Fernando Limongi: “Não há nada que não possa piorar”

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Wilson Dias/ABr
 
Jornal GGN – “Não há nada que não possa piorar”. Assim resumiu o cientista social Fernando Limongi, em sua coluna no Valor Econômico desta segunda-feira (17), ao tratar da retrospectiva do ano de 2018, ou dos últimos dois anos. 
 
Lembrando que em fevereiro de 2017, ele anunciava que estava diante de um “espetáculo triste”, uma “sucessão de equívocos”, as quase inexistentes razões para o otimismo foram ainda mais sepultadas com a delação de Joesley Batista sobre o mandatário Michel Temer, e com o julgamento contra Dilma Rousseff.
 
“O festival tomou proporções dantescas, uma verdadeira descida ao inferno. Mas não há nada que não possa piorar. O fundo do poço é inalcançável. Sempre há como cavar mais um pouquinho. Hoje, no fim de 2018, o cenário político é mais desalentador do que era no início de 2017. A eleição de Jair Bolsonaro é o ponto culminante desta sucessão de erros e equívocos”, escreveu agora.
 
“Bolsonaro não foi eleito por seus méritos ou em razão do programa que defende. Venceu porque ocupou o espaço deixado pela luta fratricida no interior da elite política que governou o país desde a redemocratização. O impeachment de Dilma Rousseff antecipou a alternância no poder ‘programada’ para 2018. A coalizão MDB-PSDB assumiu carregando as promessas de regeneração da política e retomada do crescimento. Não entregou nem uma coisa nem outra. O governo Temer foi um fracasso rotundo, contribuindo para aprofundar a crise. A população foi em busca de alternativas e Bolsonaro foi a que restou.”
 
Ainda, destacando que apesar de as eleições deste ano terem sido escolhas democráticas, pelo voto nas urnas, Limongi conclui que a vitória do candidato da extrema-direita Jair Bolsonaro não se deu pelo seu programa, “até porque o grande trunfo da sua campanha foi o silêncio”.
 
” O consenso reformista pós-redemocratização, a ênfase na eliminação do que se convencionou chamar de dívida social do país, foi derrotado. Os que rechaçaram este programa, os conservadores, venceram e a eles cabe governar. A questão é se saberão fazê-lo. Todas as indicações disponíveis apontam para uma resposta negativa”, completa.
 
Leia a íntegra da coluna aqui.
 
 

6 Comentários

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  1. governo do parasitismo…

    fará a lista de parasitas da nação chegar às alturas com a histeria neofascista da classe média que já se avizinha

     

    é o fim de qualquer país quando ele é preparado para a exploração de tudo por todos

    1. Pior ainda quando alguns
      Pior ainda quando alguns pseudo-intelectuais tentam normalizar a fraude eleitoral de 2018 como havendo sido a “escolha democrática” da população em meio a um golpe de estado indisfarçável.

  2. Realmente não há nda que não

    Realmente não há nda que não possa piorar neste país, enquanto nós tivermos a mídia e o judiciario que temos. São de longe os piores inimigos do brasil.

  3. Escolha democrática?
    Escolha Democrática com o candidato preferido do eleitorado preso sem provas, impedido de concorrer e mantido incomunicável em uma masmorra?

    Que papo é esse Fernando Limongi?

    Essas foram as eleições mais fajutamente fraudadas de toda a história mequetrefe do Bananistão!

    Chamar todo esse engodo fartamente documentado de escolha democrática chega a ser quase má fé.

  4. “‘Hoje, no fim de 2018, o

    “‘Hoje, no fim de 2018, o cenário político é mais desalentador do que era no início de 2017. A eleição de Jair Bolsonaro é o ponto culminante desta sucessão de erros e equívocos’, escreveu.”

    E bota desalento nisso…

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