreiteiras e alimentos, além de ser parte do intocável mercado financeiro que têm todos os outros nas mãos, bolsos e infernos fiscais transnacionais.  

    Voltando ao ministro Fachin, eu havia perguntado em outro comentário o que a ABIN teria feito quanto às alegações do ministro de que teria recebido ameaças, mas descobri em reportagens de anos anteriores que no episódio da delação da JBS, a própria ABIN teria sido acusada de espionar o ministro, a pedido do ilegítimo, para encontrar possíveis ligações entre ele e os delatores, a fim de impugnar as denúncias. Ou seja, o que não há nesta história é mocinhos. A prisão dos irmãos da JBS veio depois da entrega de documentos e áudios que envolveriam, segundo rumores e notícias (na mídia corporativa elas são indiscerníveis) gente graúda do judiciário e MPF, inclusive ministros do STF. Há perguntas cujas respostas ainda ninguém formulou: quem ganhou e quem perdeu com a prisão deles? Por que os irmãos não tiveram a mesma audácia e voracidade em entregar pessoas do judiciário como tiveram em relação a implodir o núcleo político do Golpe, MDB e PSDB? Por que o ministro pediu proteção para sua residência no Paraná (parece que a escolta terá início amanhã, 01/07/2018, mas pouco se fala das tais ameaças que justificariam o contrato de R$ 1,6 milhão, por 30 meses – por que esse prazo?) e não apresentou queixa formal, que se saiba, aos órgãos públicos de investigação? A escolta visa protegê-lo de ameaças reais ou de investigações informais por jornalistas, por exemplo, ou de protestos diante de sua atuação no STF? Quem puxa as cordinhas do trio Fachin-NanOca-rminha-BarrOco, que pressionam a fraquíssima Weber e são ajudados pelo infiltrado obscuro Moraes, fazendo de Gilmar o infiel da balança num stf SuperMedíocre? Como não sou jornalista nem detetive, apresento apenas minhas perguntas inconvenientes e mirabolantes.

     

    Com o ativismo midiático de Fux no TSE, está montado cerco decisivo à democracia, e a grande batalha não foi aquela do infame 17/04/2016, mas a que se dará nas eleições deste ano, e o vexame mundial é agora protagonizado por gente de toga e topete. Se não lutarmos por eleições livres, diretas, sem manipulação judicial, o resultado será pior que o da conciliação depois da derrota das diretas ao fim do regime militar. Nada impedirá a manifestação do povo, sr. Fachin e sra. Súcia. Ou este país será uma democracia de fato ou a Casa Grande não vai dormir em paz,com ou sem escolta. E isto não é uma ameaça, é uma admoestação pacífica. 

     

    Sampa/SP, 30/06/2018 – 17:58 (alterado às 18:14 e 18:38).

    1. Correção e adendo
      No trecho “a indicação de Fachin para substituir Teori, de morte suspeita, foi uma manobra…”, leia-se ” substituir Teori, (…), como relator dos processos da Lesa-Pátria, foi uma manobra (…)”

      Adendo: apesar das divergências com o jornalista Reinaldo Azevedo, é necessário dar-lhe crédito por muitas das informações sobre o assunto e por críticas coerentes que faz ao ministro e ao STF há muito tempo; ainda que também o faça para defender seu lado político, ele tem tido isenção rara ao lidar com o tema, quando adstrito aos aspectos jornalísticos e jurídicos, o que é mais importante sendo ele aliado dos golpistas.

      Sampa/SP, 30/06/2018 – 21:39

      1. Sou céptico então duvido de histórias atrás do que vemos

         

        Cristiane N Vieira (sábado, 30/06/2018, às 18:41),

        Você parece questionar as histórias que existiriam por trás desses acontecimentos. Vejo tudo com mais simplicidade. Houve golpe. Ele foi decorrente do aumento desproporcional que a direita atingiu no parlamento e foi fruto do momento econômico desfavorável que o país passou.

        Esse aumento da direita, ou melhor, esse tamanho maior da direita é fruto da desigualdade espacial da riqueza no país, isto é, é fruto da concentração do poder econômico em São Paulo que pode direcionar recursos em época eleitoral de modo a mais bem atender os interesses desse poder econômico.

        A proporção maior da direita no parlamento é fruto também da desigualdade social em todo o país. E em épocas de crise há dados estatísticos no mundo todo que comprovam o crescimento da direita. E como terceira causa para o golpe houve uma forte crise econômica que retirou do governo todo o apoio da população que ele precisava ter para enfrentar o golpe.

        Então não tive a mesma dificuldade que você está tendo para entender todas essas situações conflitantes. Não vejo motivos para não considerar tudo isso como a ordem natural das coisas. Venho recentemente utilizando essa expressão para diferenciar a corrupção, a incompetência e a ordem natural das coisas.

        A ordem natural das coisas não significa que ela não seja construída pela mão humana. Apenas quero dizer que não precisa de uma interferência externa para que tudo aconteça. E a ordem natural das coisas não se confunde com a incompetência ou a corrupção. O meu intuito é mostrar que qualquer que seja a origem do resultado encontrado, não se pode de antemão atribuir a uma dessas três causas a explicação para o resultado alcançado.

        Sempre fui crítico da incompetência comparando os seus efeitos com os efeitos da corrupção e apontando que os danos da incompetência são muito maiores. O grande problema é que, salvo em situações técnicas específicas, a incompetência dificilmente pode ser aferida.

        É claro que uma ponte com falha no projeto ou no cálculo estrutural que cai, onde a incompetência pode vir a ser aferida, causa muito mais prejuízo à economia que uma ponte construída dentro dos rigores das normas técnicas, mas com alto grau de corrupção. Não há como saber de imediato, entretanto, se na obra houve corrupção ou incompetência.

        Há um caso recente que me serviu de motivo para o uso da expressão ordem natural das coisas e que passou despercebido da diminuta mídia da esquerda. Um discreto escritório de advocacia de São Paulo, assim foi informado no jornal Valor Econômico, ganhou R$563 milhões de honorários em decorrência de ação tramitada em julgado cujo valor foi de 5 bilhões e 630 milhões de reais.

        A ação tratava de perdas alegadas pelas cooperativas de São Paulo em razão de tabelamentos no preço de açúcar que foram feitos na década de 80 e 90. Por se tratar de honorários advocatícios que têm caráter alimentícios os valores serão recebidos de uma vez. As cooperativas receberão os valores de modo parcelado.

        É importante observar que os recursos farão parte do déficit da União e vão ser canalizados para a economia do estado de S. Paulo, o estado mais rico do país. Esquecemos, entretanto, este aspecto do ganho que a economia paulista terá em detrimento dos demais estados da federação. Quero concentrar minha observação na explicação que pode haver para a União ter perdido essa causa.

        Uma primeira razão seria a incompetência dos governantes que impuseram o tabelamento do açúcar (A incompetência pode ser também dos advogados da União ou mesmo dos juízes incapazes de perceber qual lado tinha o direito). Ocorre que nada obsta que entre os alfarrábios da ação exista um parecer do maior especialista na economia de açúcar no mundo e que ele tendo considerado todos os aspectos envolvendo a produção do açúcar no mundo, tenha informado que o tabelamento era a medida mais correta a ser adotada. Do mesmo modo pode-se supor correto o procedimento dos advogados ou dos juízes.

        Há muitos aspectos a considerar. A produção de açúcar utiliza as terras mais produtivas por serem as mais férteis, bastante mecanizáveis (planalto paulista), e com ótimo índice pluviométrico e caso o preço do açúcar suba sem controle muita terra de alto índice de fertilidade pode deixar de ser direcionada para a produção de outros alimentos para ser utilizada na produção de cana-de-açúcar, reduzindo a oferta de alimentos e aumentando a inflação.

        Considerou-se também que a produção de açúcar no Brasil é em grande parte para exportação, e que as cooperativas têm ainda essa possibilidade de escoamento da produção. Além disso, já na década de 80 existia a possibilidade de a produção de açúcar ser desviada para a produção de álcool com a política do Proálcool e assim o setor álcool-açucareiro, não sofreria muitas consequências de um tabelamento do açúcar.

        Então supondo descartada a incompetência, lança-se a possibilidade de corrupção e então imagina-se que a decisão judicial tenha sido comprada. Suponhamos, entretanto, que tenha sido feito um pente fino e se pode afirmar com convicção que este não foi o caso.

        Resta então dizer que o que ocorreu foi a ordem natural das coisas. Com os elementos de análise disponíveis na época, chegou-se à conclusão de que o tabelamento era a medida mais acertada. Hoje, entretanto, dado uma prevalência dos valores do capitalismo e do mercado, é compreensível que seja entendido que o tabelamento é inadequado e a indenização concedida cabível e correta.

        Observe que o valor da indenização é muito maior do que os indícios de corrupção que foram apontados pela Operação Lava Jato. E não precisa haver interferência de nenhuma agência americana. Tudo dentro da ordem natural das coisas.

        Do mesmo modo, eu vejo toda essa discussão sobre cada um dos ministros do STF. A cada mês um ou outro analista lança dúvidas sobre a competência, ou a honestidade de um ministro. E lançam a acusação sem base.

        O link que você apresenta para a reportagem da Folha de S. Paulo – “Entenda sete polêmicas envolvendo Fachin, aprovado para o Supremo” de terça-feira, 19/05/2015 às 11p1, e atualizado às 20p9, quando foi aprovado a indicação ao STF de Luiz Edson Fachin, serve para mostrar que o agora ministro do STF não deve nada a nenhum dos acusadores.

        É claro que Luiz Edson Fachin não é nenhuma sumidade, mas não se pode negar que ele dá conta da tarefa que lhes é incumbida. Até porque todos todos os ministros são assessorados pelo que há de melhor em matéria de assessoria jurídica.

        Eu vejo este post de Luis Nassif como mais um dos tantos que se bem verificados dão vazão a muita notícia falsa. Muitos textos dele são fruto de levantamentos cuidadosos, mas deixam aqui algum resquício de notícia falsa. Ou então dão uma grande importância a notícia falsa, algo que ela não tem.

        Seja por exemplo o post “Xadrez do jogo político dos fake news, por Luis Nassif” de segunda-feira, 18/06/2018, às 23:56, aqui no blog dele e de autoria dele. É um bem construído post, mas não contém uma informação primordial para se ter um entendimento mais adequado das consequências da notícia falsa.

        A informação primordial é a frase: “[n]otícia falsa existe desde que o mundo é mundo e desde os primórdios da imprensa isso ganhou uma dimensão muito grande” e que veio no início do post “A indústria do anti fake news, por Luis Nassif” de sábado, 23/06/2018, aqui no blog de Luis Nassif apresentando um vídeo com ele e trazendo um resumo assinado pelo Jornal GGN.

        Não assisti ao vídeo, mas a frase transcrita acima parece da lavra de Luis Nassif. A frase tem dois aspectos. O primeiro aspecto mostra a irrelevância da notícia falsa ao dizer que ela “existe desde que o mundo é mundo”. Só que na segunda parte, Luis Nassif faz uma espécie de recuperação da notícia falsa ao dizer que “desde os primórdios da imprensa isso [a notícia falsa] ganhou uma dimensão muito grande”.

        Na verdade, não ficou claro se “isso” refere-se a notícia falsa ou se refere ao fato de a notícia falsa existir desde que o mundo é mundo. Não importa. O que importa e o que eu quero dizer é que Luis Nassif como homem da mídia não deixa de ter uma visão coorporativa de defender a relevância da mídia na questão da notícia falsa.

        Eu vejo ao contrário. Para mim, a notícia falsa é irrelevante uma vez que própria mídia nunca influiu nos destinos de uma nação para se poder imaginar que uma criação qualquer feita na mídia ou fora dela, mas por ela divulgada, viesse ter esse poder de transformação ou alteração da realidade. Agora, todos que com ela – com a mídia – têm vínculos buscam demonstrar que as mudanças que ocorrem na realidade são efeitos da mídia.

        Eu enviei quinta-feira, 21/06/2018 às 00:49, um comentário para Luis Nassif no post “Xadrez do jogo político dos fake news, por Luis Nassif” exatamente para realçar que mesmo quando se fazia um trabalho investigativo sério sobre as notícias falsas ainda se deixava arrastar pela necessidade de dar protagonismo à mídia em geral na sua capacidade de influenciar o comportamento das pessoas. O endereço do post “Xadrez do jogo político dos fake news, por Luis Nassif” é:

        https://jornalggn.com.br/noticia/xadrez-do-jogo-politico-dos-fake-news-por-luis-nassif

        Não tenho comentários para o post “A indústria do anti fake news, por Luis Nassif”, nem vi o vídeo com apresentação de Luis Nassif, mas imagino que ele ainda que, pelo teor da frase que transcrevi, pareceu-me mais crítico sobre a importância das notícias falsas, ele deve provavelmente evitar que essa ideia da desimportância da notícia falsa transpareça. O endereço do post “A indústria do anti fake news, por Luis Nassif” é:

        https://jornalggn.com.br/noticia/a-industria-do-anti-fake-news-por-luis-nassif

        Deixo também o link para o post “As meias-verdades da grande mídia não são fake news? Por Roberto Requião” de quarta-feira, 27/06/2018, às 19:04, aqui no blog de Luis BNassiuf e contendo reportagem do Jornal GGN, e que pode ser visto no seguinte endereço:

        https://jornalggn.com.br/noticia/as-meias-verdades-da-grande-midia-nao-sao-fake-news-por-roberto-requiao

        Dou destaque para o post não só porque, embora o título não chega a ser mentiroso, o discurso de Roberto Requião era muito mais crítico a mídia do que o título deixa a entender. Além disso, enviei sábado, 30/06/2018, às 13:40, para o Jornal GGN, um comentário em que faço referência ao artigo que o professor de relações internacionais na FGHV, Matias Spector, publicou na quinta-feira, 28/06/2018, na Folha de S. Paulo.

        O artigo – “Coalizão contra Lava Jato aproveita Copa para matar a operação” de Matias Spector é na totalidade uma notícia falsa. Talvez se pressionado, ele venha dizer que é um artista da palavra e, portanto, ficcionista e, tal qual dissera José Padilha, ele pode complementar afirmando que “as ficções têm a prerrogativa de liberdade de adaptação”. Enfim, ele não precisa ficar preso aos fatos.

        É um artigo que não tem efeito como notícia falsa. No entanto, o achincalhe com que ele trata os poderes da República, se, em nome da liberdade de expressão, não pudesse caber a Matias Spector e ao jornal a possibilidade de prisão por publicar falsa notícia assim na maior sem cerimônia, deveria ficar sujeito à multa desencorajadora de condutas semelhantes.

        Na Folha de São Paulo o artigo de Matias Spector saiu com um título menor “Como matá-la”. E nos blogs da Folha o artigo pode ser visto com o título grande no seguinte endereço:

        https://www1.folha.uol.com.br/colunas/matiasspektor/2018/06/coalizao-contra-lava-jato-aproveita-copa-para-matar-a-operacao.shtml

        Interessante que em um grupo de WhatsApp um colega enviou um artigo recente publicado na Veja e de autoria de J R Guzzo intitulado “Estado de Exceção” cujo conteúdo exclusivo para assinantes pode ser visto no seguinte endereço:

        https://veja.abril.com.br/blog/fatos/estado-de-excecao/

        O texto fora apresentado como sendo crítico da realidade brasileira, mas algo edificante. Não vi o artigo de J. R. Guzzo como muito diferente do artigo de Matias Spector. Aproveitei as ideias que eu já havia apresentado em meu comentário lá no post “As meias-verdades da grande mídia não são fake news? Por Roberto Requião” , e enviai ao colega da direita no WhatsApp a seguinte resposta:

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        “Se discute muito atualmente a notícia falsa. Ha um pouco de temor de que os outros mudem de opinião em razão da notícia falsa. Um exemplo é a crença de que Trump ganhou em razão de notícias falsas divulgadas por russos. Como se as notícias falsas divulgadas por russos fossem mais poderosas do que as notícias falsas espalhadas pelos americanos dentro dos Estados Unidos, ou por europeus, ou por chineses ou por indianos.

        De todo modo a pecha de divulgador de notícias falsas recai mais sobre uns do que sobre outros e sobre esses é que dirigimos toda a nossa ira. Enfim, ficamos todos indispostos com a notícia falsa.

        Não deveria haver razão para essa discussão sobre noticia falsa ganhar ares de importância, nem haveria justificativa para o temor com a capacidade de a noticia falsa mudar a opinião das pessoas. Noticia falsa existe desde que o mundo é mundo. Avalio que na formação de todos nós, há muita noticia falsa, mas uma vez ela foi incorporada em nosso conhecimento, nossa cultura, nossa formação, não haverá como outra notícia falsa mudar a nossa ideologia.

        Uma notícia verdadeira, cientificamente demonstrada como tal e que contrarie a nossa ideologia, tem esse poder de alterar a nossa opinião, ainda assim, talvez esse poder só alcance as pessoas que dê valor às demonstrações cientificas. Nas nossas relações humanas cotidianas, entretanto, as notícias verdadeiras são extremamente raras.

        O J R Guzzo trabalha em um grupo que se especializou em noticia falsa. Ele não tem pretensão de mudar a opinião de ninguém. A intenção dele reduz-se apenas ao desejo de que o maior número de pessoas tenham opinião semelhante e, interessando-se por opinião semelhante, possam comprar a opinião dele, isto é, o veículo onde a opinião dele é expressa. Quem tem opinião semelhante a dele acredita no que ele diz.

        O que salva quem sobrevive de noticia falsa é que no que tange as relações humanas é difícil provar a notícia falsa.

        Mesmo o conhecimento científico no campo das Ciências Exatas depois de provado demora para ser incorporado por toda a massa humana. Ainda hoje há os que acreditam que a terra é plana.

        Os valores em que J R Guzzo constrói o texto dele a mim parece que são como a crença de que a terra é plana e já não deveria ter guarida no mundo atual. É claro que, se conhecesse os meus valores, J R Guzzo diria o mesmo deles.

        O importante é saber reconhecer nos textos que lemos no dia a dia os valores que cada um carrega. Além de me parecerem noticia falsa, como neste artigo “Estado de exceção”, os textos de J R Guzzo a mim revelam, mas não neste, uma pessoa elitista e autoritária que quer que o mundo seja comandado por pessoas como ele. Se as idéias dele já não fossem para mim em si atrasadas quando não falsas, o caráter autoritário e elitista que ele carrega já me seria suficiente para o considerar um retrógrado frívolo e turrão.

        Além disso, este texto dele se for deste fim de semana não tem nem a primazia. Na quinta na sua coluna na Folha de S. Paulo, o professor de relações internacionais na FGHV, Matias Spector publicou um artigo – “Coalizão contra Lava Jato aproveita Copa para matar a operação” que é na totalidade uma notícia falsa e com conteúdo semelhante ao texto de J R Guzzo. O artigo de Matias Spector pode ser visto no seguinte endereço:

        [Já havia deixado acima o link para o artigo de Matias Spector]

        [Um adendo: No link para o artigo de J. R. Guzzo, Estado de exceção consta que ele fora publicado quarta-feira, 27/06/2018 às 16:51, portanto, antes do artigo de Matias Spector que consta no site como tendo sido publicado na quinta-feira, 28/06/2018, às 02:00 horas].

        Agora, eu posso estar lendo o J R Guzzo com muita má vontade. Pode ser que a leitura dele feita com outros olhos seja instrutiva, informacional e útil. Então, para você, que é, não aqui no grupo, mas na sua lide diária, o que se poderia denominar um operador do direito, eu pergunto: que ensinamento você poderia tirar do texto, ainda que o ensinamento seja já do seu conhecimento?

        Um texto que fala sobre o direito, mesmo que seja para leigos, deveria trazer algum ensinamento, mesmo que o operador do direito já o soubesse. Eu duvido que você consiga esta proeza. Seria como tirar leite de pedra.”

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        Para finalizar observo que, dada a predominância das Organizações Globo na nossa mídia, principalmente a televisiva, e dada a semelhança de pensamento dos autores Globais com a população, ficamos com a impressão é que é a Globo que forma a opinião da sociedade.

        Quem compreende o sistema capitalista e sabe que para sobreviver no sistema a Globo precisa ter audiência e a audiência da Globo não pode ser contrariada tem-se a certeza que a opinião da audiência chegou antes da opinião da rede Globo. É assim que o sistema funciona. Não é a Globo que faz a cabeça da audiência. É a cabeça da Globo que é feita pela audiência.

        O nosso STF não é fruto da corrupção. Ele é fruto da nossa realidade. O país é extremamente desigual e as instituições desse país espelham essa desigualdade. Aliás, nem precisava haver essa desigualdade para que a direita se fizesse representar com mais força nos poderes do Estado.

        Mesmo nos países em que a desigualdade é bem menor, a força da direita tem-se mostrado em situações normais bem superior à força da esquerda. Essa superioridade que levantamentos estatísticos mostram que aumenta quando se se encontra em períodos de crise econômica, é decorrente tanto do poder econômico de que ela dispõe como da quantidade de pessoas que vivendo em um mundo concorrencial adquirem uma ideologia mais próxima desse espírito de individualismo.

        Clever Mendes de Oliveira

        BH, 01/06/2018

  20. ” Com o tempo….
    .. vazou a informação de que a candidatura de Fachin foi bancada pela JBS”…. além da filha dele ter se casado com o filho de um advogado da JBS…

  21. quando os aspectos lógicos são fortes, dispensa-se a prova…

    função lava jato

    memória, estados e transições Fachinianas só confirma que podem servir para qualquer coisa, mas sem a execução de nenhuma que seja desfavorável ao criador, até que sejam tomadas várias decisões para se materializar uma contraprova de tudo que possa ser visto como ilegal

    gente, acho que construíram uma máquina de justiça própria e universal, porque grana não faltou para tanto

    cinco minutos de calculadora em cima da JBS e já entramos na casa dos bilhões

  22. Que falta nos faz um ERDOGAN,

    Que falta nos faz um ERDOGAN, aquele Presidente da TURQUIA, que pegou uma boa parte do judiciário e colocou “a ferros”. Só que lá, ele tinha o comando das Forças Armadas. “NESSA PORRA”, os velhos generais fraldão geriátrico estão no golpe. com judiciário e tudo.

  23. JBS e a Republica falida

    Como a historia é uma narração que vai se firmando conforme os fatos vão se mostrando, vê-se ai que a morte de Teori Zavasck interessava a muita gente e que um acidente era muito bem-vindo. O Teori realmente vacilou em pegar carona em jatinho…

    Ha muito comenta-se que ministros do Supremo têm sido coagidos por chantagem. O que nos podemos arguir é que hoje o Supremo é um tribunal que, provavelmente, sofre coação nas duas pontas: tanto da parte desses que compraram as cadeiras de certos ministros quanto por parte do Ministério Publico Federal, ainda que nesta ponta a coisa deva ser velada.

    No video sobre o Be-a-ba do Neoliberalismo de um programa de televisão alemã postado hoje, eles afirmam que o Supremo alemão não pode ser corrompido vulgarmente, mas que no caso daquele Pais pode-se conseguir o que se quer dos juizes do Supremo de forma indireta. No Brasil é mais facil: garanta uma cadeira ao candidato que muito provavelmente ele sera devedor por longo tempo.

  24. Dois pesos, uma medida

    “Juntando todas as peças, chega-se à seguinte teoria do fato, isto é, a uma narrativa que pode explicar esse conjunto de fatores. É o método com o qual a Lava Jato trabalha. Não se trata de uma versão definitiva, mas de uma hipótese de trabalho, que poderá ser confirmada ou desmentida na medida em que novos fatos apareçam”

     

    No caso da AP470 / Mensalão a teoria do domínio do fato foi execrada e jamais poderia ser usada

    Para o Fachin a mesma teoria é válida pode ser usada.

    Por que a mesma teoria tem duas opiniões tão distantas para os amigos e inimigos ??

    Para cobrar coerência é necessário ser coerente

    1. Parece, mas não é, Lucas

      Prezado Lucas,

       

      a “Teoria do Fato”, citada e explicada pelo Luís Nassif várias vezes, inclusive nesta postagem, nada tem a ver com a “Teoria do Domínio do Fato” utilizada abusivamente na AP 470/Mensalão.

      Volte ao texto do Nassif e perceberá do que falo.

       

      Sinceramente, 

  25. Motivações

    ” A remessa do novo julgamento de HC de Lula para plenário, evitando assim que entrasse na pauta da 2a Turma, quando tudo indicava que a tese da libertação seria vitoriosa, e postergando ainda mais o julgamento.”

    A “libertação vitoriosa” foi evitada simplesmente porque o juiz não concorda que esta aconteça a partir de suas convicções. Sem entrar no mérito da questão,  seria esta uma decisão razoável e aceitável dentro das normas jurídicas.

  26. Motivações

    ” A remessa do novo julgamento de HC de Lula para plenário, evitando assim que entrasse na pauta da 2a Turma, quando tudo indicava que a tese da libertação seria vitoriosa, e postergando ainda mais o julgamento.”

    A “libertação vitoriosa” foi evitada simplesmente porque o juiz não concorda que esta aconteça a partir de suas convicções. Sem entrar no mérito da questão,  seria esta uma decisão razoável e aceitável dentro das normas jurídicas.

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