Xadrez para entender o manifesto de Bolsonaro em Dallas, por Luís Nassif

Era previsível o lance de Jair Bolsonaro, conclamando suas milícias digitais a enfrentar as instituições. Ontem mesmo previmos esse movimento. Aliás, não há nada de mais previsível que Jair Bolsonaro, justamente por sua incapacidade de planejar qualquer movimento.

Aliás, o mesmo ocorre com seu guru Olavo de Carvalho. Ambos se assemelham a boxeadores que lutam de cabeça baixa distribuindo murros a granel. Como deu certo até agora, devido a imbecilização coletiva do país, continuaram acreditando no seu toque de Midas-reverso – que transforma em merda tudo o que tocam – até toparem pela frente com o muro da realidade.

Ontem, Olavo recuou admitindo que exagerou nas suas invectivas contra militares. Bater em militar é um pouquinho mais arriscado do que atacar Marilena Chauí.

Bolsonaro baixou a cabeça e saiu esmurrando, difundindo em sua rede o tal manifesto. Assim como no episódio Marielle, já se sabe quem é o assassino. Faltou saber quem mandou, ou seja, quem foi o autor do manifesto. E aí entra o nosso Xadrez

Peça 1 – o fator mercado

É evidente que o artigo compartilhado por Bolsonaro foi produzido por alguém ligado ao mercado financeiro. É uma análise de cenário, mostrando um Bolsonaro derrotado e a recomendação final de “vender” o Brasil.

É nítido que o mercado financeiro se encantou com as possibilidades de negócios abertas pela eleição de Bolsonaro.

É o caso da Eletrobrás, alvo do G3, de Jorge Paulo Lehman. Ou a maluquice-mor de Paulo Guedes, de promover a fusão do Banco do Brasil com o Bank of America (BofA). Ou ainda, os acordos de leniência fechados entre Departamento de Justiça e grandes empresas brasileiras, como a Petrobras, com a Lava Jato se comportando como agente auxiliar do DoJ. E os contratos de compliance fechados entre Petrobras, Eletrobras, Embraer com grandes escritórios norte-americanos, em um lobby coordenado por Ellen Gracie, ex-Ministra do Supremo Tribunal Federal. Definitivamente, com o aval da Lava Jato, o Brasil se tornou uma mina de ouro para esses grupos.

Peça 2 – os grupos de lobby

Prevendo esse campo para grandes negócios, muitos centros de lobby norte-americanos resolveram investir no grande negócio da parceria com Ministérios Públicos de vários países e autoridades regulatórias. Foi o caso do Atlantic Council e suas ligações com procuradores gerais latino-americanos. E de duas empresas interligadas.

  1. A tal Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos (Brazilian-American Chamber of Commerce) – não confundir com a respeitada Amcham, a Câmara de Comércio Brasil-EUA sediada em São Paulo. Seu presidente é Alexandre Bettamio, presidente do Bank of America (BofA) para a América Latina.
  2. O Milken Institute, um centro de lobby criado por Michael Milken, operador americano que melhor explorou os fundos abutres e terminou condenado e preso nos anos 90 por informação privilegiada e proibido de operar no mercado.

Ambos são amigos e trabalham na mesma linha de lobby: grandes eventos anuais, que lhes permitem se aproximar de autoridades norte-americanas e de outros países. E têm uma especial predileção pela Lava Jato.

Aqui, um evento da Brazilian-American Chamber of Commerce com Sérgio Moro.

Aqui, outro evento com o juiz Marcelo Bretas, da Lava Jato carioca.

O patrocinador é o escritório de advocacia Debevoise & Plimpton LLP, um dos grandes escritórios nova-iorquino participantes da ampla promiscuidade com procuradores do DoJ. No mês passado, ele se vangloriava de ter contratado Lisa Zornberg, ex-Chefe da Divisão Criminal da Procuradoria dos Estados Unidos no Distrito Sul de Nova York.

O escritório tem um leque de produtos para clientes brasileiros, desde assessoria em casos de denúncia até trabalhos de compliance.

Já o Milken Institute armou eventos com grandes players brasileiros, dentre os quais Jorge Paulo Lehmann, Henrique Meirelles e o indefectível Betammio.

Aqui, foto do evento da Brazilian-American Chamber que premiou Sérgio Moro e Mike Bloomberg. Na foto, o próprio Bettamio com o casal Moro, Bloomberg e João Dória.

Peça 3 – Bettamio, Guedes e Bolsonaro

E, assim, entramos no nosso personagem principal, Alexandre Bettamio.

Assim que Bolsonaro foi eleito, foram empinados alguns balões de ensaio indicando Bettamio para a presidência do Banco do Brasil. Ele declarou que havia recusado. Mas passou a investir pesadamente no governo Bolsonaro e na parceria com Paulo Guedes, com quem conviveu nos tempos em que trabalhou no UBS-Pactual.

Á frente da Câmara de Comércio, Bettamio tratou de aprofundar relações não só com a Lava Jato como com Bolsonaro.

Foi ele que insistiu no evento em Nova York, para homenagear Bolsonaro, que acabou se convertendo no maior mico de um governo coalhado de micos.

Antes de Bolsonaro assumir o governo, Paulo Guedes já difundia a ideia da fusão entre BB e BofA. Ontem, Guedes voltou a insistir na fusão BB-BofA e a acenar com venda de ativos da Petrobras.

Peça 4 – a reversão de expectativas

É esse horizonte, propício para alguns dos maiores negócios da história, que ficou coberto pelos raios e trovoadas da ingovernabilidade.

De um lado, o Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro avançando nas investigações sobre Flávio Bolsonaro, que inevitavelmente baterão no pai. As ruas, tomadas por estudantes protestando contra os cortes do MEC. E, na economia, o aprofundamento da crise, com os últimos dados sobre desemprego, mostrando a total inoperância de Paulo Guedes, na política econômica, e de Onix Lorenzoni, na articulação política.

Guedes é incapaz de uma ideia criativa sequer. Todo seu talento, em outros tempos, se resumia a montar cenários econômicos em momentos de grande inflexão da economia. Mesmo como gestor de fundos de equity, jamais demonstrou visão prospectiva. Limitava-se a ir atrás de empresas familiares em setores tradicionais, demonstrando enorme aversão a risco. Além de cultivar uma relação frutífera com fundos de pensão de estatais.

Levou esse travamento para o Ministério da Economia. A crise se aprofunda e o Ministério é incapaz de qualquer coisa além de prometer o céu se a reforma da Previdência for aprovada, um blefe óbvio. A inércia chegou a tal a ponto que o Congresso resolveu assumir para si a responsabilidade de definir políticas anticíclicas – uma excrescência fruta exclusivo do desespero com a inoperância de Guedes.

É nesse quadro que surge o tal manifesto replicado por Bolsonaro, cuja última linha manda “vender” Brasil.

Foi um manifesto de mercado, que chegou a Bolsonaro em plena ida a Dallas, provavelmente entregue a ele por seu anfitrião. E, com o manifesto, a explicitação da intenção de Bolsonaro de insuflar suas milícias – digitais e provavelmente as armadas – contra as instituições.

Não poderia ter escolhido melhor cenário. Dallas foi local em que foi planejado e executado o assassinato de John Kennedy, o presidente americano visto como de esquerda pelos supremacistas brancos.

Luis Nassif

24 Comentários

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  1. O que mais me preocupa nos estertores do “governo” Jair Bolsonaro é que o fanatismo dele e dos filhos possa fazer vítimas de forma desnecessária. Além de tentar liberar armas para a base das forças de segurança, a “familíicia” pode ter um grande arsenal clandestino para uma tentativa de um “putsch” desesperado. Não esqueci dos 117 fuzis M-16 encontrados com o amigo do Fabrício Queiroz. Quantos mais podem estar nas mãos de milicianos no RJ? Chamariam ás armas os seguidores de debilóides como Olavo de Carvalho e Nando Moura? Poderiam usar os milicianos para metralhar um bairro popular, como a Rocinha, e assim, insuflar para uma guerra real as milícias virtuais. Evidentemente, o “putsch” seria esmagado. Mas, não sem antes deixar um rastro de sangue.

  2. Ando conversando com Bolsominions e boa parte deles se arrepende do voto (“votei no Amoedo” é a desculpa padrão nesses casos). Mas ainda há quem insista no mico, digo “mito”. E esse pessoal transfere votos para… Dória!
    No caso de queda de Bolsonaro, uma nova eleição fatalmente terá Dória de candidato da extrema direita a ser combatido.

  3. Nassif, ontem vi uma notícia de que Ellen Gracie será convocada para repor na CPI da Vale no congresso, porque ele participa de algum comitê. Você sabe exatamente que comitê é esse e o que ela tem a ver com a Vale?

  4. É difícil saber como e quando o Bolsonaro será derrubado. Uma coisa é certa, quanto mais tempo ele ficar à frente do Planalto mais instabilidade política e econômica haverá. Se não derrubarem ele logo e substituí-lo o quanto antes as mobilizações de massa assumirão uma dimensão gigantesca que pode prejudicar a substituição do Bolsonaro pelos militares.

    As manifestações em defesa da educação, a greve geral e uma provável paralização dos caminhoneiros são capazes de aumentar a consciência política dos brasileiros e fazer com que o povo se volte também contra todo o conglomerado golpista. Bandeiras contra a reforma da previdência, pela liberdade do Lula e em solidariedade à Marielle Franco nas manifestações em defesa da educação são exemplos do rumo que essas mobilizações estão seguindo.

  5. Vai o congresso permitir essa fusão entre o Banco criado com a vinda da corte portuguesa ao Brasil e o Bank of America? Permitirão os patrióticos militares? Se afirmativo então proponham a inclusão desse país em mais uma estrela na “stars and stripes”.

  6. EUA gosta mesmo de armas. Foram 4 (quatro) os presidentes assassinados lá, como conta a Wikipedia:

    Esta é uma lista de presidentes dos Estados Unidos que morreram em exercício. No total, oito acabaram morrendo enquanto estavam comandando o país;[1] destes, quatro foram assassinados e quatro morreram por causas naturais.[2] Em todos os oito casos, o vice-presidente dos Estados Unidos assumiu a posição conforme determinado pela linha de sucessão à presidência do país.[3] William Henry Harrison detém o recorde de menor tempo como Presidente, com apenas 31 dias, e também é conhecido por ser o primeiro a morrer em exercício.[4] Franklin Delano Roosevelt ocupou o cargo de presidente por mais tempo do que qualquer outro que terminaram seus mandatos: ele teve três mandatos completos e um parcial, em um total de 4422 dias.[5]

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_presidentes_dos_Estados_Unidos_que_morreram_em_exerc%C3%ADcio

  7. Este Paulo Guedes eu já dizia antes da eleição que era um incompetente e não servia para a função. Já nos primeiros dias do ano se mostrou isto, pois autorizou o aumento do salário mínimo, quando deveria ter sido ZERO; depois manteve as isenções de empresas para o norte e nordeste; depois veio com esta furada de capitalização da previdência que não vai funciona— prejudica o trabalhador e vai ter que ser anulada no futuro (tipo a conta investimento); depois não zerou o deficit de mais de 100 bi, e é um falastrão que fala e depois não cumpre; e ainda teria mais exemplos mas não vou falar por falta de saco.
    Os incompetentes economistas brasileiros nunca falaram contra este cara, o que mostra a incapacidade. falta de visão, e covardia desta turma.

  8. O problema ainda maior do tornado bosonariano será o oportunismo institucional..sendo expelido todo tipo de barganha jurídico-financeira desde isenções e perdões de megadividas até mesmo a revogação da lei da ficha limpa. É mais um golpe no golpe no golpe…e o imbecil coletivo vai tendo esperança.

  9. Os bolsominions que eu conheço continuam firmes acreditando na ideologia do miliciano estupido. O ódio e a crueldade entranhados e camuflados na sociedade brasileira produziram a maioria estupida que apoia bolsonaro. Por ora essa gente só saiu do armário. Vão precisar sofrer e perder muito para se humanizarem e se irmanarem às vitimas da tragedia social desse pais desigual. Resta ver se sobrará país até que seu povo incorpore valores civilizatórios e patrióticos que o mantenham. Bolsonaro só cairá se deixar de entregar e destruir o pais. E se cair seu posto sera ocupado por militares do nivel do Vilas Boas da ameaça ao Stf, do Heleno do massacre do Haiti, do Mourão do golpe contra a Dilma, do Eitchegoyen da tortura. Tenho pra mim que será pior ainda pois se juntarão ao parlamento desclassificado que foi eleito e implementarão todas as crueldades acordadas com o mercado e os Estados Unidos contra a nação e o país. Com o suporte, claro, da imprensa e dos manejadores das redes sociais. Nosso nivel é o do “grande empresario” Lehmann que foi desancado até pelo capitalismo americano do Buffet, do jurista Moro Rugas, dos banqueiros Moreira Salles que fazem documentario sobre o 68 na França ou doam a reconstrução da Notre Dame e da imprensa dos Marinhos. Os latifundiários são o que são e adquirem agora licença para matar. Todos coniventes com o horror do Witzel, com a desumanidade do Doria e com a violencia do presidente que elegeram e que vai entregar 4 armas a cada desequilibrado desse pais.

  10. dentro da bolha BolsoNazi a Terra é plana e a Guerra Fria nunca acabou.

    impera despótico o pensamento binário. sempre “nós” contra “eles”, povo eleito x goyim, Terra Prometida x Faixa de Gaza, condomínios fechados x favelas, colégios particulares gourmet x escolas públicas abandonadas, kafta x Kafka.

    liberdade individual acima de tudo. e business acima de todos.

    agora, ao se chocar com o deserto do real, esta bolha explodiu. e ao explodir, atrapalhou os negócios.

    ainda assim, cabe analisar com atenção o texto divulgado por Bolsonaro.

    antes de ser somente mais um delírio próprio dos nascidos e vividos dentro de bolhas, sem qualquer contato com a miséria brutal de um Brasil do qual sequer admitem a existência, há diversos trechos de lucidez irreparável.

    como:

    “Desde a tal compra de votos para a reeleição, os conchavos para a privatização, o mensalão, o petrolão e o tal “presidencialismo de coalizão”, o Brasil é governado exclusivamente para atender aos interesses de corporações com acesso privilegiado ao orçamento público.”

    como nenhuma lucidez pode durar o bastante na Terra Plana, logo a frente, o delírio se impõe definitivo:

    “Agora, como a agenda de Bolsonaro não é do interesse de praticamente NENHUMA corporação (pelo jeito nem dos militares), o sequestro fica mais evidente e o cárcere começa a se mostrar sufocante.”

    Bolsonaro venceu porque encarnou o candidato outsider e anti-sistema, personificando o sentimento “contra tudo que está aí”. entretanto, ninguém melhor do que Bolsonaro para representar o que há de pior na classe dominante no Brasil.

    esta contradição não apenas está corroendo vertiginosamente o capital político de Bolsonaro, como irá fazer o mesmo com quem quer que seja que o substitua. por exemplo, o General Mourão.
    .

  11. Xadrez tecnicamente perfeito. Os cabeções de planilha não ousam dizer, mas a única solução pra crise econômica é a impressão de dinheiro, TODOS ganhariam, famílias, empresas e governo, é só os bancos perderiam. Há uma gangue financeira no poder há quase trinta anos, esse é o VERDADEIRO mecanismo.

  12. Um governo de oportunistas, e sem ideologia.
    Vão fazer de tudo para se manterem no poder, até mesmo acabar com o “Bolsonarismo”, no melhor “entregar os anéis para não perder os dedos”.
    Isso inclui a tentativa de fechar o regime, a primeira de todas,depois virá o abandono do liberalismo e adoção de medidas estatizantes, para incluir os aliados e tentar melhorar a economia. Delfim Netto já está de plantão, no mínimo para indicar o sucessor do Ministro da Economia.
    No atual estágio de desenvolvimento indústria brasileira, e o quadro de disputa internacional, apenas o fortalecimento do mercado interno com o aumento da renda das famílias e a expansão do crédito pode fazer a economia voltar a crescer com vigor.
    O que já representará uma grande derrota para o atual regime.

  13. O golpe que ocorrerá foi arquitetada de modo bem pensado. A grande mídia, insistentemente, vem inviabilizando o congresso e, mais recentemente, a principal corte do país. Agora, fingem espírito democrático que jamais tiveram. A verdade é que agora se deram conta que o apetite do monstro, irá devorar seus acólitos. É medo e não preocupação democrática que os faz movimentar. Mas me parece que agora é tarde. Os violentos seguidores do Bozo, vão se impor sobre os carneiros apavorados. A violência tomara conta do país de modo inédito. O país está perdido senhores. Nada mais a fazer senão relatar o fim.

  14. parece que alguns ja foram presos antes….
    esse esquema tem aparencia lavajateira….
    agoera o deespero da tal carta, que alguns até elogiam – o texto em alguns momentos traz um estilo meio de esquerda, denuncia da compra da reeleição do fhc, etc….mas em seguida delira…

    saiu no 247:

    texto compartilhado por Jair Bolsonaro que indica renúncia ou aprofundamento do golpe é de autoria do professor e servidor público Paulo Portinho, filiado ao Novo, partido pelo qual concorreu a vereador nas eleições de 2016 no Rio de Janeiro; ele criticou a exposição; “Não sabia que ia ter uma repercussão dessas. Não gostaria de ficar exposto. Pessoalmente, foi uma coisa que me deixou chateado”

  15. Usando a palavra certa para definir Guedes: um malaca!
    O malaca e psicopata Paulo Guedes só tem um objetivo: roubar o país. Como eu digo sempre: “rapelar” o Brasil.
    Operador de mercado e ladrão, este é o currículo de Paulo Guedes.
    Portanto, o projeto dele é entregar todas as estatais e transferir toda renda proveniente do trabalho aos ricos, seja através do pagamento de alugueis, prestação de serviços, gastos com saúde, educação e impostos. Este é o estado-minimo, um estado que produz neo escravos.
    Quanto à lava-jato: essa raça mereceria pena de morte, se houvesse.

  16. “Não poderia ter escolhido melhor cenário. Dallas foi local em que foi planejado e executado o assassinato de John Kennedy, o presidente americano visto como de esquerda pelos supremacistas brancos.”
    O cenário foi planejado meticulosamente. Diga-se o que se quiser sobre a capacidade de planejamento de Bolsonaro, mas alguém planeja tudo pra ele, de algum modo. Até uma foto ao lado de Willie Nelson eles conseguiram! É preciso conhecer Dallas muito bem para achar uma locação dessas.
    E não se diga que foi por acaso. Todas as baboseiras que Bolsonaro e seus ministros dizem são amplificadas pelos algoritmos de Bannon e da Archimedes.
    O lema(n) deles é “falem bem ou mal, mas sempre falem de mim”!

  17. vera quase tudo o que disseste é o que eu tenho na ponta da língua. Infelizmente a burrice e o fascismo da direita empurra o pais para a guerra cível. Me parece inevitável e já nem sei se outra saída existe.

  18. Todos sabem que Bolsonaro é fraco e improdutivo. Com certeza, seria incapaz de gerir um condomínio com apenas um bloco de apartamentos quanto mais um país, e as forças que o conduziram ao poder sabiam disso. Porém, precisavam de um bode, um satanás descartável que concentrasse em si e ao seu redor o que há de pior no brasileiro. Enxergaram em Bolsonaro a cabeça de ponte ideal para o desembarque no Brasil do pensamento extremista de direita. A cabeça de ponte funcionou e está implantado um extremismo recheado de ódio e de obscurantismo politico e religioso .
    Contudo, ainda que passageiro, satanás deixa sempre uma herança maldita, e nos resta um país caótico, com desemprego crescente, com nossos ativos e riquezas naturais dilapidados e com nossa previdência e nossa educação pública a um passo do estupro. A constituição inexiste e o nosso povo, absolutamente desesperançado, se odeia. Agora, pensa o “arquiteto”: basta tirar o bode que qualquer substituto será bem vindo.
    Este “arquiteto” — as forças que conduziram bolsonaro ao poder — é o que/quem deve ser identificado e anulado, pois aqui cabe recordar um ensinamento de Marcus Tullio Cicero, filósofo romano:
    “Uma nação pode sobreviver aos idiotas e até aos gananciosos. Mas não pode sobreviver à traição gerada dentro de si mesma. Um inimigo exterior não é tão perigoso, porque é conhecido e carrega suas bandeiras abertamente. Mas o traidor se move livremente dentro do governo, seus melífluos sussurros são ouvidos entre todos e ecoam no próprio vestíbulo do Estado. E esse traidor não parece ser um traidor; ele fala com familiaridade a suas vítimas, usa sua face e suas roupas e apela aos sentimentos que se alojam no coração de todas as pessoas. Ele arruína as raízes da sociedade; ele trabalha em segredo e oculto na noite para demolir as fundações da nação; ele infecta o corpo político a tal ponto que este sucumbe. Deve-se temê-lo mais que a um assassino”

  19. Uma boa parte do Estado do Rio – e falo de MILHÕES DE PESSOAS – é dominada pelas milícias. Isso significa, na prática, um poder de vida e morte sobre essas pessoas e seus familiares.
    Não será surpresa se as milícias obrigarem as pessoas sobre seu domínio a irem às ruas para “apoiarem o mito”.
    Até traficantes, em troca de uma trégua por parte das polícias podem ser cooptados e entrar no esquema.
    É uma guerra! Foi com um esquema de ódio, intolerância e Fake News que o Bozo ganhou a presidência. A família é toda insana, como o círculo dos amigos próximos, quase todos milicianos poderosos.
    Vem coisa feia por aí……

  20. Nassif,

    E o tal encontro no Texas com o presidente da ExxonMobil, houve ou não houve? Ele se encaixa como uma luva na ordem de vender do “mani infesto”!
    O PT entrou com representação na CGU contra as despesas dessa viagem de turismo. Foi pior e muito mais cara do que turismo: foi um negócio privado de entrega do patrimônio nacional.

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