Reflexões sobre o papel do PSDB, por Osvaldo Ferreira

O PSDB desde 1994 (1994, 1998, 2002, 2006, 2010) sempre esteve na disputa pelo poder no Brasil, ou seja, sempre esteve disputando com o PT o poder, em algumas eleições muito favoravelmente e em outras em condições de igualdade. Mas em 2014 o PSDB, após 12 anos fora do poder ensaia virar um DEM, ou seja, um partido pouco expressivo, nanico, com bancadas federais minguantes e caminhando para o fim.

Aos eleitores do PSDB proponho a seguinte reflexão: 
a) A liderança do ex-presidente FHC, figura detestada pela maioria da população brasileira mas idolatrada pela imprensa (Folha, Estadão, Globo, O Globo, Veja e CBN), foi positiva para o PSDB?
b) O fato do PSDB ter recebido o carimbo de partido elitista, partido da direita, partido paulista, partido reacionário, foi bom e resultou em crescimento da agremiação?
c) Receber apoio explícito da Rede Globo e dos jornalões paulistas todos eles esclerosados e em processo falimentar diante do avanço da democracia de opiniões pela internet foi bom para o PSDB?
d) Identificar-se com o que há de mais atrasado no Brasil, como madames e ricaços sem nenhuma identidade com o Brasil e que invariavelmente expressam opiniões preconceituosas ampliadas e repercutidas pelo acesso cada vez maior à internet de milhões de pessoas, foi bom pro PSDB?
e) Satanizar o PT, os movimentos sociais, desprezar políticas para a metade da população do Brasil (negros), ir contra cotas, bolsa família, mais médicos, ENEM, bem como a todas as políticas sociais petistas, seguindo as opiniões dos barões da mídia (família Frias da Folha de São Paulo, Marinhos da Globo, Civita da Abril e Veja, Mesquitas do Estadão), repercutiu em crescimento do PSDB e no maior crescimento da importância do partido a nível nacional?
f) Fazer um discurso moralista e hipócrita sobre a corrupção (uma vez que todos sabemos que o fenômeno da corrupção existe em todos os partidos políticos e em todos os países do mundo), um discurso quase religioso e sem propor formas de combatê-la para uma população cada vez mais informada e educada, contribuiu para que o PSDB crescesse no país?

São questões que os eleitores do PSDB deverão pensar sob o risco de ver este partido, que antes era social democrata, ou seja, progressista (espaço que foi ocupado de forma muito eficiente pelo PT), ser levado à irrelevância política no Brasil, ou seja, algo que já irá acontecer nessas eleições, com Aécio Neves nem indo ao 2o turno, coisa inédita pros tucanos e elegendo uma bancada irrisória e irrelevante no Congresso Nacional.

Redação

21 Comentários

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  1. Marina Silva, FHC de saias longas, é o maior perigo para o PSDB.

    Hoje Marina Silva percorre o mesmo caminho e com os mesmos objetivos, que FHC percorreu em 1994, com a aliança PSDB/PFL, abandonando a social-democracia e adotando do neoliberalismo para obter, não só um maior espaço, mas principalmente o apoio da maior parte da grande mídia.

    A maior parte da grande mídia é de direita e defende o neoliberalismo econômico, mas precisa de representantes nos partidos políticos para impor suas vontades.

    Do mesmo modo que FHC em 1994, Marina Silva, abandona o discurso de esquerda e busca no neoliberalismo econômico conquistar maior espaço e apoio na grande mídia, o representa um grande perigo para o PSDB continuar na liderança da oposição.

     

  2. Faltou perguntar se a

    Faltou perguntar se a extinção do PSDB será boa para o Brasil.  De miha parte acho que não, porque ficou fácil demais identificar nele o inimigo, tudo de ruim, podre, hipócrita e atrasado que tem no país. A extinção do PSDB não signfica a extinção dessas ideias, mas que elas irão se pulverizar em outros partidos, sob outras formas. O PSB e a Marina já são um belo exemplo disso: o arcaico posando de novo; as podres bandeiras que o PSDB defendeu travestidas de mudança e modernidade. Eu não acreditava, mas pelo visto o PT conseguiu mostrar isso nesta eleição, aparentemente virando um jogo que eu pensava perdida. Mas a tarefa continua: mostrar que tudo de ruim que o PSDB representa está vivo, e bem vivo, e que a guerra é constante, afinal coisa ruim nunca morre.

    1. mas é a extinsão de todos

      mas é a extinsão de todos esses que nos produzirá a democracia almejada. Em Cuba não deixa de ter oposição, mas não se canditada por saber que o povo não votorá em nenhum desses.   Golbery sempre foi um grande sábio, quando ajudou criar o lulismo e derrotou os generais e até esquerda, como brizolista, que queria o fim do imposto sindical.

  3. Parabens ao autor do post,

    Parabens ao autor do post, por conseguir refletir sobre demotucanos. Bonita gravata leiloeiro vendilhão, fernandinho blindadão.

  4. Sintomas do passado.

    Lembrando que Alckim teve menos votos no segundo turno em 2006 do que teve no primeiro. Isso já apontava a fragilidade do discurso de campanha e a vulnerabilidade funcional do apoio ao PSDB por parte da grande mídia.

  5. A questão da brasilidade

    O sabugismo vende pátria que os políticos da direia não conseguem disfaçar tambem é contraproducente.

    Se a maioria do povo atinasse com a extensão da falta de pariotismo dos privateiros e neoliberalistas,

    o estrago no psdb e congêneres seria maior ainda. É lamentável que a nossa direita não logrou apresentar

    quadros mais respeitáveis e mais favoráveis à nossa gente laboriosa, ao invés  de favorecer às ostes parasitárias.

  6. Acrescento mais duas:
    Ter um

    Acrescento mais duas:

    Ter um candidato que ex-governador de Minas, centralizou na família o controle da mídiia?

    Ter um candidato com um cotidiano de um play boy de classe alta? 

    Ter um candidato e ex-governador que praticou políticas de  alijamento dos movimentos sociais?

  7. Quando estava unido no poder

    Quando estava unido no poder o PSDB era um partido irritante. Agora que está partido na oposição fica o tempo todo irritado. Ha, ha, ha…

    1. Já existia internet, e sites

      Já existia internet, e sites de internet, portais, BBS, email e listas de comunicação bem antes da privatização das telefônicas, gênio.

    2. Nem os govenros FHC não

      Nem os govenros FHC não trivessem sidos as desgraças que foram, quem estava em petição de miséria era o petismo. Acho até que foi tudo de propósito, pois FHC sempre confiou mais no Lula para prosseguur suas ¨obras¨ do que em gente da sua tuama.  A carta aos brasileiros não tem qualquer palavras significativa que possa dizer ser lulista e sua atuoria real até hoje não foi revelada

  8. Acrescento o G). Ficar refém

    Acrescento o G). Ficar refém do anti-petismo mais radical, a ponto de aceitar ser escada da dona Marina, é de fato salutar para um partido? que pretenda ter protagonismo na política do país? 

    De outra forma, ter como unica plataforma partidária “tirar o PT do poder” e botar qualquer um(a) é bom para um partido, que apesar de estar em desvantagem eleitoral hoje, quer manter-se como um partido viável enquanto alternativa para o país, quando os eleitores de fato quiserem a alternância de poder?

    Ou ainda, sendo totalmente curto e grosso. Vale a pena deixar o partido ao sabor do recalque que o FHC tem de Lula?

  9. A direita não ganhará

    Sabe por que a direita não ganha no Brasil? Porque eles querem trazer um modelo de governo (neoliberalismo) que “funciona” nos países desenvolvidos, e a nos países em desenvolvimento, como o nosso, a realidade é totalmente outra.

    Lá nos EUA, Europa, e Japão o salário mínimo beira os 3000 dólares mensais. Aqui é de 724 Reais por mês ( uns 300 dólares por mês), o limite da sobrevivência. Então o neoliberalismo de lá pode até sugerir cortes no salário de 3000 dólares que ainda está longe deles passarem fome. E aqui se cortar um pouquinho que seja já cai abaixo da linha de pobreza, ou seja na miséria. E mesmo lá na Europa o neoliberalismo não está sendo muito feliz para o povo, com os maiores índices de desemprego de todos os tempos.

    O único jeito da direita ganhar seria elevando o nosso padrão de vida com o do primeiro mundo, o que a gente sabe que não vai acontecer pelos partidos oposicionistas de direita, até por que o candidato Aécio prometeu abaixar o salário mínimo o quanto ele puder. A segunda forma da direita chegar ao poder seria enganando o povo e se fazendo passar por “terceira via”, acho que no momento isto também já foi desmacarado, e está em queda livre esta preocupação. Terceira via no caso é a direita que não se assume como tal e tenta passar por “amiga do povo e dos juros bancários” ao mesmo tempo, como se isto fosse possível.

    Os únicos no momento que tem uma perspectiva de subirem o nosso padrão de vida (ou pelo menos manterem este padrão num cenário de crise internacional) tem sido os partidos de esquerda, devido à política de juros mais baixos, e prioridade desenvolvimentista. Por isto voto 13, voto Dilma.

  10. O PSDB se perdeu a partir do

    O PSDB se perdeu a partir do momento que entrou, de forma ceda e sem olhar para o próprio umbigo, na onda da moralização sobre corrupção imposta pela mídia. Esqueceu de si mesmo para falar dos outros como se isso fosse a melhor estratégia política. O outro problema vem ao tentar satanizar o PT e os movimentos e políticas sociais como uma especie de vingança contra tudo que o PT fez contra eles no congresso. Quiseram revidar na mesma moeda e esqueceram do aprendizado que eles mesmos tiveram quando sofreram isso. Aí o PSDB ficou perdido, sem bandeira, com discurso vazio e passou a mostrar suas entranhas que está em ser um partido paulista, apoiado e apoiador da mídia como está e queridinho das elites cheirosas. 

    O PSDB não quer e não está recriando suas bandeiras e a si mesmo de forma pró-ativa, está deixando ser levado e está perdendo com isso. Parece sintoma de FH que viu o sucesso do real e se agarrou nele para sempre. Até hoje diz que tudo o que veio depois é resultado do Real. Que beleza. E olhe que o real é mais de Itamar e Bacha do que de FH. Deram isso para ele de brinde.

    O PT fez sua transmutação com Lula e já está para começar outra. Tanto é que Lula já aprendeu e está tentando renovar o PT fazendo escolhas pessoais, mas com o entendimento de que os escolhidos tem que ser melhor que ele. Assim é impulsionou Haddad, Padilha, Dilma e Wagner e outros. Mas o PT ainda não se tocou o suficiente sobre isso, parece que só Lula. 

  11. Composto pelas pessoas que

    Composto pelas pessoas que estão nesse partido dá para esperar coisa diferente? De minha parte, espero que fique menor que o DEM. Merecem.

  12. O PSDB nunca fez “mea culpa”.

    O PSDB surgiu como um partido moderno. Ele saiu das entranhas do PMDB e se estabeleceu na Política como uma Esquerda moderna (no sentido de ter uma imagem mais jovial, mais alegre, mais sugestiva e menos rígida no trato político convencional, menor a imagem da luta de classes).

    Montoro, FHC, Covas, Serra, Goldman, Aluísio, etc. apresentavam uma imagem moderna, se conseguem entender. Novos ares na Política em vista do PMDB que os acolhia antes. Todos os citados militaram na esquerda na época da Ditadura, certo?

    No tempo de seu surgimento ao menos quatro coisas estavam em efervescência:

    1) A queda do muro de Berlim: o mundo unipolar e a vitória “inconteste” do capitalismo;

    2) Francis Fukuyama decreta o fim da História: as ideologias terminaram.

    3) O Neoliberalismo e seu Estado Mínimo tornam-se o modelo de desenvolvimento ideal.

    4)Surge Henry Kissinger, Diplomata americano, figura chave do modelo norte-americano de desenvolvimento socioeconômico para países emergentes.

    O PSDB cresceu dentro desse caldo cultural, moderno à época, no campo da Política Econômica.

    Lembremos: a Social Democracia no nome do partido foi implementada, porque não havia no espectro político dos partidos brasileiros nenhum partido social democrata.

    Imagina o processo de criação de um Partido que em 6 anos já se torna o Partido que vai comandar os destinos da Nação. Era um partido em formação e já angariava o posto sonhado pelo PT por 14 anos, e que o PT levou 22 anos para conseguir, portanto 16 anos a mais que o PSDB. Era um menino e num mundo experimentando o neoliberalismo radical.

    O PSDB chegou ao Poder no auge da consolidação do ideário de um Estado Mínimo e Privatizado, como solução para o desenvolvimento da sociedade e um mundo melhor. Compartilhou desse ideário e deu no que deu. 2002 o Brasil estava, praticamente, quebrado. O modelo adotado começou a ruir mundo afora e no Brasil não foi diferente. O povo votou no PT.

    Todavia, o PSDB, mesmo com a derrocada do neoliberalismo em muitos países em desenvolvimento, não se reciclou, continuou a ser neoliberal. E foi se enfraquecendo.

    Hoje, representa um modelo de desenvolvimento que a população brasileira sepultou lá em 2002.

    Vive da exclusiva benevolência dos meios de comunicação hegemônicos, meios de comunicação que são porta-vozes do Neoliberalismo a temporalmente, no Brasil.

    Vive dissociado do real embate da sociedade, vive de ser o que a mídia velha lhe possibilita porque sua estrutura partidária cresceu distanciada do social e dos movimentos que giram ao seu redor: sindicatos, movimentos de sem terra, sem teto, movimentos negros, feministas, de LGBT, etc.

    Ao tempo deles o Mercado se colocava como o companheiro ideal. Nele se sustentou a modernidade do partido nos anos 90.

    A modernidade inicial casou-se com os acontecimentos históricos dos anos 80 e 90 e nunca mais se separou.

    Os políticos que foram de esquerda na ditadura militar fincaram a bandeira do neoliberalismo no seu ideário e não largaram mais.

    Infelizmente, o partido não se reciclou, lá permaneceu e hoje, não sobra espaço para o partido, além do Estado de São Paulo e sua, ainda, conservadora população.  Não houve reconhecimento do fracasso do modelo neoliberal, e nem mudança do caminho errado que traçaram.

    São Paulo com suas ideias seculares de locomotiva da nação e presença forte do conceito de meritocracia virou a, quase exclusiva, casa do PSDB. Um Estado que se amesquinha muitas vezes, porque se vê mais desenvolvido que outros estados brasileiros e onde a mídia hegemônica neoliberal é muito forte.

    1. Desde que ambos foram

      Desde que ambos foram incentivos nasces, lá nos confins da ditadura, essa turma do PSD|B sempre soube que eram apenas  uma fase de transição para a grande era da divisão social do bolo econômico e, portanto, acabou sua era.

  13. O PSDB é de direita, com muito orgulho. E legitimidade

    O problema do PSDB não é esse. O PSDB é um partido de direita – acredita que a pobreza é uma questão de escolha. Alguns escolhem estudar e trabalhar e, por isso, ficam ricos. Outros preferem “curtir a vida”, vadiar e, por isso, são pobres. 

    Seu verdadeiro problema é que o Brasil é imensamente pobre e desigual, mesmo para aqueles que trabalham muito e não estudam por falta de oportunidade, não de vontade.

    Por isso, seu discurso de direita não emplaca. Ou melhor, tem boa recepetividade em São Paulo, mas o Brasil é maior.

    O núcleo duro do PSDB – de  direita – continua vivo em Sampa. Veja o texto destacado no final:

    Tijolaço

    Marina quase foi o tudo. E pode virar o nada.

    27 de setembro de 2014 | 09:51 Autor: Fernando Brito

     

    É muito curioso o que ocorre quando a política, em lugar de se dar como emanação de um processo social, passa a viver à base de jogadas, truques de esperteza e arranjos de marketing.

    Não que eles não possam ser bem sucedidos, como foram, por exemplo, na eleição de Fernando Collor, em 89, quando se tratava, antes e acima de tudo, de não permitir a eleição de um favorito de esquerda, primeiro Leonel Brizola e, a seguir, Luís Inácio Lula da Silva, separados por ínfimo meio por cento no primeiro turno.

    Antes que digam que estou comparando Marina Silva a Collor, digo que não vejo a menor semelhança entre ambos, exceto a arrogância.

    Interessa-me é o que se une em torno e o que, depois do seu desmanche, o que resta nas forças políticas que representam como “salvadores da pátria” que se proclamam fora da política.

    E o que pode, surpreendentemente, fazer com que parte da direita brasileira, diante da inviabilidade de uma vitória de Marina Silva, prefira que a eleição se encerre no primeiro turno, o que é menos improvável do que muita gente pensa.

    Vejam: o crescimento de Marina Silva veio, essencialmente, de três vertentes.

    A primeira, a não-política, espécie de hipocrisia alimentada pela mídia e seu falso moralismo nas classes médias urbanas. É algo que não tem voto, mas tem “estampa”. É um espaço eleitoralmente minúsculo, mas barulhento, onde se aninham “udenistas de esquerda”, de direita e psolistas em geral, abrigados antes no PT “pré-poder”.

    A segunda, deformação politiqueira de confissões evangélicas que pretendem se comportar, espalhadas pelos partidos, como um partido político e uma ferramenta de poder.

    E, por último, a mais importante: a falta de um candidato da direita orgânica, tradicional, que, diante da rejeição  e repetidas derrotas de seu general José Serra e da inutilidade pomposa do Marechal Fernando Henrique, teve de adotar um candidato pífio, sem luz própria e cuja carreira foi o arranjo de um “filhinho do vovô”.

    A fatalidade da queda do avião de Eduardo Campos reciclou Marina Silva e a transformou na “grande esperança verde” para dar fim ao ciclo trabalhista-desenvolvimentista que começou com Lula ( e, ainda assim, depois que ele percebeu que a direita não o aceitaria como solução intermediária a um regime  entreguista e excludente, porque a direita brasileira não aceita – e nunca aceitou – qualquer regime que não fosse o da espoliação selvagem deste país).

    Marina tinha o “physique du rôle” para isso: de origem pobre, aparência frágil, evangélica e de personalidade arrogante, em tudo servia para apresentar-se como capaz de capturar os votos da pobreza, o que de fato fez em certa classe média baixa, em parte e durante algum tempo.

    Além disso, caprichou em sua conversão à uma imagem de “selvagem domesticada”, cuidando de exibir suas companhias “confiáveis” –  a senhora do Itaú e os economistas neoliberais – como penhor de sua docilidade ao stablishment.

    Marina, porém, esbarrou em alguns limites.

    O primeiro, a fantástica lucidez do povo mais pobre deste país que, embora vivendo os maiores sacrifícios e carências, soube, quase que instintivamente, proteger suas conquistas.

    O segundo, também um instinto de sobrevivência, este de Dilma Rousseff, que abandonou a despolitização que marcou seu governo e assumiu, de frente e sem covardias, o combate político, inclusive e sobretudo no horário político.

    O terceiro – e este foi fatal a Marina –  o tempo de exposição de suas próprias fraquezas. A necessidade de atender a tantos senhores quanto os que necessitada em seu inorgânico ajuntamento – de Malafaia a Setúbal, de tudo um pouco – foi-lhe expondo as contradições, as companhias e, sobretudo, a inevitabilidade de um governo de concessão aos ricos e arrocho aos pobres.

    Agora, chegamos a um possível – para mim, provável – paradoxo.

    A direita paulista – e direita paulista é um pleonasmo e uma definição – prefere agora a morte rápida, com uma decisão de primeiro turno.

    A vitória de Alckmin já na primeira rodada parece assegurada e o mesmo ocorre com algo que irá definir seu futuro nos próximos anos: a eleição de José Serra para o Senado.

    Este é o eixo de poder real que irá se agrupar na oposição a Dilma, com Aécio reduzido a expectativas no máximo estaduais e Marina Silva, enfim descartada do cenário político, como bananeira que já deu – e na segunda vez não o pôde dar – cacho.

    Não estou dizendo que a eleição se encerrará no primeiro turno, até porque os movimentos eleitorais tem um quê de insondável.

    Estou registrando, agora com mais clareza, aquilo que já vinha afirmando desde o dia 3: “se a direita convencer-se que Marina não será o seu “cavalo” nesta disputa presidencial, poderá “sacrificá-la” antes da hora. E juntar os cacos do PSDB.”

    Para que levar Marina a um segundo turno e deixá-la como “player” em 2018?

    A política, não me canso de repetir a frase do velho Brizola, ama a traição, mas logo acaba por abominar o traidor.

     

  14. Poderia ter sido muito

    Poderia ter sido muito diferente, e talvez o Brasil hoje estivesse ainda melhor, se em 1994 o movimento para coligar PT e PSDB, com Mario Covas na Vice-Presidencia, não tivesse sido sufocado e jogado para escanteio – esta seria a aliança racional e civilizada, unindo PT, PSDB, PDT, PSB, PCdoB e, talvez, parte do PMDB.  A mosca azul picou alguns e não tiveram nenhum escrúpulo em jogar sua história social-democrata no lixo aliando-se ao PFL (hoje DEM).

     

     

     

  15. O petismo, como dizia Golbery

    O petismo, como dizia Golbery e turnma, viria para destruir todos esses, e quando começa produzir seus feitos, gente disfarçada de petista fica chorando pitangas, perdendo espaço com cachorro morto, ao invés de contar as glórias petistas e ajudar a ganhar logo no primeiro turno.

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