Israel nega acusações sobre saída forçada de palestinos da Faixa de Gaza

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Segundo agências humanitárias, se Israel continuar com ofensiva, Gaza não será mais uma terra para os palestinos

Norte da Faixa de Gaza está sendo reduzida a escombros antes de possível entrada por terra das tropas israelenses. Foto: Flickr/ONU
Norte da Faixa de Gaza reduzida a escombros. Foto: Flickr/ONU

Israel negou, nesta segunda-feira (11), as alegações de que está forçando palestinos a sair da Faixa de Gaza, apesar de intensificar os ataques em todo o enclave, no conflito contra o Hamas. Neste final de semana, agências humanitárias e líderes árabes alertaram que o aumento da ofensiva israelense poderá ocasionar a saída em massa de palestinos para o Egito. 

Prevejo que a ordem pública se rompa completamente em breve e que uma situação ainda pior se desenrole, incluindo doenças epidêmicas e maior pressão para o deslocamento em massa para o Egito“, declarou o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, em conferência internacional no Catar, neste domingo (10). 

Já o comissário geral da Agência das Nações Unidas de Assistência a Refugiados (UNRWA), Philippe Lazzarini, foi mais incisivo e afirmou que palestinos estão sendo empurrados para o Egito. “Os acontecimentos que estamos testemunhando mostram tentativas de levar os palestinos para o Egito (…) Se este caminho continuar, Gaza não será mais uma terra para os palestinos“, escreveu Lazzarini, no Los Angeles Times.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, Ayman Safadi, também não poupou críticas contra Israel e afirmou que sua atuação é “um esforço sistemático para esvaziar Gaza do seu povo”.

Contudo, o porta-voz do governo de Benjamin Netanyahu, Eylon Levy, classificou as  “acusações ultrajantes e falsas” e afirmou que o objetivo de Israel é apenas aconselhar que os palestinianos abandonem as principais áreas de combate.

Desde o início do conflito, em 7 de outubro, ao menos 18 mil pessoas foram mortas no enclave palestino e cerca de 85% da população de Gaza, com 2,3 milhões de habitantes, tiveram que deixar suas casas. 

A situação se agravou nos últimos dias, após o rompimento do cessar-fogo de uma semana com Israel intensificando sua ofensiva terrestre no sul, onde estão a maioria dos deslocados. Os ataques também estão avançando no leste e oeste do enclave, enquanto o norte está dizimado. 

Com informações do The Guardian e Reuters.

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  1. Pequena Oração dos Antifascistas

    A face de Deus: “Consagraram a cidade ao Senhor, destruindo ao fio da espada homens, mulheres, jovens, velhos, bois, ovelhas e jumentos; todos os seres vivos que nela havia.” (Josué, 6-21). Aquele que manda a morte aos que não creem nele, ou não o seguem, ou não o obedecem. Antes mandasse apenas hemorroidas (I Samuel, 5-9). O Deus original, diga-se, aquele do Antigo Testamento, transformado em Pai Misericordioso pelos comunistas primitivos, os primeiros cristãos. Um Deus que haveria de amar o cheiro de napalm pela manhã, sem dúvida; pois é cheiro de vitória. Cheiro de morte dos inimigos. Como pode ser que uma pessoa capaz de raciocínio não perceba que dividir o mundo entre o Bem e o Mal é fazer com que o mundo tenha uma estrutura especular? Se eu sou o Bem, e o outro o Mal, como não perceber que o outro, por sua vez, julgará ser o Bem, e atribuirá a você a condição de ser o Mal? Não é daí que vem a Morte, a destruição? Que os antigos hebreus, envolvidos em toda a sorte de conflito e lutas contra os demais semitas daquele limitado espaço geográfico (e por motivos de ordem bastante prática, como fica bem claro pelo texto bíblico), pensassem dessa forma – e como espelho do que pensavam os inimigos – é compreensível; mas que essa estupidez tenha persistido, e na verdade moldado, durante tanto tempo (até hoje, sob certos aspectos) não só as organizações sociais e nacionais, e as relações entre estas, é verdadeiramente espantoso. Só não sei se isto é um monumento à estupidez humana, ou a sua cupidez.
    Quem viu a face da destruição, viu a face de Deus.

    (Parte variável da pequena oração, a ser preenchida ad libitum pelo antifascista que a estiver dizendo)

    “Não vos compadeceis daqueles que estão morrendo em Gaza, velhos, mulheres, e crianças, pois são inimigos do Senhor teu Deus, conforme está na Bíblia; e os crimes que viriam a cometer essas últimas seriam crimes contra Deus. Cometas tu o crime, matando-os, e livrai esses inocentes da ira do Senhor teu Deus, já que sobre ti não cairá ira nenhuma, somente as benções do Senhor teu Deus, por teres diligentemente feito Sua Obra.”

    Deus, ao que parece, está ao lado deles, ao lado dos fascistas. Porque eles matam seus inimigos, a fio de espada e buracos de bala, não poupando mulheres, velhos e crianças. Se Deus existe, Ele só pode ser o Bem. O mal somos nós, que recusamos essa divisão maniqueísta, e queremos a paz, o convívio, a harmonia. Se Deus existe, Ele protege os que fazem a sua obra. E, pelo visto, e por esses últimos dois mil anos, não somos nós. São eles, os fascistas. E eu, de minha parte, já desisti de esperar ver Deus mandar um raio sobre as cabeças, ou abrir a terra sob os pés desses malditos. E ando olhando bem para os céus e para o chão, alternadamente, com medo de que essas coisas venham sobre mim, ou sob meus pés.

  2. Eu entendo que ao continuar se portando com um serviçal escravo e dependente dos EUA, o governo de Israel poderá se assemelhar ao hediondo governo sanguinário nazista.
    A população de Israel precisa colocar um limite no total massacre bélico e ao desrespeito humanitário, que o governo do desequilibrado Netanyahu promove contra a indefesa e vulnerável população palestina.

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