Golpe ou não golpe, eis a questão, por Ricardo Mezavila

Jair Bolsonaro pauta a discussão nacional com mentiras, deboches e ameaças, no intuito de desviar a atenção dos reais problemas que são de sua responsabilidade

Alan Santos/PR

Golpe ou não golpe, eis a questão

por Ricardo Mezavila

Na tragédia que se tornou o governo Bolsonaro, a vingança é o tema central. Dar um golpe ou não, a questão é simples: golpe ou não golpe representa ditadura ou democracia, escravidão ou liberdade, ignorância ou evolução, atraso ou desenvolvimento, destruição ou reconstrução.   

Bolsonaro aproveita seu ‘reinado’ para se vingar dos militares que o expulsaram do exército, dos artistas, dos profissionais da saúde, dos professores, dos indígenas, dos quilombolas, das mulheres, da comunidade LGBTQIA+, dos cientistas e pesquisadores.  

O total descompromisso com os valores humanos faz com que o presidente da república ataque quem produz cultura, salva vidas, ensina, reivindica reconhecimento, quem deixa seu tempo, suor e sangue na construção de um país soberano.   

Tentando impor seu espírito destrutivo, Jair Bolsonaro pauta a discussão nacional com mentiras, deboches e ameaças, no intuito de desviar a atenção dos reais problemas que são de sua responsabilidade.  

Economia, saúde, emprego, educação, são temas caros para uma nação desenvolvida, mas não estão entre as prioridades do governo que gasta com propaganda mais do que em investimentos nessas áreas.  

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A falácia de que é ‘conservador nos costumes e liberal na economia’ repercute entre os mamateiros de verbas públicas, entre os seguidores parasitas e doutrinados, e entre os falsos religiosos que pregam para iludir a população intelectualmente vulnerável.  

Com pesquisas em mãos que garantem a sua não reeleição, o amigo de Ronnie Lessa, Fabrício Queiroz e Adriano da Nóbrega, trama um golpe no submundo militar com oficiais vendidos, que não permita a realização das eleições de outubro.    

Não podemos minimizar a possibilidade de uma tentativa de golpe parlamentar antes das eleições com a participação do Congresso. Os golpistas que cumprem seus mandatos podem aprovar uma emenda para tumultuar o processo e adiar as eleições alegando fraude eleitoral. Após as eleições, a tentativa de sucesso do golpe é nula, será um fiasco circense. 

A expectativa otimista e saudável é de que esse drama brasileiro vai passar e a história vai recomeçar com a Presidenta Dilma passando a Faixa Presidencial para o Presidente Lula, em janeiro de 2023.  

Os tempos de hoje estão pervertidos. Oh! Maldição! Que eu tenha nascido um dia para restaurar a ordem!” (Hamlet)  

Ricardo Mezavila, cientista político

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