O maior Pão de todos os Circos, Futebol?, por Francy Lisboa

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O maior Pão de todos os Circos, Futebol?, por Francy Lisboa

O que é o deleite? Como sentir prazer em um mundo mesmo com a consciência tomada de que algo vai mal na humanidade? A intelectualidade adora fazer a associação entre espetáculos globais e artimanhas para ludibriar o povo. Não à toa, a corrente Copa do Mundo na Russia vem sendo, mais uma vez, associada ao “Pão e Circo” do Império Romano.

Ao que parece, tudo que arrebanhe multidões que não para o engajamento político, apenas pelo simples prazer, parece elegível. O Futebol. Oh! O futebol, parece ser a Dilma das Esquerdas e da Direta quando ao assunto é exercitar a pretensa supremacia intelectual. Todos que gostam de futebol, na visão dos que se acham ter senso da realidade, possuem determinado nível de alienação, de propensão ao Pão e Circo, ou seja, de desdenhar para as queixuras urgentes do país dando lugar aos prazeres irrelevantes.

O que chama a atenção nessa constante associação Futebol – Pão e Circo é que o esporte paixão nacional tem caracteristicas claras de efemeridade, ou seja, entrega o prazer naqueles noventa minutos e pronto, a vida continua e todos voltam para a realidade de suas trajetórias pessoais, indignações, e sonhos de vida. Obviamente, temos futebol o ano inteiro, mas mesmo assim, efêmero são as cegueiras por ele causadas.

Sim, o futebol mobiliza, mas seria possível encontrar qualquer coisa outra que rivalize com ele em termos de arrebanhar e mobilizar incautos? Se Pão e Circo é o adjetivo usado para tudo aquilo capaz de manter o povo em transe, temos algo bem mais efetivo e sofisticado do que o futebol: o ódio à Política. Esse sim, um entretenimento vivido e respirado pelos brasileiros vinte e quatro horas por dia.

Chamo de entretenimento porque esta na boca do povo, assim como o Futebol. Chamo de entretenimento porque, assim como o Futebol, todos se acham entendedores da Política e com soluções para tal. Se temos a máxima de que no Brasil somos duzentos milhões de treinadores, podemos claramente dizer que no Brasil temos duzentos milhões de Sergio Moro, símbolo maior do ódio à Política.

O ódio à política passa mais tempo inebriando os brasileiros do que qualquer outro tipo de evento que se possa conferir os atributos de Pão e Circo. Os problemas reais de rapinagem vivido pelo Brasil são disfarçados pela indignação contra as hienas de Oscar, do Rei Leão. Sim, políticos são oportunitas para o bem e para o mal, mas ficam com as migalhas dos grandes assaltos, ou se quiser referência à Copa, dos sete a um diários sofridos pelo Brasil, como venda dos ativos nacionais, aumento da desigualdade, desempregro, desesperança.

A Copa dura um mês, e mobiliza pessoas que não marcham para tirar presidentes e colocar lacaios a serviço da entrega das riquezas nacionais e aumento da desigualdade. O que faz essas coisas é a repetição de que existe solução virtuosa fora da Política. Esse sentimento levou milhares em transe às ruas do Brasil , haja Pão! Dois anos depois, sabemos, o sabor desse pão oferecido tanto à intelectuais quanto aos medianos, é amargo, e o mal-estar com tantos tapas na cara vindos da realidade que insiste em dizer “você foi manipulado” traz a certeza de apenas uma coisa: antes o não sofisticado Pão e Circo do Futebol do que o sofisticado Pão e Circo que leva milhares a boicotar e destruir as aspirações de uma grande nação.

Dessa forma, as baterias apontadas contra o Futebol, de todas as faixas do espectro político, parecem mais uma tentativa de passar o recibo de não alienação, nada mais falso…nada mais auto enganador.

 

Redação

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