Francisco Celso Calmon
Francisco Celso Calmon, Analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral – E o PT com isso?, Combates Pela Democracia, 60 anos do golpe: gerações em luta, Memórias e fantasias de um combatente; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula. Coordenador do canal Pororoca e um dos organizadores da RBMVJ.

A Globo & Cia e o Judiciário devem autocrítica, por Francisco Celso Calmon

Demos a nossa juventude na luta contra a ditadura e pela liberdade coletiva, na terceira idade merecemos e temos o direito de viver numa democracia e em paz. 

A GLOBO & CIA E O JUDICIÁRIO DEVEM AUTOCRÍTICA na mesma proporção que são responsáveis pelo bolsonarismo

por Francisco Celso Calmon

A lava jato só chegou a ser o núcleo demolidor da democracia e da economia, e particularmente criador da onda fascista antilulista e antipetista, porque a mídia, especialmente a Globo, incensou àquela corja, que usou o Estado para fazer política, ao altar da moralidade.

Diante da quadrilha de Moro e Dallagnol, acobertada pela mídia, o STF fez o trabalho final, com Gilmar Mendes proibindo a presidenta da Republica, Dilma Rousseff, de nomear em cargo comissionado Lula para Ministro da Casa Civil.

Uma intromissão à prerrogativa interna corporis do Executivo, jamais vista na história. Entretanto, sem reação da Dilma, essa intromissão monocrática mudou o destino do governo e abriu as cancelas para o golpe de 2016, cujo ato final no Senado contou com a presidência do ministro Lewandowski.

Alguns ministros do STF foram se apequenando, acovardando, como disse, na época, o Lula, outros ministros, cobertos pela Globo, foram se apavonando e tornando vassalos da “república de Curitiba”.

A realidade foi mostrando o colossal erro que cometeram. Contudo, a autocrítica ainda não veio na mesma proporção dos erros, tanto da mídia quanto do Judiciário.

A parcialidade agressiva da mídia, as irregularidades frente ao devido processo legal do Judiciário, tanto no golpe de 2016, na condenação de alguns petistas inocentes, quanto na prisão de 580 dias do Lula, necessitam de atos concretos de contrição para diminuir os estragos até aqui ocorridos, e ainda evitar o pior que não está de todo afastado.

Os malefícios ocasionados pela lava jato, parideira do bolsonarismo, e o reconhecimento atual dessa verdade pela mídia e por parcelas do Judiciário, ainda carecem de mais assertividade para corrigir a tragédia que é o bolsonarismo, que não finda com o resultado da eleição.

Anêmicos reconhecimentos dos erros e superficiais pedidos de desculpas não compensam o estrago do lavajatismo e bolsonarismo, fraudadores e corruptores da democracia e dos valores éticos da sociedade.

A reconstrução do Estado democrático de direito, será iniciada com a vitória e posse do Lula.

Numa hipótese remotíssima de sua não-vitória, a Globo & CIA e o Judiciário aumentarão a sua dolosa culpa diante da história. 

Pois nesse hipotético cenário será implementada a pior das ditaduras, aquela na qual não haverá a quem recorrer.

Com o controle do Executivo, do Legislativo e do Judiciário (com o projeto de aumento da quantidade de ministros do STF e eventual impedimento pelo Sendo de um ou outro dos atuais), mais a PGR, as forças armadas e as milicias, o bolsonarismo será uma ditadura institucionalizada.

Nós que enfrentamos a ditadura militar, vivemos na clandestinidade, fomos sequestrados, encarcerados, torturados, sequelados, companheiros assassinados, companheiras estrupadas, efeitos transgeracionais atingindo filhos e netos, não queremos mais passar por isso e o Brasil não merece.

Demos a nossa juventude na luta contra a ditadura e pela liberdade coletiva, na terceira idade merecemos e temos o direito de viver numa democracia e em paz. 

Para não haver esse risco, a vitória do Lula é imprescindível.

Votem pela democracia, votem 13.

Francisco Celso Calmon, coordenador do canal pororoca e ex-coordenador nacional da Rede Brasil – Memória, Verdade e Justiça

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1 Comentário

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  1. Não se pode esperar dessa gente algo que ela nunca vai admitir. Todas aquelas decisões que encaminharam o atual estado de coisas foram tomadas com a autoconfiança e a empáfia que sempre caracterizaram a nossa pretensa elite. Agora, essa mesma elite dá meia-volta e se traveste de defensora da justiça, da democracia etc. etc. com a mesma pose de dona exclusiva da verdade. É a história do Brasil. Ou essa história muda por iniciativa de outras camadas da nossa população ou seguiremos como um arremedo de nação.

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